SÃO LUÍS – Francisca Maria Souza dos Santos, de 44 anos, natural de São Bernardo (MA), está desaparecida desde o dia 20 de junho em Portugal, onde vivia há quatro anos. Ela morava na Vila Tabuaço, no distrito de Viseu, e trabalhava como cozinheira em um restaurante local. Foi vista pela última vez por volta das 22h, vestindo pijama, ao sair para jogar o lixo próximo à sua casa.
Relatos de vizinhos dizem que ao sair de casa, Francisca deixou as luzes acesas, a televisão ligada e objetos pessoais — como documentos, óculos e bilhetes — em cima da bancada, sugerindo que não pretendia demorar. Segundo os familiares, o último registro de localização do celular dela foi registrado próximo à lixeira e, em seguida, o aparelho foi desligado.
Inicialmente, o caso foi atendido pela Guarda Nacional Republicana (GNR), mas passou a ser investigado pela Polícia Judiciária (PJ), responsável por crimes mais complexos em Portugal. Diversas testemunhas foram ouvidas, entre elas o namorado da vítima, Luís Jesus, apontado como um dos principais suspeitos. Ele relatou ter sido o primeiro a notar o desaparecimento. Na casa de Francisca, foram encontrados bilhetes, incluindo um dentro da bíblia, onde ela expressava gratidão pelo relacionamento com o namorado.
Do Maranhão, familiares da desaparecida demonstram frustração com a lentidão nas investigações e apontam inconsistências no depoimento do namorado. Luís se apresentava como cirurgião plástico atuando em Lisboa, mas nunca apresentou provas concretas dessa ocupação. Em áudios enviados à mãe de Francisca — divulgados pela emissora SIC — ele afirmou que teve o celular apreendido pela polícia e disse estar “de consciência tranquila”.
"Não tenho nada a ver com o desaparecimento da Nené, por isso, colaborei com a Justiça. Acredito na polícia portuguesa", assegurou.
No entanto, as suspeitas da família ganharam força. Segundo o jornal Correio da Manhã, o homem que dizia ser médico na capital portuguesa, na verdade vive e trabalha com coleta de lixo em Loures e mantém, há 15 anos, um relacionamento com outra mulher, que não sabia da relação com Francisca. Vizinhos do bairro Catujal, onde ele mora, relataram à SIC um histórico de comportamentos agressivos, incluindo supostas agressões contra a própria irmã, falecida há dois anos vítima de um aneurisma. Uma vizinha afirmou já ter denunciado Luís à Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) por violência doméstica.
O irmão de Francisca, o artista plástico Antônio Santos, viajou de São Luís até Portugal para acompanhar de perto as investigações, mas sofre dificuldades já que a polícia portuguesa não divulga informações. Ao chegar em Tabuaço, teve que iniciar a venda dos móveis de Francisca para desocupar a casa que ela alugava a pedido do proprietário do imóvel.
As autoridades continuam a investigação, mas, após mais dois meses, não há qualquer pista concreta sobre o paradeiro de Francisca, o que mantém a família em desespero e a comunidade local perplexa com o mistério do seu desaparecimento.
Assista a reportagem na íntegra, por David Bryan.
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