PH Revista: Vernissage de “Cenas da Vida”
E mais: O tempo das manhãs trêmulas
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Desconfiança e esperança
A COP30, em Belém (PA), começa oficialmente na segunda-feira sob um ceticismo que é apenas fruto dos resultados das conferências do clima anteriores.
O histórico mostra governos concordando com a urgência de cortar as emissões de gases causadores do efeito estufa para frear o aquecimento do planeta, mas tergiversando quando são instados a implementar as ações necessárias como uma busca efetiva para diminuir a dependência de combustíveis fósseis.
Os países ricos, provocados a financiar a transição energética nos emergentes, igualmente escapam de assumir esse compromisso.
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Esta coluna faz coro com o jornal gaúcho Zero Hora quando diz que o grande desafio da COP30, é fazer com que as nações que ao menos compreendem a gravidade da situação e se dizem dispostas a fazer a sua parte passem das palavras à execução.
O desfecho do evento realizado no coração da Amazônia dirá se haverá outra frustração ou se será possível acordar um mapa do caminho para enfrentar de fato os temas mais inquietantes.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente alertou, no início do mês, que é improvável alcançar a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C até o final do século, definida pelo Acordo de Paris, 10 anos atrás. O planeta, febril, se encaminha para um aumento da temperatura de até 2,5°C na comparação com a era pré-industrial.
Os resultados podem ser catastróficos, como bem sabem os maranhenses, que ainda tentam se reerguer das enchentes destruidoras do ano passado e veem estiagens recorrentes espalhar prejuízos.
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Para superar a desconfiança e semear esperança, a COP30 precisaria ser finalizada com planos críveis formados por etapas bem definidas, prazos e metas.
É preciso respostas sobre como viabilizar a diminuição paulatina do uso de combustíveis fósseis, como zerar o desmatamento das florestas tropicais, como estruturar mecanismos para nações em desenvolvimento financiarem a sua transição energética e como acelerar a adaptação para um clima que já mudou e, indica a ciência, tende a ficar mais hostil.
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O Brasil, que tenta ser um líder no tema, é pródigo em contradições. Prega a necessidade de o mundo se afastar dos combustíveis fósseis, mas renova as apostas na exploração do petróleo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirma que a matriz suja financiará a energia verde. Esse é um exemplo da dificuldade de harmonizar o discurso idealista com a vida real, diante de uma economia ainda muito dependente do petróleo.
Parece ser promissor, por outro lado, o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, lançado pelo Brasil na quinta-feira, durante a cúpula de líderes, evento pré-COP.
Não são poucos ou banais os impasses que a COP30 precisa solucionar. Vencê-los dependerá, em primeiro lugar, da disposição dos países de estabelecer um ambiente de colaboração para agir em conjunto contra a crise climática.
Entre as delegações, há preocupação e esforço de salvar o pacto do clima, ressaltando a implementação de iniciativas, com a adoção de medidas adicionais para não ficar só na retórica
Um encontro entre o fracasso e a esperança.
O tempo das manhãs trêmulas
Já em fase de pré-venda, o novo livro da poeta Laura Amélia Damous, “O tempo das manhãs trêmulas”.
À guisa de apresentação: “A obra confirma – com a serenidade de quem sabe o peso da palavra – que a emoção é um motor possível e necessário para a poesia. Não a emoção derramada, mas a que se ergue do silêncio, da escuta funda, do gesto preciso: ‘a palavra que se esconde… às vezes se liberta e procura por mim’. É dessa fidelidade ao ímpeto sensível, filtrado por rigor e concisão, que nascem os poemas deste livro, maduros sem perder a vertigem do primeiro assombro”.
No livro, a memória não é vitrine: é rio – o Turi da infância que volta como ladainha e naufrágio –, é música de flauta no pai, trança na mãe, é visitação dos vivos e dos mortos nas frestas da lembrança. A noite, presença quase física, espalha-se em estrelas e presságios; a religiosidade, herdada e questionada, transforma-se em oração, penitência, pacto com as musas. Entre a casa e o cosmo, entre Bizâncio e o Maranhão, a poeta desenha um mapa de perdas e lampejos em que o mínimo contém o abismo.
Ao leitor, oferece-se um inventário do sensível: a estrela mínima que deseja existir fora de qualquer rastro; a boca que pede trancas para não ferir; os jasmineiros tontos, a lua embriagada, o mar cinza que guarda cinzas. Se há mágoa, ela pesa como pedra; se há amor, ele se anuncia em claridades de manhã. Tudo se organiza na tensão entre a aceitação e a rebeldia, entre a serenidade e o tremor – esse pulso que dá nome ao livro e o perpassa como seiva. Lidos em sequência, os poemas compõem uma casa arejada de muitos cômodos: passamos por eles tocados, sem idealizações e sem medo de nos perder.
