(Divulgação)
COLUNA
Prof Michael Amorim
Michael Amorim é professor de filosofia, conferencista, podcaster pai e marido.
Prof Michael Amorim

ONGs, ideologia e controle: o império silencioso por trás da nova ordem mundial

Um ator silencioso, quase invisível, tem assumido o papel de protagonista da política global: as ONGs

Prof Michael Amorim

Estamos assistindo, quase em silêncio, à meticulosa desconstrução do espírito humano ao redor do globo. Em nome de um vago “bem social”, direitos naturais são restringidos. Em nome do “coletivo”, a liberdade — que os antigos tanto prezavam — passa-se a ser vista com desconfiança. Mas o que se desenrola não é apenas um fenômeno político ou sanitário. É, acima de tudo, uma reeducação moral, cultural e espiritual do homem ocidental.

A insanidade da elite intelectual deste país é insuperável. Intelectuais e pensadores infestam as universidades com teses e mais teses de pura negação da realidade; confusão mental perceptível; desacordo entre o que se ensina e aquilo que se vive. O mesmo professor de história, por exemplo, que demoniza o capitalismo não vive um dia sequer sem o luxo que o “maldito” sistema lhe proporciona. A professora feminista que diz lutar pela vida e pelas mulheres ao mesmo tempo prega o aborto, prática pela qual inúmeras mulheres são assassinadas antes mesmo de nascerem. Enfim, a negação da experiência concreta em nome de uma construção mental.

A histeria coletiva que hoje domina as ruas e as consciências não nasceu do acaso. Como nos recorda a antiga sabedoria latina — ex nihilo nihil fit, do nada, nada vem. Para que milhões aceitassem, sem hesitar, as ordens de burocratas internacionais e as narrativas da grande mídia (como ocorreu durante as imposições da pandemia de Covid-19), foi necessário um extenso trabalho de engenharia social e erosão da verdade. O olhar humano foi adestrado a duvidar do óbvio; a razão, a temer o bom senso; a alma, a envergonhar-se de seu Criador.

Em nossas escolas, aulas e mais aulas são dadas com o único propósito de destruir a inteligência dos alunos, ao ponto de serem incapazes de perceber o real e não mais notarem as correntes mentais que lhes aprisionam. Diante disso surgem as mais bizarras reivindicações e ideologias, tudo é claro, patrocinado pelo Estado que investe bilhões em métodos de controle total do indivíduo e, para isso, cria bandeiras que serão levantadas por movimentos minoritários e alimentadas pela elite pensante direto das Instituições de Ensino. O uso de técnicas de manipulação psicológica pelo sistema educacional é algo que está amplamente documentado no já clássico Maquiavel Pedagogo, do Pascal Bernardini.

Nesse cenário, um ator silencioso, quase invisível, tem assumido o papel de protagonista: as ONGs. Existem cerca de 10 milhões de organizações não governamentais espalhadas pelo mundo. Se fossem um país, seriam a quinta maior economia do planeta. Só no Canadá, 84% da população faz doações anuais a ONGs, totalizando mais de 10 bilhões de dólares por ano. Dados assustadores — mas que a grande mídia, porca e comprometida, prefere ignorar ou, pior, aplaudir entusiasticamente.

Usando a infalível técnica do follow the money, descobre-se facilmente que o financiamento das bandeiras minoritárias e revolucionárias vem direto dos meta capitalistas como George Soros. Bandeiras que são levantadas justamente por quem se diz anticapitalista (!). A insistência das feministas de que existe uma “opressão machista”, ou o esforço do movimento gay para criminalizar a “homofobia” são claramente duas das muitas vias que o estado — aliado ao grande capital — usa para dominar a sociedade.

Se existe um fato hoje inegável é que as ONGs controlam o mundo. Destroem reputações, criam falsos heróis, decidem quem é o bandido e quem é o mocinho. São tribunais morais sem rosto, mas com grande poder de influência. Olavo de Carvalho, de forma profética, já alertava para isso quando ainda era difícil perceber o que hoje salta aos olhos. Em O Imbecil Coletivo (1996), denunciou a ascensão dessas entidades como força dominante no novo cenário geopolítico. No artigo “A democracia das ONGs e a ditadura do marketing”, Olavo aponta: o velho confronto entre capitalismo e socialismo foi dissolvido — deu lugar ao império ideológico das ONGs, sustentado por gigantes do capitalismo global.

A velha dialética marxista da luta de classes se tornou obsoleta — se é que algum dia nos serviu. As ONGs encarnam os ideais igualitários que antes pertenciam à retórica da esquerda, mas agora com o financiamento direto dos grandes conglomerados internacionais. Ou seja: o discurso revolucionário de ontem tornou-se o marketing do globalismo de hoje.

