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COLUNA
Simplício Araújo
Analista de sistemas e negócios.
Simplicio Araújo

Impostos disparam no Maranhão e pesam no bolso da população

Em 2024, enquanto os cofres do Maranhão encheram com um aumento real de 16,59% na arrecadação de impostos, a população sentiu no bolso os efeitos da alta tributação e da inflação.

Simplicio Araújo

Em 2024, enquanto os cofres do Maranhão encheram com um aumento real de 16,59% na arrecadação de impostos, a população sentiu no bolso os efeitos da alta tributação e da inflação. O crescimento da economia veio acompanhado de uma carga tributária mais pesada, principalmente sobre o consumo, afetando diretamente quem já sofre com o custo de vida elevado.

A arrecadação cresceu acima da inflação porque os setores mais taxados foram justamente os que mais se expandiram no ano passado. O consumo disparou, e os investimentos voltaram a crescer, mas grande parte dessa demanda foi atendida por produtos importados, que pagam impostos mais altos. Além disso, o governo estadual reforçou a fiscalização, cortou benefícios fiscais e aumentou alíquotas de tributos para garantir mais receita.

O impacto disso foi sentido na composição do PIB brasileiro: a fatia dos tributos sobre produtos subiu para 13,8%, contra 12,7% em 2023. A última vez que esses impostos tiveram participação tão alta na economia foi há mais de uma década, e a tendência agora é de crescimento até a chegada da reforma tributária em 2027.

No Maranhão, onde boa parte da população depende do comércio e dos serviços, o peso dos impostos é ainda maior. Produtos essenciais, como combustíveis, telefonia e energia elétrica, tiveram a tributação elevada nos últimos anos. O ICMS, principal imposto estadual, foi reajustado para compensar perdas de arrecadação desde 2022, impactando diretamente o custo de vida dos maranhenses.

Agora, vamos aos números gerais do país. Em 2024, os impostos sobre a produção cresceram 5,5%, superando o PIB nacional, que avançou 3,4%. O imposto de importação subiu 20,5%, o IPI aumentou 8% e o ICMS avançou 4,7%. No Maranhão, esse último foi ainda mais expressivo, puxado pelos reajustes adotados pelo governo estadual.

Vale lembrar que tributos também contam no cálculo do PIB nacional. Se fossem retirados da conta, o crescimento econômico teria sido de 3,1%, e não 3,4%. Como destacou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, “o volume dos impostos sobre produtos até ajudou no crescimento da economia”.

A carga tributária total no Brasil foi de 32,44% do PIB em 2023, e tudo indica que o número de 2024 será ainda maior. Com os estados arrecadando acima da inflação e o peso dos tributos sobre o consumo cada vez mais alto, fica evidente que o crescimento econômico não significa necessariamente alívio para a população – especialmente para os maranhenses, que enfrentam uma das maiores cargas tributárias proporcionais do país.

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