E se nos perdemos, tanto melhor: a poeta nos devolve mais vivos, porque a sua linguagem, fiel à vocação e à experiência, ainda sabe aquilo que Yeats soube e que a infância confirma – que a travessia, quando verdadeira, nos encontra.
Em “O tempo das manhãs trêmulas”, a poesia volta a ser essa travessia. E Laura, com voz única, nos conduz.
DE RELANCE
Homenagem no TRT-MA
Em cerimônia que será presidida pela Desembargadora Márcia Andrea Farias da Silva, presidente do TRT-MA, no dia 19 de novembro, às 10h, no Auditório Ari Rocha, localizado na sede do Tribunal, no bairro da Areinha, em São Luís, serão homenageadas personalidades e instituições que se destacaram por suas relevantes contribuições à Justiça do Trabalho, à cidadania e à promoção da justiça social, com a Ordem Timbira do Mérito Judiciário do Trabalho, a mais alta Comenda do TRT-MA da 16ª Região.
Entre os agraciados deste ano, na categoria Grande-Oficial, está o advogado Júlio Moreira Gomes Filho, presidente reeleito da Academia Maranhense de Letras Jurídicas (AMLJ).
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Considerado um dos mais atuantes profissionais de sua geração, Júlio Filho também exerce as funções de vice-presidente do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Maranhão (CCLBMA) e diretor-tesoureiro do Instituto Beneficente Áurea Faria.
Sócio-administrador do escritório Moreira Gomes & Vilas Boas Advogados Associados, Júlio Moreira Gomes Filho construiu uma trajetória sólida nos campos do Direito Empresarial e Trabalhista, sendo amplamente reconhecido por sua competência técnica, dedicação à advocacia e relevantes serviços prestados à sociedade maranhense.
A condecoração com a Ordem Timbira representa mais um marco em sua carreira e um reconhecimento público ao seu comprometimento com a justiça, a ética e o fortalecimento das instituições jurídicas do Maranhão.
O desafio dos presídios
O debate nacional sobre segurança pública deflagrado pela ação policial que deixou mais de 120 mortos no Rio de Janeiro não deu a devida importância, até o momento, a um ponto fundamental de qualquer política destinada a pacificar as ruas: a necessidade de reorganizar o sistema prisional brasileiro, que hoje funciona, na prática, como embrião de facções, é pouco efetivo na ressocialização e enfrenta graves problemas de infraestrutura e gestão.
A conversão das cadeias em masmorras insalubres e disfuncionais, por representar a imposição de um suplício adicional a quem foi privado da liberdade por cometer crimes graves, é vista com indiferença por uma parcela da população traumatizada pela violência urbana, mas é preciso compreender que quem paga o preço da falência prisional não é somente o detento.
A sociedade como um todo sofre os reflexos das mazelas carcerárias.
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Um levantamento do Observatório Nacional de Direitos Humanos, ligado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, revela que o número de presos quase quadruplicou desde o ano 2000, chegando a 850 mil no ano passado.
A escalada no encarceramento coincide com o fortalecimento das facções que aterrorizam boa parte do território nacional.
Não se trata de defender um freio às condenações – quem descumpre a lei deve arcar com as penas previstas.
Em vez disso, urge garantir condições mínimas de infraestrutura e segurança, retomar o controle das galerias e ampliar as políticas de educação e trabalho para fazer com que o ingresso no sistema penal deixe de resultar em formação de mão de obra para as mega quadrilhas.
Estado ausente
O que vemos nas comunidades dominadas pelo tráfico é o retrato do abandono. O Estado some – não há escola, urbanização, saúde nem presença institucional. Apenas o crime ocupa o espaço deixado pelo poder público.
Quando o Estado finalmente entra, vem armado, e logo vai embora. Falta educação, faltam leis firmes contra o tráfico, sobra um sistema carcerário falido e um Judiciário ineficiente.
Enquanto o Estado se omitir, o tráfico continuará sendo o governo paralelo.
A ausência do Estado é a verdadeira raiz da violência - e é ele quem precisa ser cobrado..
Hoje tem Luau do Pinto
Este sábado marca a volta do tradicional Luau Samba do Pinto, que promete uma noite inesquecível para os amantes do samba e da boa música.
