Corpo Aberto

Paulão lança e disponibiliza nas plataformas EP com seis músicas

O EP apresenta fortes referências dos ritmos lo-fi, samba, jazz, soul e à artistas como Tim Maia, Jorge Ben, Curumin, mas com a essência do "groove' maranhense

Pedro Sobrinho / Jornalista

Atualizada em 13/12/2022 às 22h27

A obra do cantor e compositor maranhense PAULÃO vem sendo marcada pela forte influência dos ritmos afro-brasileiros. Em “Corpo Aberto” essas referências são expostas, mas numa equação elegante e genuína de ritmos e harmonias que são conduzidas pelas melodias da voz suave de Paulão. Batidas orgânicas e samplers se misturam a guitarras, sintetizadores, rhodes e efeitos sonoros, como se dizendo que o ancestral se faz presente no agora.  

Paulão trocando ideia no Plugado, na Mirante FM. Foto: Bárbara Lyz
Paulão trocando ideia no Plugado, na Mirante FM. Foto: Bárbara Lyz

O EP apresenta fortes referências dos ritmos lo-fi, samba, jazz, soul e à artistas como Tim Maia, Jorge Ben, Curumin, formando um bom caldo sonoro. No entanto, esses elementos são trazidos em meio a um sotaque maranhense, segundo PAULÃO, em entrevista ao PLUGADO, na noite dessa segunda-feira (12/12), é a essência do EP “Corpo Aberto”.

- Afinal, São Luís-MA tem seu toque de caribe, influenciada por ritmos como reggae, dancehall e o dub - notas que se fazem sentir no trabalho. Além do próprio bumba meu boi, manifestação afro-indígena maranhense, é re(v)ferenciada em algumas passagens do EP e também é possível sentir as batidas dos blocos tradicionais na faixa “Tô Só” - explica o músico.   

A escrita sensível de Paulão faz com que “Corpo Aberto” seja um disco de sutilezas, em que o artista expõe vulnerabilidades, humanidades e que o racismo tenta apagar dos homens negros. Como o próprio cantor diz em “Tô Só”, é “preciso chorar”.

Outros temas estão presentes como a exaltação da ‘vadiagem’ como resistência cultural em “Vadio” e reflexões sobre as cidades e o tempo em “Hoje tudo vai bem”, tudo costurado de forma precisa pelo lirismo de Paulão, com feat de Pantera Black e Dicy de "BACKING VOCAL".  

o título do EP é uma expressão que chama atenção, dado ser mais comum a referência a “corpo fechado” na cultura afro-brasileira. De acordo com o artista, “Corpo Aberto fala sobre o próprio movimento, o caminho, a construção de identidades, a abertura aos encontros comigo, com o lugar e com a comunidade.

- Não deixa de ser também sobre as vulnerabilidades de um corpo aberto por feridas físicas, emocionais e espirituais - complementa.    

PAULÃO assina a produção musical do EP em parceria com Adnon Soares, sendo uma produção do selo Upaon Mundo. O EP conta ainda com participações de Dicy e Joquebede como backing vocals e uma parceria inédita com a rapper Pantera Black. O ícone Humberto de Maracanã (in memoriam) é sampleado em “A Coroa”, uma espécie de bumba dub, trazida por Paulão como encerramento do disco. Contribuições relevantes também surgiram com as participações dos músicos Diogo Nazareth e Isaías Alves.  

“Corpo Aberto” é também um EP visual dirigido pela diretora e fotografa Ingrid Barros, que transforma os sons e estéticas regionais em uma obra visual alinhadas a cultura diaspórica, amores e as belezas que esculpiram o Maranhão e o Brasil. A produção é assinada por Gabriel Marques, direção de fotografia de Jonas Sakamoto, Neila Albertina na direção de arte, João Belfort no figurino e Stenio Maciel assinando a maquiagem. Além de participações especiais de Célia Sampaio, Seu Baixinho, Pantera Black, Dallyyla Amazzyymba, Dicy, Eduardo Guterres e Thais Regina. O EP visual está disponível no YouTube, no formato ‘visualizer’ em oito vídeos.  

Serviço:  

O quê: Release sobre o EP visual “Corpo Aberto" de Paulão.

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