Polícia investiga o caso

Cadela morre durante viagem feita por Van de São Luís a São Paulo; família aponta negligência por parte de empresa

Segundo a tutora de Gaya, a família optou pelo transporte terrestre devido ao medo de que a cadela pudesse morrer durante um transporte aéreo.

Imirante.com

Atualizada em 04/07/2024 às 17h57
O corpo de Gaya foi devolvido à família dentro de uma caixa de isopor com água, enrolado num saco plástico.
O corpo de Gaya foi devolvido à família dentro de uma caixa de isopor com água, enrolado num saco plástico. (Foto: arquivo pessoal)

MARANHÃO - Uma cadela de cinco anos de idade, identificada pelo nome de Gaya, morreu durante uma viagem de São Luís até São Paulo feita por uma van. O caso aconteceu no dia 28 de junho e está sendo investigado pela Polícia Civil do Maranhão (PC-MA). De acordo com as informações relatadas à polícia, a van iria percorrer 11 Estados e o Distrito Federal. 

Segundo a tutora de Gaya, Jakeline Jovita, a família optou pelo transporte terrestre devido ao medo de que a cadela pudesse morrer durante o transporte aéreo, assim como aconteceu com o cão Joca, que foi embarcado em um voo errado da Gol e morreu durante o trajeto.

O corpo de Gaya foi devolvido à família dentro de uma caixa de isopor com água, enrolado num saco plástico. A cadela havia embarcado no dia 26 de junho em São Luís, na van que também realizava o transporte de animais por terra. O destino final da viagem era São Paulo, já que a família estava em processo de mudança de São Luís para a capital paulista.

No veículo, também haviam outros animais sendo transportados. Segundo a tutora Jakeline Jovita, a MooviPet, empresa escolhida para fazer o translado, havia demorado para enviar o link de rastreamento do veículo, o que dificultou que a família tivesse notícias da cadela.

“Mediante ao não envio do link de rastreio, não tivemos parâmetros de horário de quando iam chegar, sendo que a Gaya foi entregue por minhas filhas demores que estavam em casa no momento [de entrega do animal]. A partir daí, não tive mais notícias da Gaya”, disse a tutora.

Morte da cadela

No dia 27 de junho, quando a van chegou ao Pará, os tutores perceberam que o veículo estava parado por várias horas e tentaram entrar em contato com a empresa responsável para saber o que havia acontecido. Contudo, a família disse que mesmo depois de várias tentativas de contato, a empresa não dava um retorno.

Na manhã do dia seguinte, a empresa retornou os contatos de Jakeline, alegando que houve um problema mecânico com a van e que a viagem iria atrasar por conta dos reparos aos danos. Nas mensagens, a MooviPet ainda afirmou que estava tudo bem com os animais e que não era necessário que os tutores se preocupassem.

“Quinta-feira (27) a noite eu notei que, mediante o link que enviaram, o rastreio parou. Eu fiquei a noite inteira de quinta pra sexta acompanhando. Sexta-feira (28) de manhã, um funcionário me enviou a notícia de que o veículo tinha quebrado e que ia atrasar a entrega. Eu me preocupei muito no momento porque o veículo estava cheio de animais e o Pará é um lugar muito quente”, relatou Jakeline.

A tutora pediu fotos de Gaya para os funcionários para saber como a cadela estava. Depois de muito insistir, Jakeline contou que foram enviadas fotos que, segundo ela, mostravam que a cadela estava sedada.

“Eu pedi fotos da Gaya. Insisti muito para que enviassem fotos ou vídeo. Ele me enviou uma foto onde, nitidamente, ela estava sedada ou com algum problema muito grave. Ela estava com a cabeça baixa e com os olhos fechados. Foi o único retorno que eu obtive”, disse.

No mesmo dia, durante a noite, a família recebeu por ligação a notícia de que a cachorra havia morrido. Segundo a família de Gaya, a empresa não deu explicações de como o animal morreu, pois havia alegado que não havia nenhum médico veterinário na região para emitir o laudo.

Negligência 

A família de Gaya relatou que, após a morte da cadela, um funcionário da empresa teria sugerido que o corpo do animal fosse incinerado. Devido a sugestão, Jakeline Jovita, teria contatado uma advogada para que trouxessem o corpo da cadela de volta para São Luís.

O pedido foi atendido pela empresa, que enviou o corpo de Gaya por dois motoristas de aplicativo, dentro de uma caixa de isopor com água, enrolado num saco plástico.

Abalada pela morte de Gaya, Jakeline conta que a perda de sua cadela foi uma perda para a família também. Quando recebeu a notícia do falecimento do animal, ela e as três filhas entraram em desespero. “E me desesperei muito porque a Gaya é parte da família. Somos uma família de uma mãe, três filhas e três pets… éramos três pets, temos um pet a menos. Então, temos um membro a menos de nossa família agora. Ela era um membro de nossa família, nosso suporte emocional”, relatou Jakeline.

O que diz a empresa?

Em nota, a empresa MooviPet disse que não entregou o atestado de óbito de Gaya porque as veterinárias da região se recusaram a emitir o atestado por que a cadela não tinha mais sinais vitais. A MooviPet ainda afirmou que no momento em que a van apresentou problemas mecânicos, os animais ficaram assistidos com acesso à água, alimentos, e temperatura controlada.

Em relação ao transporte do corpo da cadela, a empresa alegou que enviou por motoristas de aplicativo para que a van, que transportava outros animais, pudesse seguir viagem.

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