No entanto não se trata de uma dominação social ou política apenas, mas sim de uma dominação completa da moral, costumes e até da alma dos cidadãos. Uma dominação psicológica. O filósofo Olavo de Carvalho já deixou tudo muito bem explicado em seu trabalho escrito há mais de vinte anos; A Nova Era e a Revolução Cultural. No livro, Olavo diz que o gramscismo conta menos com a adesão formal de militantes do que com a propagação epidêmica de um novo senso comum. Ora, como não notar que é exatamente isso que está acontecendo?

ONG é, acima de tudo, um negócio. Um negócio lucrativo, ideológico, moralizador. Com poder de criar e impor narrativas. Quem controla as ONGs controla o marketing e o lobby político e quem controla o lobby controla as opiniões. Já ouviu falar em George Soros?

Os intelectuais progressistas se empenham em ser os arautos da moral, porém uma moral sem religião e sem Deus, onde a separação entre o bem e o mal é feita pelo consenso ou desaprovação da elite pensante que se apressa em condenar qualquer um que se atreva a não tentar tornar o mundo um “lugar melhor”. Temos então o culto ao Estado Moderno como substituto da Igreja como encarregada de conduzir espiritualmente os povos. Culto que começou com Hegel. Seja numa roupagem nazista, comunista ou liberal, o estado se torna onipresente através do império das leis (leia o que Olavo de Carvalho fala sobre isso no livro O Jardim das Aflições). Nesse mundo, é claro, todos seguirão os ditames dos substitutos de Deus: a elite intelectual progressista. Os mesmos que dizem julgar eles mesmos o mundo com reta justiça e só não prometem o reino dos céus por terem encontrado algo mais ambicioso e ousado: fazer da terra o próprio paraíso.

As crianças, doutrinadas nas escolas, tornam-se soldados inconscientes dessa nova ordem. São ensinadas a venerar instituições internacionais, a acreditar que são salvadores do planeta e a rejeitar, com arrogância juvenil, tudo o que nossa civilização construiu ao longo de séculos. Crescem achando que são livres, mas são todas cidadãos da Nova Ordem Mundial.

A nova Torre de Babel não visa aproximar o homem do Céu e sim apagar toda e qualquer esperança do homem de redenção divina, transcendência e salvação eterna. Fechar as portas dos céus para o homem caído. Pois a salvação mesma é dada pelo partido que não suporta a heresia de alguém não participar do pensamento coletivo ou não amar de corpo e alma aquilo que o partido mandar amar.

Em tais condições, basta um alerta da Organização Mundial da Saúde para que massas inteiras corram para os braços do Estado — agora promovido a novo deus terreno, guardião da “saúde” e da “segurança”. A alma? Esta foi silenciada. O CÆSAR REDIVIVUS ergue-se novamente: um poder absoluto, global, moralmente autorizado a legislar sobre tudo — até sobre a consciência.

A própria ideia de “Crime de ódio” já mostra claramente o empenho do Estado não só em punir ações criminosas como também punir até sentimentos e se esforçar para criar no senso comum a falsa ideia de que toda discordância com a prática homossexual, por exemplo, necessariamente vai se manifestar como um assassinato motivado pelo ódio (mais ou menos como dizer que todo homem é um potencial estuprador).

Assim, para evitar tal barbaridade deve–se acabar com o “ódio” ao homossexualismo que se define, claro, por qualquer crítica ou reprovação feita ao ato homossexual (Principalmente se for uma desaprovação religiosa). E isso se estende por toda e qualquer posição do indivíduo, até que este não seja nada mais que um cidadão. Uma engrenagem na construção da Nova Ordem Mundial que em outras palavras é o paraíso terrestre governado por falsos deuses. Uma religião civil onde a graça redentora é substituída pela política do partido.

De corpo e alma o cidadão, que é o indivíduo esvaziado de sua individualidade, nega a salvação do Deus transcendente pela dominação do deus imanente, materializado na figura do Estado Moderno.

O que Orwell imaginou em 1984 não era mera ficção: era profecia. Winston, ao final, não apenas obedece ao Partido; ele aprende a amar o Grande Irmão. Só então está pronto para ser eliminado. O controle total não se satisfaz com submissão exterior; exige a posse íntima da alma. A morte física é apenas o epílogo de uma morte maior: a do homem que já não crê em nada além do poder.

O Grande Irmão está de olho em você e não basta acreditar na mentira, você precisa amá-la. Acreditar de mente e alma que 2+2 é igual a 5.


 

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