A festa de hoje, que já é marca registrada do calendário cultural maranhense, celebra 13 anos de história com uma edição especial na Quinta do Lago, na Avenida Litorânea, Olho D’Água, a partir das 18h.
Com uma vista privilegiada do pôr do sol de frente para o mar, o evento reunirá grandes nomes da cena musical de São Luís.
Sobem ao palco, por exemplo, Neyzinho (Argumento), Manoel Pires e Robert (Dois é Bom) e Léo Wadie feat Pv (Baile do Pv), além da tradicional Feijoada Completa e do DJ Blemmyes, garantindo uma mistura perfeita entre samba, pagode e boa energia.
Ou seja, o retorno do Luau do Pinto vem cheio de novidades e promete uma experiência exclusiva.
História Ilustrada do Vestuário
Vale a pena ler, ou reler, o livro “História Ilustrada do Vestuário”, uma obra de referência ricamente ilustrada que combina dados históricos com estudos de dois grandes artistas gráficos do século 19: Auguste Racinet e Friedrich Hottenroth.
Apresentados cronologicamente e divididos por temas, os desenhos acompanham textos de especialistas e trazem ricas informações sobre a história da vestimenta.
As ilustrações das silhuetas revelam as variações das formas, modelos e cortes em cada época, e as notas chamam a atenção para motivos recorrentes até os dias atuais. E traz, ainda, um capítulo sobre acessórios e um glossário abrangente.
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A obra revela o percurso da moda através dos séculos e traz um capítulo exclusivo sobre acessórios. E apresenta uma rica pesquisa baseada em dados históricos e informações descritivas da indumentária do Egito antigo até o final do século XIX.
Organizado por Melissa Leventon, o livro traz informações inéditas, estudos e ilustrações de dois artistas gráficos clássicos.
O trabalho dos dois mestres é apresentado de forma cronológica e dividido por temas, revelando o percurso da moda através dos séculos e detalhando os estilos do vestuário e dos acessórios.
Classe médica em festa
Criado em 2017 pelo Grupo Dom Medicina, o evento anual Noite da Medicina Maranhense celebra a dedicação profissional, o legado e a grande contribuição dos médicos maranhenses. E em especial, homenageia de forma especial 10 médicos (as) maranhenses a cada edição.
Esse ano o evento acontecerá na próxima quarta-feira (12/11) às 19h no Vila Realle Buffet; em uma promoção conjunta das empresas Dom Medicina Diagnóstica; Dom Hospital; CTR Medicina Diagnóstica; Vitalmed; Inlab/ Grupo Fleury e HRO.
Os médicos serão brindados com show do cantor Jamilson Jackson numa noite preparada com muito carinho para celebrar a classe médica maranhense, que não mede esforços para curar e salvar vidas.
Simpósio de Direito Eleitoral
A Escola Judiciária do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão realizou hoje (03/11) o “Simpósio de Direito Eleitoral: Integridade do Processo Eleitoral e o Papel das Instituições no Fortalecimento da Democracia”, no Auditório Alberto Abdalla, na FIEMA.
O evento promoveu discussão sobre os desafios enfrentados pela democracia na era digital, o papel das instituições na sua preservação e o fortalecimento democrático, especialmente no combate à desinformação.
Estiveram presentes o Desembargador Paulo Velten, presidente do TRE-MA; a Ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE, e o Ministro Flávio Dino, membro do STF, além de membros do TRE do Maranhão e de São Paulo, e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
O vice-presidente executivo da FIEMA e presidente do Centro das Indústrias do Estado do Maranhão (CIEMA), Cláudio Azevedo, representou a Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA) no simpósio.
Para escrever na pedra:
“Não existem razões erradas para se gostar de uma obra de arte. Existem razões erradas para não se gostar de uma obra de arte”. Do austríaco Ernst Gombrich.
TRIVIAL VARIADO
Grammy: Caetano Veloso e Maria Bethânia foram indicados ao Grammy na categoria melhor álbum de música global.
No Mamma: A confraria liderada por César Bandeira marcou a reunião deste sábado no Mamma Restaurante, no Calhau.
Tome nota: o CNPJ terá letras e números a partir de julho de 2026; formato vai permitir 3 trilhões de combinações.
Luto: faleceu na noite de ontem a odontóloga Maria do Livramento Mondego Freire. Ela foi casada com o jornalista Pedro Freire, com quem teve dois filhos. O velório ocorre na tarde de hoje no Salvatore Funeral. E o sepultamento, no cemitério Jardim da Paz.
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