Foram apenas 36 anos de vida para deixar marcas musicais e pessoais tão poderosas que muitos sustentam com convicção que ela foi a maior cantora da música popular brasileira. E ela é? Talvez sim no momento em que sua voz surge e simplesmente faz esquecer todas as outras cantoras excepcionais da MPB.
Elis Regina prossegue com essa força 25 anos após sua morte, completados nesta sexta-feira (19). Nascida em Porto Alegre, em uma família modesta, desde a adolescência a cantora impressionava um após o outro com suas interpretações emocionais, até chegar ao estrelato a partir do momento em que se mudou para o Rio de Janeiro.
Pimentinha, Furacão... os apelidos deixam claro a intensidade com que ela transmitia sua música, e também como vivia - sua personalidade forte a impulsionou a criticar abertamente o regime militar já na fase pós-AI-5, quando se estabeleceu a linha-dura do comando do Exército brasileiro.
Elis Regina lançou quase 30 discos em sua carreira e se notabilizou não só pela seu talento e técnica, como por seu faro para descobrir compositores e intérpretes que se tornariam importantes na música brasileira como Milton Nascimento e João Bosco.
Marcos como a parceria com Tom Jobim no clássico disco "Elis & Tom", o show "Falso brilhante", a interpretação de "Travessia", entre outros momentos, romperam barreiras e despertaram a admiração de músicos de vários países e épocas - a ponto de arrebatar fãs como Björk, oriunda de um longínquo país como a Islândia e não exatamente pertencente ao mesmo espectro musical do de Elis.
Duas décadas e meia após sua morte trágica, devido à ingestão de uma mistura de cocaína, Cinzano e tranqüilizantes em janeiro de 1982, Elis Regina tem seu legado revivido em espetáculos, lançamentos póstumos e relançamentos, além de ter seus três filhos João Marcelo Bôscoli, fundador da gravadora Trama, e os cantores Pedro Mariano e Maria Rita como frutos de sua paixão pela música.
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