"Depois do Colapso o povo precisa acordar para a realidade", alertam Monkey Jhayam e Enme
Na edição desse domingo do Plugado, o lançamento do single Kolapso, projeto envolvendo os rappers paulistano, Monkey Jhayam, e a rapper maranhense Enme. A música e o videoclipe estão disponíveis na internet.
O "single" KOLAPSO, que faz parte de projeto envolvendo os rappers paulistano, MONKEY JHAYAM, a maranhense ENME, e a galera do TREME TERRA, foi lançado no último domingo (7/3), no PLUGADO, na MIRANTE FM.
MONKEY JHAYAM disse que o elo com o MARANHÃO vem da afinidade dele com o soundsystem e com o reggae, vertente originária da JAMAICA, consumida em terras maranhenses.
- A conexão com a galera do Maranhão é realmente uma realização. Sou M.C. originário do sistema de sons, conhecido como soundsystem, nadamais do que uma radiola jamaicana que a Região Sudeste consome. Pra mim, o Maranhão sempre foi uma referência grande. Há anos as radiola do reggae music batem forte em terras maranhense. Quando tive a oportunidade de visitar São Luís, poxa na padaria rolava um reggae, quando desci no aeroporto lá estava rolando reggae E por já trabalhar no sistema de som, São Luís já era uma referência porque tem dj´s, bandas trabalhando nesta linhagem de som - explica.
Sobre a parceria com ENME, o rapper disse que a música KILLA foi responsável pela aproximação com a rapper maranhense na concepção de KOLAPSO.
- O meu contato com o trabalho da Enme foi através do videoclipe de Killa. Gostei muito de todo o trabalho, não só do vídeo, mas de toda a produção musical, flertando com a música jamaicana. Foi sequestro relâmpago assim quando assisti a primeira vez. Uau, que isso ! Comecei a seguir ela em todos os aplicativos musicais, ficar por dentro do som. Sou apaixonado pelo trabalho da Enme é a forma como ela se entrega além de dançar, montar coreografia, cantar, fazer o figurino. acho ela é uma multiartista. E o desenvolvimento dessa obra, que era pra ser uma colaboração, um featuring, na verdade virou o projeto Kolapso com consciência social, feito por dois artistas emergentes, com trabalhos solos e independentes - ressalta.
Enme destaca o trabalho da produtora maranhense Clockwork. Também aproveitou para também rasgar seda ao projeto Kolapso e a parceria com Monkey Jhayam e o Terra Treme.
- Esta foi a nossa primeira produção audiovisual que rolou uma conexão, uma direção colaborativa, entre o Maranhão e São Paulo. A Clockwork já vem se mostrando no mercado com cenário bem positivo, vários prêmios. Jéssica, em pouco tempo de carreira, desbravou vários barreiras. Pra mim, é uma honra tê-la como diretora do projeto junto com a galera da Coleta Filmes. A Clockwork sempre abraçou as nossas ideias, sempre abraçou todos os desafios que a gente enfrenta em produzir neste cenário escasso que a gente tem aqui no Maranhão, mas deu muito certo...Kolapso está aí para provar, assim como Killa, Batidão. Se a gente continuar neste ritmo vai ser ótimo. Adorei trabalhar com Monkey, adorei trabalhar com a galera do Terra Treme. Estamos pensando como a gente vai desdobrar Kolapso em outros trabalhos - enfatiza.
O que vem Depois do Colapso ?
Para Monkey Jhayam, diante do caos a alternativa é que as pessoas despertem para realidade.
- A minha esperança é que as pessoas despertem para realidade. Gueto, quebrada se levantem, pois a gente vive sobre um colapso histórico. Acredito eu que o caos é uma necessidade para renovação. Tá na hora do levante do nosso povo. Partir pra cima do levante com força e não aceitar a ladainha vinda de qualquer pessoa - adverte.
Enme critica o sistema social, econômico, mas traz a seguinte frase como lema: "não existe revolução sem rompimento de paradigmas".
- No momento a gente vivencia uma situação caótica com relação a saúde pública, mas existem outros sistemas sociais que não funcionam mais. A sociedade precisa se reinventar depois deste colapso. Como a gente retrata no clipe da inversão dos pilares sociais. O colapso precisa acontecer porque as massas precisam assumir as rédeas. Depois do colapso espero mais diálogo, Democracia, acesso as pessoas que, realmente, precisam determinar suas vidas, suas histórias, seus corpos, suas corpas, suas identidades. O colapso é o rompimento, depois do rompimento tudo pode nascer com novo acordo social, nascer com uma nova situação, um novo sistema. Temos que estar abertos para renascer do colapso - esclarece.
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