MISTÉRIO

Maranhense continua desaparecida em Portugal

Após dois meses, o paradeiro da são-bernardense segue sem qualquer pista.

David Bryan

Atualizada em 01/09/2025 às 17h45
Na esquerda, uma imagem das ruas de Tabuaço registrada pela fotógrafa Cida Werneck. Na direita, uma 'selfie' feita por Francisca.
Na esquerda, uma imagem das ruas de Tabuaço registrada pela fotógrafa Cida Werneck. Na direita, uma 'selfie' feita por Francisca. (Mirante News FM)

SÃO LUÍS – Francisca Maria Souza dos Santos, de 44 anos, natural de São Bernardo (MA), está desaparecida desde o dia 20 de junho em Portugal, onde vivia há quatro anos. Ela morava na Vila Tabuaço, no distrito de Viseu, e trabalhava como cozinheira em um restaurante local. Foi vista pela última vez por volta das 22h, vestindo pijama, ao sair para jogar o lixo próximo à sua casa.

Relatos de vizinhos dizem que ao sair de casa, Francisca deixou as luzes acesas, a televisão ligada e objetos pessoais — como documentos, óculos e bilhetes — em cima da bancada, sugerindo que não pretendia demorar. Segundo os familiares, o último registro de localização do celular dela foi registrado próximo à lixeira e, em seguida, o aparelho foi desligado.

Inicialmente, o caso foi atendido pela Guarda Nacional Republicana (GNR), mas passou a ser investigado pela Polícia Judiciária (PJ), responsável por crimes mais complexos em Portugal. Diversas testemunhas foram ouvidas, entre elas o namorado da vítima, Luís Jesus, apontado como um dos principais suspeitos. Ele relatou ter sido o primeiro a notar o desaparecimento. Na casa de Francisca, foram encontrados bilhetes, incluindo um dentro da bíblia, onde ela expressava gratidão pelo relacionamento com o namorado.

Do Maranhão, familiares da desaparecida demonstram frustração com a lentidão nas investigações e apontam inconsistências no depoimento do namorado. Luís se apresentava como cirurgião plástico atuando em Lisboa, mas nunca apresentou provas concretas dessa ocupação. Em áudios enviados à mãe de Francisca — divulgados pela emissora SIC — ele afirmou que teve o celular apreendido pela polícia e disse estar “de consciência tranquila”. 

"Não tenho nada a ver com o desaparecimento da Nené, por isso, colaborei com a Justiça. Acredito na polícia portuguesa", assegurou.

No entanto, as suspeitas da família ganharam força. Segundo o jornal Correio da Manhã, o homem que dizia ser médico na capital portuguesa, na verdade vive e trabalha com coleta de lixo em Loures e mantém, há 15 anos, um relacionamento com outra mulher, que não sabia da relação com Francisca. Vizinhos do bairro Catujal, onde ele mora, relataram à SIC um histórico de comportamentos agressivos, incluindo supostas agressões contra a própria irmã, falecida há dois anos vítima de um aneurisma. Uma vizinha afirmou já ter denunciado Luís à Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) por violência doméstica.

O irmão de Francisca, o artista plástico Antônio Santos, viajou de São Luís até Portugal para acompanhar de perto as investigações, mas sofre dificuldades já que a polícia portuguesa não divulga informações. Ao chegar em Tabuaço, teve que iniciar a venda dos móveis de Francisca para desocupar a casa que ela alugava a pedido do proprietário do imóvel.

As autoridades continuam a investigação, mas, após mais dois meses, não há qualquer pista concreta sobre o paradeiro de Francisca, o que mantém a família em desespero e a comunidade local perplexa com o mistério do seu desaparecimento.

Assista a reportagem na íntegra, por David Bryan.

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