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Coluna Via Digital por Lucia Camargo Nunes, economista e jornalista especializada no setor automotivo.
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Vendas de veículos crescem, mas juros travam a recuperação

Locadoras salvam o trimestre, ainda marcado pela falta e peças e resfriamento da demanda. Aumento da importação de veículos também preocupa Anfavea.

Lucia Camargo Nunes*

Fábrica Mercedes foi uma das que pararam produção. (Foto: Divulgação / Mercedes)
Fábrica Mercedes foi uma das que pararam produção. (Foto: Divulgação / Mercedes)

O primeiro trimestre foi repleto de desafios para a indústria automotiva, com oito paradas de fábricas e dois cancelamentos de turnos. Para veículos pesados, houve redução de cerca de 30% do volume de produção.

Nos leves, as vendas para locadoras aumentaram 93% em março, representando 40% do crescimento total do mercado, muito em função do arrefecimento da demanda do varejo neste ano.

De janeiro a março foram produzidos 538 mil autoveículos, apenas 8% a mais que no início do ano passado, quando a crise dos semicondutores estava no auge.

“A diferença é que no ano passado o motivo era somente a falta de componentes, enquanto agora já há outros fatores provocando férias coletivas, como o resfriamento da demanda”, explicou Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, lembrando que há novas paralisações anunciadas para abril.

As vendas acumuladas de autoveículos no trimestre foram de 472 mil unidades, alta de 16,3% sobre 2022. “A fotografia do momento seria pior se não fossem as boas vendas para locadoras em março, 28% do total. Essas empresas ainda têm uma considerável demanda reprimida, mas isso não vai sustentar nossos volumes por tanto tempo caso não haja uma reação mais forte no varejo, o que depende de melhorias nas condições de financiamento, entre outras medidas para reaquecer o mercado”, analisou Leite.

Leite também chamou a atenção para a participação das importações de veículos: os carros vindos de fora representaram 13,8% do total das vendas – sendo que 3,1% vêm de países sem acordos bilaterais (como México e Argentina, que somam 10,7%). “Tivemos aumento de 50% das importações extrazona (Europa, EUA, Ásia, etc.), enquanto o mercado interno está estável. Temos levado essa reflexão ao governo”, comentou o presidente da Anfavea.

Tracker ganha duas novas versões

A Chevrolet lança duas novas versões da linha 2024 do Tracker com propostas diferentes. A RS é uma opção mais esportiva, equipada com motor 1.2 turbo de até 133 cv e câmbio automático de 6 marchas. Além dos detalhes em preto nos acabamentos externos e internos, a RS traz rodas aro 17” com acabamento preto High Gloss, grade estilo colmeia, faróis em full LED com máscara negra, revestimento de couro preto e costura vermelha e teto solar panorâmico por R$ 159.750.

A Chevrolet lança duas novas versões da linha 2024 do Tracker com propostas diferentes. (Foto: divulgação)
A Chevrolet lança duas novas versões da linha 2024 do Tracker com propostas diferentes. (Foto: divulgação)

Já a versão Midnight, com motor 1.0 turbo de até 116 cv e câmbio automático, também traz acabamentos escurecidos, como detalhes em preto brilhante na grade frontal, retrovisores externos e apliques centrais dos para-choques, rodas de 17”, faróis com máscara negra, volante de base reta e bancos pretos com costura cinza. O Tracker Midnight tem preço sugerido de R$ 141.960.

Volks cria fintech que promete facilitar crédito

A Volkswagen do Brasil e a Volkswagen Financial Services anunciaram o lançamento da Vou, uma fintech com o objetivo de melhorar o acesso ao crédito de parceiros de negócios, fornecedores e concessionários.

Em um primeiro momento, a nova plataforma financeira digital opera apenas com pessoas jurídicas. Empresas de qualquer porte podem abrir uma conta na Vou e ter acesso a produtos de gestão de caixa, como antecipação de recebíveis a taxas atrativas e competitivas – a Volks, contudo, não detalhou as taxas que oferece.

Ciro Possobom, CEO da Volkswagen do Brasil, disse que as empresas tinham essa carência. “Elas precisam antecipar pagamentos e estão com dificuldade de acessar o crédito, escasso e com altas taxas”, afirma. “Nosso modelo de negócio, de vender carro e peças, pode ficar mais forte ainda com nossos serviços.”

É o primeiro grupo de mobilidade a entrar nesse segmento digital. As transações da ordem de R$ 33 bilhões por ano e mais de 2.700 empresas conectadas diretamente (2.200 fornecedores e 478 concessionários) permitiram que a Volks abrisse esse novo caminho.

Rodrigo Capuruço, CEO da Volkswagen Financial Services Brasil e América do Sul, observa que o mercado financeiro evoluiu com simplificação de processos e maior competitividade. “Vimos uma oportunidade. Vamos conceder crédito e oferecer solução a um ecossistema simples, acessível, digital e com uma proposta de valor que faça sentido”, completa Capuruço.

*Lucia Camargo Nunes é economista e jornalista especializada no setor automotivo, editora do portal www.viadigital.com.br e do canal @viadigitalmotors no YouTube. E-mail: lucia@viadigital.com.br.

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