Perda

João Donato festejou seus 84 anos em São Luís

Em 2018, um dos últimos gênios da bossa nova, foi uma das atrações dos 10 anos do Lençóis Jazz e Blues Festival. João Donato morreu na madrugada desta segunda-feira, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pela família do músico.

Pedro Sobrinho / Jornalista

Atualizada em 24/07/2023 às 08h24

O pianista acreano, João Donato, se apresentou pela primeira vez em São Luís e comemorou o seu aniversário de 84 anos, na capital maranhense.  Foi na festa de dez anos do Lençóis Jazz e Blues Festival, em agosto de 2018, na Concha Acústica, na Lagoa da Jansen.

Tutuca Viana, idealizador do Lençóis Jazz e Blues Festival, trouxe João Donato para a 10a edição do festival. Foto: Divulgação
Tutuca Viana, idealizador do Lençóis Jazz e Blues Festival, trouxe João Donato para a 10a edição do festival. Foto: Divulgação

E quando o assunto é João Donato, a plateia vai ficar de frente a um dos expoentes do movimento bossanovista, juntamente João Gilberto, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e Johnny Alf, entre outros, mas nunca se encaixou dentro do rótulo. Pelo contrário, sempre foi considerado um músico excêntrico que toca para si.

Lá pelos anos 1960, João Donato se muda para os Estados Unidos, onde permanece durante 13 anos e realiza o que nunca tinha conseguido no Brasil: reincorporar a musicalidade afro-cubana ao jazz. Grava o disco A Bad Donato e compõe músicas como “Amazonas”, “A Rã” e “Cadê Jodel”. Retorna ao Brasil, reencontra a música brasileira que estava sendo feita no país, mas não abandona sua paixão pela fusão entre o jazz e ritmos caribenhos. Como arranjador participou de discos de grandes nomes da MPB como Gal Costa e Gilberto Gil.

É o tipo do músico que já tocou com meio mundo, independente do estilo (Mongo Santamaria, Marcelo D2, Marcelinho da Lua, etc). Ao completar 84 anos, ao ser festejado nesta sexta-feira (17/8), em São Luís, e 69 de música, João Donato, influenciado pela Bossa Nova gilbertiana, o Latin Jazz, é o brasileiro cujo o “mojo” em tocar piano não tem prazo de validade.

Fafá Lago e Celijon Ramos, produtores cultural e entusiastas do jazz, festejando com João Donato. Foto: Divulgação
Fafá Lago e Celijon Ramos, produtores cultural e entusiastas do jazz, festejando com João Donato. Foto: Divulgação

Perda

O cantor, compositor e pianista João Donato morreu na madrugada desta segunda-feira (17), no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pela família do músico.

O músico, que recentemente teve uma infecção nos pulmões, morreu em decorrência de uma série de problemas de saúde.

Autor de vasta discografia, foi parceiro de vários grandes nomes da nossa música como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque.

Em sua infância, ele costumava brincar de música com flautinhas de bambu e panelas. Depois, recebeu de presente um acordeom de oito baixos e, mais tarde, um instrumento maior.

Em 1945, mudou-se para o Rio de Janeiro com a família. Aqui, começou a tocar em festas de seu colégio — numa delas, conheceu o grupo Namorados da Lua e fez amizade com Lúcio Alves, Nanai e Chicão.

Quatro anos depois, já atuava em jam-sessions realizadas na casa de Dick Farney e no Sinatra-Farney Fan Club, do qual era membro.

Em 1951, participou do programa de música nordestina “Manhãs da roça”, comandado por Zé do Norte, na Rádio Guanabara. Nessa época, começou a estudar piano.

Iniciou sua carreira profissional em 1949, como integrante do grupo Altamiro Carrilho e Seu Regional, com o qual gravou, nesse ano, um 78 RPM contendo as canções “Brejeiro” (Ernesto Nazareth) e “Feliz aniversário” (Altamiro Carrilho e Ari Duarte).

Para João Donato, bossa nova não era um gênero, mas um modo de vida. Viagens do compositor pelos Estados Unidos embasaram seu estilo único no piano, feito da fusão do jazz com música cubana.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.