SÃO LUÍS - Durante o programa Atualidades desta terça-feira (6), o Diretor Geral do CAPS Álcool e Drogas do Estado do Maranhão, Marcelo Costa, e o psicólogo e professor Gilberto Costa falaram a respeito do alcoolismo.
O alcoolismo é uma condição crônica caracterizada pelo consumo excessivo e compulsivo de bebidas alcoólicas. Mais do que um hábito, o alcoolismo é uma doença que afeta o corpo e a mente, exigindo tratamento adequado e apoio psicológico. Seus impactos vão além do indivíduo, atingindo também familiares e a sociedade.
O álcool, apesar de lícito e amplamente aceito socialmente, causa danos profundos que muitas vezes demoram a aparecer. Diferente de drogas como o crack, cujos efeitos são rápidos e visíveis, o alcoolismo se desenvolve silenciosamente. Justificado por hábitos culturais, comemorações, relaxamento e esportes, o consumo é normalizado, o que dificulta o reconhecimento do problema. A pessoa esconde os sinais da dependência e usa pretextos cotidianos para mascarar sua compulsão.
“O grande maior problema do álcool, além de ser lícito e ser praticado por todos, culturalmente, entre aspas, por todos, inclusive com uma aceitação social, é que ele demora um certo prazo para começar a trazer os danos mais fortes, mais pesados. Por exemplo, o craque, os craqueiros, como a gente chama, eles têm uns danos mais rápidos. Três, quatro meses usando craque, você já observa. Mas o alcoolista, ele consegue esconder esses danos, e ele esconde, até porque faz parte da doença, esconder aquele problema e colocar os outros em detrimento dele. Por exemplo, eu estou bem no serviço, então eu tenho que beber, o meu time ganhou, vou jogar bola, vou assistir um jogo. Toda comemoração é com álcool. Tudo, e quando perde, eu tenho que desestressar, eu tenho que desopilar. Então, ele esconde a questão dele gostar, dele estar impulsionado a beber, em detrimento dos prazeres dele”, destacou Marcelo Costa.
De janeiro a novembro de 2024, o Brasil registrou 3.507 acidentes de trânsito ocasionados por motoristas embriagados, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O número representa um aumento de 7% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram contabilizados 3.268 acidentes. Os sinistros causaram 178 mortes e 2.828 feridos, reforçando os perigos da combinação entre álcool e direção.
“Então, uma pessoa que acabou de ir para o trabalho e tomou uma, a gente não vai dizer, cara, isso é problemático, isso infere o teu trabalho, porque aquilo está a curto prazo. Toda substância, ela tem um tempo específico para causar prejuízo. Fora o crack, que o prejuízo é a curto prazo mesmo, mas as outras substâncias, elas demoram um tempo para isso se apresentar. E o álcool, que eu considero uma das substâncias mais silenciosas e mais danosas que nós temos hoje na nossa sociedade, porque, inclusive, se a gente abrir, por exemplo, as pesquisas que foram feitas pelo Data Folha, os acidentes automobilísticos, eles tomam uma forma muito grande hoje no Brasil, em detrimento do uso do álcool. Então, a gente está matando mais gente usando o álcool”, disse Gilberto Costa.
Assista a entrevista:
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