Núbia Rafaele Rodrigues Santos ou Núbia, conhecida no meio artístico e entre os fãs, aos 26 anos, é uma das vozes femininas de peso do reggae produzido no Maranhão. Embora reconheça Célia Sampaio como a diva do reggae, Núbia está na cena local há seis anos e caiu nas graças de quem é regueiro de carteirinha ou não.

Em conversa com o jornalista Pedro Sobrinho, na noite dessa segunda-feira (29/11), no PLUGADO, na MIRANTE FM, a cantora e compositora apresentou no quadro FAIXA A FAIXA o novo e primeiro EP, "Peso da Ilha". O lançamento do disco com cinco músicas, aconteceu no último dia 20 de novembro, Dia da Nacional da Consciência Negra.

Para Núbia, este EP é um marco importante, o seu cartão postal o Maranhão e mundo afora ouvir. Ela também destacou o mês de novembro, pois apresentou as canções do disco para o público na feirinha criativa Café Cuxá, além do Eita Piquena Arteira e o Festival BR135.

- O bom é festejar o EP com o público. E a oportunidade veio com a realização de diversos eventos na cidade neste mês de novembro. O público reagiu muito bem ao trabalho e as músicas estão disponíveis para se ouvir - ressalta.

Sobre o conceito musical do disco, Núbia explica que apostou em um disco fechado com o orgânico, do estúdio para o palco, dando maior ênfase aos instrumentos, em que ela diz, que incluiu elementos de sopro e percussão.

- Os lançamentos ficam por conta das músicas Undefined Love e Peso da Ilha, single que dá nome ao projeto. Os hits Voo de Renúncia, O Mito e Bomber Man, lançados em versão eletrônica anteriormente, são apresentados neste EP com nova roupagem, refletindo os grooves do palco - esclarece.

Sustentando um estilo único e sagrando sua assinatura nas interpretações, a compositora trouxe para o álbum uma mistura rica de estilos da música jamaicana, ritmos urbanos e elementos regionais.

- O sabor do reggae roots, tão marcante na cultura maranhense, não poderia deixar de estar presente. A sonoridade de Peso da Ilha se tornou ainda mais completa com a participação de instrumentistas convidados na gravação, são eles: Bigorna (trompete), Sarah Byanchi (saxofone), Marcos Chagas (trombone) e Kadu Galvão (percussão) - destaca.

A banda que faz a magia do reggae acontecer junto à Núbia é formada pelos músicos Filipe Lisboa (guitarra), Rodrigo Nascimento (contrabaixo), Cahhi Silva (bateria), Igor Ruan (teclados). A produção musical é assinada por Sandoval Filho, do Blackroom Studio.

Representatividade

As músicas de Núbia têm um forte enfoque social e podem ser entendidas como músicas de protesto, explica a cantora. A escolha é consciente.

- Me reconheço como mulher preta LGBTQIA+ de São Luís do Maranhão, nordestina, que canta e compõe. Desde o início, tive o intuito de dar voz às minhas questões e àquelas que acredito. Por meio das músicas, elas podem ser potencializadas. Eu consigo me comunicar melhor desta forma e a utilizo como arma, neste sentido. Mas não limito minha participação em outras áreas - diz a artista.

A passos largos, a potência de Núbia vem conquistando territórios fora do Maranhão. Em 2021, a cantora representou o Maranhão na 5ª edição da WME Conference, plataforma dedicada inteiramente às mulheres da indústria da música. Também teve o seu nome selecionado na primeira etapa do Festival Se Rasgum, realizado em Belém, capital paraense.

A cantora já cantou ao lado de Zeca Baleiro e Carlinhos Brown (campanha Especialistas de Verão, da Havaianas). A artista também marca presença na plataforma de música independente global Dublab, cuja versão brasileira tem somente dois anos.

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