A produtora cultural e cineasta, CLÁUDIA MARREIROS pretende contar a história do navio MARIA CELESTE por meio do audiovisual. Em entrevista ao PLUGADO, na MIRANTE FM, no último dia 20, a cineasta falou da pesquisa e o que levou a contar a história deste pequeno navio cargueiro de propriedade da Companhia de Navegação São Paulo, construído em 1944. Em 16 de março de 1954, o navio foi atingido por um incêndio durante a operação de descarga de combustíveis em São Luís, Maranhão, e afundou após queimar por três dias consecutivos, deixando 16 mortos.
- O que me chamou atenção ao chegar nesta história, onde ficou mais confortável pra falar foi o manifesto em relação às vítimas do Maria Celeste. O Hélio Rego, jornalista da época, dentre vários outros jornalistas, assim como o próprio Sindicato dos Estivadores, que denunciavam a falta de socorro, tanto pela Capitania dos Portos, entre outras entidades, não deram a devida atenção ao fato, um acidente de grandes proporções. Muitos relatos das pessoas que estavam lá não houve assistência básica necessária, não tinha médicos, enfermeiras as condições portuárias precárias. A gente está falando de vítimas, corpos negros. O que senti de impulsão é uma história que ficou no tempo e tem várias vozes, a curiosidade que fica. E como é uma história de aspecto coletivo, o que se sabe sobre o Maria Celeste. Morreram quatro tripulantes e doze estivadores. Um dos sobreviventes desta tragédia é o mestre Apolônio, estivador na épóca, que tem um legado na cultura popular do Maranhão. Enfim, o que me instiga é a vida dessas pessoas, entre outras curiosidades. É um trabalho investigativo e intenso. Com este filme quero contribuir com a história - ressalta.
O mestre Apolônio Melônio, cantador do Bumba-meu-boi da Floresta e uma das figuras mais importantes do folclore maranhense, Mestre Apolônio Melônio, de 96 anos, fundador do Boi da Floresta, um dos mais tradicionais do sotaque da baixada, morreeu no dia 2 de junho de 2015. De acordo com familiares, a causa da morte foi insuficiência renal. Nascido em São João Batista (MA), mudou-se para a capital do estado em 1939.
Tragédia
De acordo com informações do GOOGLE, um incêndio se iniciou na embarcação na manhã de 16 de março de 1954, quando estava ancorada para descarga próximo ao cais da Praia Grande, em São Luís, a pouco mais de 500 metros da costa. A carga consistia em 2000 tambores de gasolina, 1.500 tambores de óleo diesel e 850 volumes de carga geral, totalizando 744,5 toneladas, e havia duas alvarengas ao lado do navio, recebendo carga deste. Não foi possível determinar a causa exata do incêndio. Foi noticiado que o fogo começou quando um cilindro de gasolina foi atingido por uma faísca, que havia saído do tambor de um guindaste enguiçado. Outra versão afirma que a fagulha se originou de uma falha elétrica. Segundo alguns estivadores, a faísca teria atingido gasolina derramada numa das duas alvarengas, alastrando-se para o Maria Celeste
O fogo se espalhou rapidamente pela carga inflamável, disposta no convés, atingindo também as duas alvarengas. Vendo a situação, o comandante Ornilo da Costa Monteiro ordenou que o navio fosse abandonado, pois nada mais podia ser feito. Os resgates dos tripulantes e estivadores foram feitos voluntariamente por barqueiros da cidade, já que nenhuma autoridade marítima dispunha de lanchas para esse fim em São Luís.
A aproximação do navio era difícil, pois as constantes explosões lançavam para o alto os tambores, que vazavam ao cair na água, criando "poças" de combustível em chamas. As labaredas na embarcação e a enorme coluna de fumaça atraíram para a Praia Grande uma multidão, que assistia impotente ao acontecimento.
O navio queimou continuamente por três dias, até que afundou, na manhã de 19 de março. Ao todo, o acidente matou 16 pessoas, sendo 12 estivadores e 4 tripulantes.
Há poucas informações a respeito da retirada dos destroços do local, mas há o registro de um cúter que afundou ao colidir com o casco submerso do navio, em 1967.
O navio foi construído no estaleiro Kane Shipbuilding Corp., em Galveston, Texas. Foi terminado na segunda metade de 1944 e entregue ao Corpo de Transporte (Transportation Corps) do Exército dos Estados Unidos, com o nome Y-106.
No final da Segunda Guerra Mundial, foi uma das 76 embarcações que integraram o comboio NY119, transportando cargas de Nova York para Falmouth entre setembro e outubro de 1944. Após o fim da guerra, em 1946, a embarcação foi vendida e chegou a Brasil, onde recebeu o nome de Maria Celeste.
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