Investigação

Assassinato de líder indígena era conflito anunciado, segundo a Funai

A morte do índio levantou a discussão de invasores em reservas indígenas do Maranhão.

Imirante.com / Imperatriz

Atualizada em 27/03/2022 às 11h10
Paulo Paulino Guajajara, "guardião da floresta" assassinado.
Paulo Paulino Guajajara, "guardião da floresta" assassinado. (Foto: divulgação)

IMPERATRIZ - Uma emboscada ocorrida na sexta-feira (1º) na Terra Indígena Arariboia, região de Bom Jesus das Selvas, resultou na morte do líder indígena, Paulo Paulino Guajajara. Ele teria sido morto por supostos madeireiros dentro da reserva. No confronto, um madeireiro, identificado como Márcio Greyck, também foi morto.

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A morte do índio causou revolta e medo nos povos indígenas. Nessa segunda-feira (5), vários índios lotaram o plenário da Câmara Municipal de Imperatriz para protestar e também denunciar a falta de ação das autoridades para impedir que madeireiros e caçadores invadam a área indígena.

Para o coordenador da Funai em Imperatriz, Guaraci Mendes, o assassinato de Paulo Paulino por invasores na terra indígena era um conflito anunciado. Segundo ele, desde o início do ano, a reserva vem sendo alvo de ação de caçadores e madeireiros. “Da parte da Funai, a gente tem alertado todas as autoridades. Infelizmente, era uma tragédia anunciada. A gente sabia que ia isso iria acontecer”.

O assessor de presidência da nacional da Fundação Nacional do índio (Funai), que também participou da audiência na Câmara de Imperatriz, disse que as forças de segurança foram destinadas para os locais de conflitos, sob as ordens do Ministério da Defesa. “Tanto a Polícia Federal quanto a Polícia Civil do Maranhão estão a campo fazendo as investigações, fazendo as oitivas. Queremos elucidar esse crime”.

Paulino Guajajara fazia parte do Grupo Guardiões da Floresta, patrulha formada por índios para proteger a reserva. Quando ele foi morto, estava acompanhado do índio Laercio Guajajara, que foi baleado no braço e na nuca. Laercio conseguiu fugir e foi trazido para um hospital de Imperatriz. Ele foi atendido e já recebeu alta, e agora está sob proteção policial.

Cabe ressaltar, que segundo a Funai, com a morte de Paulino Guajajara sobe para o cinco o número de índios mortos em decorrência com invasores da terre indígena desde 2016.

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