Copa América

Nos EUA com a Seleção, Danilo fala sobre carreira: "É sempre gratificante estar aqui"

Em entrevista à CBF TV, Danilo falou sobre o orgulho de jogar na Seleção, liderança e revelou ser um apaixonado pelo conhecimento.

Com informações da CBF

Danilo em treino da Seleção Brasileira
Danilo em treino da Seleção Brasileira (Rafael Ribeiro/CBF)

ORLANDO - Multicampeão, o lateral Danilo é uma referência na Seleção Brasileira. Com 56 partidas pela Amarelinha, o jogador da Juventus ganhou títulos nacionais por todos os clubes que defendeu: Liga Portuguesa (Porto), La Liga (Real Madrid), Premier League (Manchester City) e Serie A italiana (Juventus). Ele conquistou também a Libertadores pelo Santos e duas Champions League.

Desde a semana passada, o mineiro de Bicas treina em Orlando sob o comando de Dorival Júnior em busca de um título inédito na carreira: a Copa América.

"Tenho algumas coisas que estão me guiando nesse início de preparação. Fiquei fora de duas Copas Américas em 2015 e em 2016 por causa de uma lesão no tornozelo e perdi a final de 2021. Então, eu tenho um sentimento que a Copa América ainda me deve qualquer coisa", afirmou o lateral de 32 anos, que foi convocado pela primeira vez em 2011.

"Estou com um sentimento de me preparar da melhor maneira possível, de dar a minha contribuição da melhor forma. Como falei, acho que a Copa América me deve qualquer coisa e eu vim aqui para buscar", acrescentou.

Danilo é um dos líderes do grupo convocado por Dorival Júnior para a disputa da Copa América, que será aberta no dia 20.

Além das boas atuações nas duas últimas partidas do Brasil, ele chamou a atenção pelo discurso emocionado no vestiário de Wembley pouco antes da Seleção entrar em campo e vencer os ingleses por 1 a 0, em março. O amistoso marcou a estreia de Dorival Júnior no comando da Seleção. 

Em entrevista à CBF TV, Danilo falou sobre o orgulho de jogar na Seleção, liderança e revelou ser um apaixonado pelo conhecimento. "Estudar psicologia está no meu radar. É uma das coisas que me apaixona", afirmou o lateral.

SONHO NA SELEÇÃO 

É sempre gratificante estar aqui na Seleção. Muito mais do que o compromisso, muito mais do que o trabalho, muito mais do que objetivar ganhar coisas. É um orgulho sempre vestir a camisa da Seleção Brasileira. Por mais que eu esteja aqui já há muitos anos, é sempre um sentimento de euforia, um sentimento de cumprir um sonho mesmo. Então, acho que esse orgulho, essa alegria é o que guia o nosso trabalho cada vez que a gente vem para o ambiente da Seleção Brasileira e começa a preparação para um bom torneio. 

BUSCAR A COPA AMÉRICA 

Algumas coisas estão me guiando nesse início de preparação para pensar na Copa América. Fiquei fora de duas Copas Américas 2015 e 2016 por causa de uma lesão no tornozelo e perdi a final de 2021. Então, tenho um sentimento que a Copa América ainda me deve qualquer coisa nesse sentido. Estou com um sentimento de me preparar da melhor maneira possível, de dar a minha contribuição da melhor forma. Como falei, acho que a Copa América me deve qualquer coisa e eu vim aqui para buscar.

PRIMEIRA CONVOCAÇÃO 

Já se vão muitos anos. Foi em julho de 2011, me lembro muito bem dos detalhes. O treinador era o Mano Menezes. Estava na Colômbia com a Seleção sub-20, nós fomos campeões mundiais naquele momento. Estava no trajeto para disputar a semifinal. Estava no aeroporto e ali com o telefone olhando a rede social. Sabia que teria a convocação. Fiquei ali vigiando quietinho sem fazer muito barulho e quando eu vi ali meu nome na lista mostrei para o Casemiro, que estava ao meu lado e é um grande amigo. A gente compartilhou aquele momento ali um pouco só nós dois de forma tranquila. Foi um momento muito marcante. Representou um divisor de águas na minha carreira.

CONVOCAÇÃO PARA A COPA AMÉRICA  

Meu sorriso fala por si só. Estar aqui na Seleção Brasileira representa sempre o passo mais importante da carreira do jogador. E seguir aqui por 13 anos, prestes a completar 33 anos de idade, é ainda mais gratificante. Mostra que eu fui linear no meu trabalho, que segui uma conduta com dedicação. Sempre procurei evoluir, estar na minha melhor condição e assim poder ser chamado mais uma vez. 

