Troca de Ideia

Nhambuzim: disco inspirado em mitos populares brasileiros

“Assombrio” traz também relatos orais sobre os encantados colhidos em diversos pontos do país pelos integrantes do grupo – uma indígena Sateré-Mawé do Amazonas, um contador de histórias do Vale do Paraíba, um pajé Guajajara do Maranhão.

Pedro Sobrinho / Jornalista

Atualizada em 30/09/2024 às 20h54
Xavier Bartaburu, compositor, pianista e diretor musical do grupo paulistano Nhambuzim
Xavier Bartaburu, compositor, pianista e diretor musical do grupo paulistano Nhambuzim (Google/Divulgação)

O grupo Nhambuzim disponibilizou desde o último dia 13 de setembro deste ano, nas plataformas de streaming, o material de seu terceiro álbum, “Assombrio: Inventário de Encantados”. Com 11 canções, entre elas 10 de autoria do grupo, o novo disco faz um resgate dos mitos populares presentes no imaginário ancestral brasileiro. São histórias cantadas sobre curupiras, lobisomens, caboclos d´água, matintas-pereiras e sacis, num resgate da cultura popular e de sua oralidade.

“’Assombrio’ é um bestiário musical brasileiro. Queremos homenagear as tradições orais e musicais do Brasil profundo, e também os guardiões míticos da nossa natureza”, afirma Xavier Bartaburu, compositor, pianista e diretor musical do grupo.

Inspirados pelo historiador e folclorista potiguar Luís da Câmara Cascudo, os integrantes do Nhambuzim buscaram em seus relatos a fonte para as músicas que tratam dos mitos brasileiros mais conhecidos, mas também de outros menos populares, como quibungo e capelobo. Xavier salienta a importância de lançar um trabalho que recupere a memória da brasilidade:

“Queremos fazer frente à multiplicação de criaturas provenientes de um imaginário importado que não nos pertence – com gnomos, duendes, vampiros e seres do Halloween – e que vem ganhando atenção cada vez maior na nossa sociedade. Está na hora de lembrarmos que o saci existe”.

É por isso que, além das músicas, “Assombrio” traz também relatos orais sobre os encantados colhidos em diversos pontos do país pelos integrantes do grupo – uma indígena Sateré-Mawé do Amazonas, um contador de histórias do Vale do Paraíba, um pajé Guajajara do Maranhão. “São um valioso registro do quanto esses mitos continuam vivos no imaginário rural brasileiro”, afirma Xavier.

Para contar essas histórias, o Nhambuzim mergulhou também no universo musical tradicional brasileiro, dando sequência ao trabalho que já vinha realizando em seus outros dois álbuns: “Rosário: canções inspiradas no sertão de Guimarães Rosa” (2008) e o infantil “Bichos de Cá” (2014). Em “Assombrio”, catiras, milongas, marabaixos, sambas de roda e toadas de boi ganham novas releituras com a instrumentação do grupo, que propõe uma mistura entre a tradição e a contemporaneidade.

O grupo Nhambuzim é formado por Aninha Ferrini (voz), Edson Penha (voz), Itamar Pereira (baixo), Joel Teixeira (voz, viola e violão), Rafael Mota (percussão) e Xavier Bartaburu (piano e direção musical).

Sobre o grupo Nhambuzim

Criado na cidade de São Paulo há mais de 20 anos, o grupo Nhambuzim se dedica a mergulhar nas tradições culturais do povo brasileiro e inseri-las num contexto contemporâneo. São dois discos lançados: “Rosário: canções inspiradas no sertão de Guimarães Rosa” (2008) e o infantil “Bichos de Cá” (2014). Este último já soma mais de 1 milhão de streams no Spotify.

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