Sonoridade brasileira

Rita Benneditto canta Chagas e Godão em disco com Jaime Alem

Canto de Luz e Se Não Existisse o Sol integram o repertório de doze canções do nono disco Rita Benneditto Convida Jaime Alem, lançado em outubro deste ano.

Pedro Sobrinho / Jornalista

Atualizada em 21/12/2022 às 23h43
Rita Benneditto e Jaime Alem
Rita Benneditto e Jaime Alem (Divulgação)

RITA BENNEDITTO CONVIDA JAIME ALEM é o título do nono disco da cantora, lançado em outubro deste ano, e apresentado por ela seis faixas na noite dessa quarta-feira (21/12), no PLUGADo, NA MIRANTE FM. Durante a TROCA DE IDEIA, Rita destacou a importância da sonoridade maranhense no disco em formato acústico marcado pela riqueza do encontro da voz da cantora com os timbres dos instrumentos de corda do maestro. No disco, a toada SE NÃO EXISTISSE O SOL, de autoria de CHAGAS, e CANTO DE LUZ, de JOSÉ PEREIRA GODÃO, e faz parte do repertório do BOIZINHO BARRICA.

- Não existe disco meu que não tenha música maranhense. Estas duas músicas Canto de Luz e Se Não Existisse o Sol representam o meu chão, onde eu pertenço o meu lugar, de ondeu eu vim, a minha estrutura vocal, onde é estruturado o meu canto. O meu canto é estruturado nos cânticos das caixeiras do divino, nas entonações das toadas do bumba meu boi. São duas lindas canções, de dois maravilhosos compositores. São eles, Chagas e Zé Pereira Godão. Canto de Luz é uma oração linda, muito presente na cultura maranhense, e Zé Pereira foi iluminado nesta música. Quando eu canto nos shows as pessoas se emocionam. Se Não Existisse o Sol virou um clássico das toadas do bumba meu boi no Maranhão, Chagas estava iluminado, a toada virou praticamente um hino. Fiz um arranjo simples de Canto de Luz tocando uma célula na caixa do divino e Jaime Alem fazendo o acompanhamento no violão. Já Se Não Existisse o Sol, percebi que não conseguiria reproduzir a toada acompanhada do violão, fiz uma morna caboverdiana, inspirada no canto de Cesaria Évora, o que levaria a mpúsica para um outro lugar, sem perder a sua essencia, pois ela sozinha já se fortalexce. Pra mim gravar essas duas canções fortalece a minha identidade maranhense, brasileira. Valoriza os compositores da minha terra e me coloca no meu lugar de pertencimento - elogia

Questionada sobre a parceria dela com Jaime Além, RITA disse remonta há mais de uma década. Tudo começou em 2008, ele foi convidado para ser o diretor musical do show “Três Meninas do Brasil”, que reunia Rita, Jussara Silveira e Teresa Cristina. O projeto foi gravado, virou CD e DVD, mas a Rita tinha o desejo de dar prosseguimento à sua conversa com o maestro.

- A ideia ficou adormecida por um tempo. Até que um dia Rita fiz o convite para que (ele) Jaime (que por anos foi o maestro de Maria Bethânia) montasse um show comigo - esclarece, Conhecida por trabalhos potentes e dançantes como “TECNOMACUMBA”, RITA queria desta vez mostrar uma face acústica, delicada, com canções que ainda não havia gravado.

- Juntos, eu e Jaime pensamos então o repertório e a sonoridade do espetáculo, inicialmente chamado de “Suburbano Coração” (nome de um antigo projeto meu) e depois rebatizado simplesmente como “Rita Benneditto convida Jaime Alem”, com a idéia de pertencimento a um chão desenhado em todas as músicas, tanto no show como no álbum que agora tomou forma - declara.

Ao brincar com Rita perguntando a ela se o disco exala romantismo. Para a artista, este trabalho é especial, pois foi produzido em plena pandemia e tem sabor de afeto e acolhimento.

- Rita Benneditto Convida Jaime Alem exala pertencimento, exala amor, exala, esperança, comunhão, amizade, encontro, fortalecimento das relações, humanidade. Este disco dá uma sensação especial por ter sido gravado após a pandemia, no período em que a gente passou de isolamento, insegurança. Ele vem pra nós como forma de fortalecimento da energia humana, através do afeto, acolhimento, pra que a gente possa trabalhar através da música e recuperar as nossas forças, energias, através de todas emoções, colocar pra fora tudo que a gente sente e reforçar como seres humanos. Vejo como estruturação de uma árvore: raiz, tronco, folhas, galhos. Este disco tem a função de se tornar perene, vem pra fortalecer a música brasileira, grandes compositores, grandes letras, grandes melodias, trazer a tona esta teia de sentimentos de amor, paz, união e solitude. Se isto tudo é romantismo que seja romântico este disco - explica.

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