LIDERANÇA 

Existe o tempo certo da conversa, o tempo certo da intervenção com a fala. A maior parte é pelos atos. Mostrar nos treinamentos, na conduta, no dia a dia, o quão grande é vestir a camisa da Seleção Brasileira. A minha maneira de inspirar (os mais jovens) é demonstrando que depois de tanto tempo treino com muita intensidade.

E, claro, procuro, quando é o momento justo, fazer as intervenções pela conversa, de contar histórias e humanizar aquilo que é a minha trajetória, fazer com que eles também se sintam parte de tudo isso que a gente está tentando construir. 

DESABAFO EM WEMBLEY

A Inglaterra estava sendo tratada como a maior Seleção, como a favorita. Mas a gente tem que entender o quanto pesa a camisa da Seleção Brasileira, o quanto é importante a história que tem por trás da Seleção Brasileira. Quando nós estamos aqui é uma escolha, é um chamado e é uma coisa que precisa ser externada. Nós trabalhamos, tem orgulho, tem dedicação, tem empenho. Assumir a nossa parte. Mostrar essa forma muito mais humanizada, da vontade de estar aqui dentro, do frio na barriga, sabe, do orgulho, da emoção. Então, era muito mais um chamado, muito mais do que uma resposta para qualquer pessoa. 

Era um chamado para uma responsabilidade, um chamado para a união de todas as frentes. A gente tem muito trabalho pela frente e acho que cada um tem que dar sua contribuição.

MAIS PRELEÇÕES NA COPA AMÉRICA

Sim. É importante. Tenho minha parcela de responsabilidade, de contribuição nesse aspecto, de fala. O mais legal dessa Seleção Brasileira é que cada um está assumindo a sua responsabilidade. Estão nascendo novos líderes, novas falas, novas formas de se ver e enfrentar os desafios E que eles tenham espaço com o Paquetá, o Bruno, o Rafinha, toda essa galera que tá crescendo E cheia de vontade, cheia de vigor, tem o seu espaço como líder, como exemplo a ser seguido dentro da Seleção. E que ocupem o seu espaço, essa é a coisa mais bonita de se ver.

GRATIDÃO 

Isso não é uma coisa habitual (jogar na Seleção) por mais que seja uma coisa de muitos anos. Eu sempre me comparo com aquele garoto lá de Bicas, que jogava no campinho de terra. Nunca me faltou nada na minha casa, mas as condições eram limitadas. Eu não trato isso (o privilégio de jogar em grandes clubes e na Seleção) como normal. A cada dia, sou muito grato pelas condições que eu tenho de trabalhar e ainda assim trabalhar vestindo a camisa da Seleção Brasileira. Então, eu imaginava jogar pela Seleção Brasileira, eu objetivava desde sempre, mas isso não é uma coisa normal para mim.

ESTUDAR

Morei em Bicas até os meus 14 anos. Comecei a jogar de uma forma mais séria em Juiz de Fora, que é uma cidade vizinha. Depois dos 14 anos, eu fui para o América-MG e iniciei a minha trajetória. Eu estudei até o segundo ano no ensino médio, infelizmente. É uma coisa que eu pretendo retomar quando eu deixar de jogar futebol. Mas eu nunca deixei de fazer os meus estudos, nunca deixei de tentar crescer como pessoa, como ser humano, de me integrar cada vez mais com o ambiente que se vive. 

As coisas vão evoluindo, vão mudando. Precisamos estar por dentro de tudo, não estar vivendo num mundo paralelo. Isso é até um conselho, uma palavra que eu dou, mesmo aqueles que estão seguindo a carreira de futebol, que estão buscando o seu espaço no futebol, quanto mais tempo puder passar na escola, quanto mais tempo puder estudar e buscar se formar, eu acho que é uma coisa importante para um crescimento pessoal. Isso faz sempre ser melhor a pessoa.

PSICOLOGIA  

Tenho muitos objetivos ainda na carreira, né? Eu acho que a vida só acaba quando você deixa de ter objetivos e sonhos. Certamente, estudar psicologia está no meu radar. É uma das coisas que me apaixona. Ë uma das coisas que eu gosto muito dessas relações interpessoais, entender como funciona o cérebro humano, se é que existe esse entendimento. 

Mas tenho muitos outros sonhos. Gosto muito de comunicação também. Tenho também muitos outros sonhos de poder passar domingos e finais de semana tranquilos em família, entre amigos.

Então, cada coisa no seu tempo. Neste momento, sou muito lisonjeado e feliz por estar vivendo isso aqui, por estar tendo a oportunidade de viver mais uma vez isso aqui . Quando chegar o momento, se eu tiver que falar basta com o futebol, eu ainda terei muitos sonhos e objetivos.
 

 

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