Carnaval em São Luís

A poucos dias do Carnaval, artistas e produtores demonstram preocupação por falta de incentivos

Trabalhadores do segmento tentam resgatar o carnaval, mas se sentem desvalorizados pela falta de apoio.

Fabiana Serra/Na Mira

Atualizada em 11/02/2023 às 09h47
Alegorias em barracão de escola de samba.
Alegorias em barracão de escola de samba. (Foto: Arquivo)

SÃO LUÍS - Com o Carnaval se aproximando, as expectativas de quem trabalha com a festa não são as melhores. Depois de dois longos anos de pandemia, agora a falta de incentivos a cultura é o grande empecilho.

Para o artista plástico Rogério Berredo, a maior preocupação é a falta de espaço para expor as obras. Ele teme ainda que não dê tempo para o poder público se mobilizar até a chegada do Carnaval.

“Este ano, ao contrário do ano antes da pandemia, tenho produção, mas não tenho espaço para expor minhas máscaras, bem como minhas miniaturas de fofão”, afirma Rogério.

Não só ele, mas também outros artistas compartilham dos mesmos anseios. Segundo a artista plástica Ivana Pinto, o custo dos materiais aumentou consideravelmente, o que dificulta ainda mais a confecção dos produtos. Aliado a isso, as vendas também não estão compensando.

Ivana ressalta ainda que seu maior desejo era fazer o resgate da tradicional figura do Carnaval maranhense. “Nós queremos trazer o fofão de volta às ruas, as crianças e adolescentes não tem o conhecimento de como era no passado.”

“Não se produz uma escola de samba em 15 dias”

Outro setor que foi afetado pela falta de incentivos foram as escolas de samba. Apesar da Prefeitura de São Luís ter feito o repasse nesta semana, ainda faltam os recursos por parte do governo do Estado.

De acordo com Washington Coelho, carnavalesco da Turma do Quinto, as expectativas eram de “dar sustentação financeiras às agremiações carnavalescas que sofreram impactos incalculáveis na sua cadeia produtiva.”

“Não se produz, por exemplo, uma escola de samba em 15 dias. Embora as agremiações carnavalescas tenham realizado atividades referentes ao Carnaval, ainda dependem dos recursos públicos para atenderem suas demandas”, disse.

A falta de verba afetou a produção de fantasias, indumentárias e instrumentos musicais usados nos desfiles que acontecerão na Passarela do Samba, no Centro Histórico da cidade.

Pedro Padilha, carnavalesco da Favela do Samba, destaca que o valor dos recursos é o mesmo dos anos pré-pandemia, no entanto os materiais para a produção só ficaram mais caros. Segundo ele, o trabalho tem sido feito a partir do reaproveitamento do que eles já possuem.

Em nota, a Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (Secult), informou que 70% dos recursos a serem repassados às escolas de samba e blocos tradicionais foram pagos na última quarta-feira (8), sob uma ressalva: o pagamento depende da apresentação da nota fiscal de cada agremiação.

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