Educação

Indígenas passam por dificuldades na educação dentro das aldeias

No Maranhão 13 mil alunos indígenas recebem uma educação inadequada nas quase 300 aldeias nas nove terras indígenas do Estado.

Alan Milhomem/Imirante Imperatriz

Atualizada em 27/03/2022 às 12h09

IMPERATRIZ – Um ajustamento de conduta firmado entre o Ministério Público Federal (MPF) e a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), mostra que no Maranhão 13 mil alunos indígenas recebem uma educação inadequada nas quase 300 aldeias nas nove terras indígenas do Estado. O documento mostra que há problemas com os prédios das escolas, no calendário escolar, na distribuição da merenda e do material pedagógico e, o mais grave, na formação dos professores, justamente os profissionais que tem a função de fortalecer as tradições dos povos indígenas.

“Essa educação deve ser especial, específica e diferenciada da cultura do não índio. Comunitária onde todos as aldeias possam participar da construção desse currículo bilíngue onde se possa valorizar a língua materna indígena. Intercultural onde tenha o diálogo com outras culturas”, afirma a especialista em educação indígena, Maria Ilma.

O Território Krikati, em Amarante, tem uma área de 146 mil hectares e conta com seis aldeias em todas elas tem escolas, mas a maioria está em péssimas condições Na aldeia raiz o prédio foi construído em 2002, mas segundo os índios falta material didático e condições de trabalho para os professores.

São essas e outras distorções que o acordo firmado entre o MPF e a Seduc, assinado em março de 2012, tenta resolver, mas até agora, pouca coisa saiu do papel. O documento exige soluções para a recuperação da estrutura das escolas, entrega do material didático adequado e específico, formação de professores índios, a elaboração das diretrizes para educação indígena com currículo próprio e a apresentação de um projeto para a criação da carreira de magistério indígena.

Segundo a professora Maria Ilma, são justamente essas condições e uma educação adequada que vão garantir os costumes e rituais, além do fortalecimento da identidade cultural de cada povo.

A educação escolar indígena é ministrada para alunos do Ensino Fundamental e Médio, numa faixa etária que vai de seis a 14 anos de idade, apenas em poucas aldeias é oferecida a educação infantil. Do total de 886 professores contratados para educação, apenas 497 índios, destes somente 42 professores estão em formação superior e fora do Estado, enfrentando dificuldades por falta do repasse do dinheiro para se manter no local do curso.

Para o diretor da Unidade Regional de Educação de Imperatriz (Urei), Agostinho Noleto, a equipe de educação indígena da regional tem visitado constantemente as aldeias e o já foi feito um levantamento das condições das escolas indígenas da região. A burocracia atrapalha muito, mas é determinação do governo do Estado resolver essa situação. Kits escolares já foram distribuídos para os índios e a busca por educação indígena de qualidade é a meta da Seduc.

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