MUNDO - A linha do tempo em “Stranger Things” avança devagar, apenas quatro anos se passaram desde que Hawkins mergulhou em eventos sombrios e conheceu a poderosa Onze. Mas, no mundo real, o relógio correu muito mais rápido. Quando os quatro primeiros episódios da temporada final estrearem nesta quarta-feira (26), já terão se passado mais de nove anos desde que a série virou um fenômeno global em 2016. Com isso, o público reencontra protagonistas que cresceram diante das câmeras, equilibrando o desafio de interpretar adolescentes enquanto vivem a idade adulta.
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Millie Bobby Brown, que tinha 12 anos na primeira temporada, reflete sobre esse amadurecimento paralelo ao de sua personagem. “Eu e a Onze crescemos juntas”, disse em entrevista ao g1. “Ela era tão perdida quanto eu era. Tudo o que aprendi ao longo da minha infância trouxe para ela.” Noah Schnapp, que interpreta Will, compartilha sensação similar: “Eu era aquele garoto tímido e inocente. Revisitar cada fase do personagem me mostra o quanto nós dois mudamos. Nunca estive tão confiante.” Esse vínculo construído ao longo da década torna a despedida emocional não apenas para o público, mas para o elenco que viu seu próprio crescimento retratado na ficção.
Volume 1 reúne o grupo e reforça protagonismo de Will Byers
A Netflix lança a temporada final em três partes: o primeiro bloco chega nesta quarta; mais três episódios serão disponibilizados em 25 de dezembro; e o capítulo final, a despedida derradeira, estreia em 31 de dezembro, sempre às 22h. A trama retoma imediatamente as consequências da quarta temporada, com Hawkins sob quarentena militar e Vecna preparando sua ofensiva mais perigosa.
Diferente do ano anterior, a turma está reunida novamente. O grupo se prepara para o confronto final contra Vecna (Jamie Campbell Bower) enquanto tenta sobreviver ao cerco militar imposto à cidade. Os primeiros minutos já revelados destacam o papel central de Will Byers, agora mais seguro, emocionalmente maduro e conectado ao cerne da narrativa. Para Schnapp, essa evolução é marcante: “Nós dois amadurecemos a esse ponto. Entrar nesta temporada me deu a sensação de estar mais preparado do que nunca.”
Fenômeno cultural segue vivo
Desde a estreia em 2016, Stranger Things ultrapassou o status de série e se transformou em um ecossistema próprio dentro da cultura pop. Livros, HQs, games, produtos licenciados, spin-offs e até uma peça na Broadway expandiram o universo criado pelos irmãos Duffer. Em 2026, a animação “Stranger Things: Tales from '85” levará os fãs a novos cantos de Hawkins.
Ainda assim, o destino da franquia na Netflix ganhou contornos incertos. Os criadores assinaram um contrato de exclusividade com a Paramount para novos projetos, o que significa que nada inédito além do universo Stranger Things irá para a plataforma. Mesmo assim, os Duffers seguem ligados a duas séries que chegam no próximo ano: “The Boroughs” e “Something Very Bad Is Going to Happen”, cujo título traduzido, “Algo muito ruim vai acontecer”, parece até um prenúncio para o clima de despedida que marca esta fase final.
Enquanto isso, a popularidade da série permanece intacta. Na semana de 17 a 23 de novembro, as quatro temporadas de Stranger Things entraram simultaneamente no Top 10 da Netflix. A temporada de estreia chegou ao terceiro lugar, ficando atrás apenas de “O Monstro em Mim” e “Absentia”. Um feito raro que evidencia a força duradoura da produção e o apetite dos fãs por revisitar a saga antes do capítulo final.
Com elenco amadurecido, história consolidada e um final aguardado há quase uma década, Stranger Things retorna para concluir um ciclo que marcou a TV, o streaming e toda uma geração. O Mundo Invertido pode estar com dias contados, mas o impacto da série promete atravessar muitos anos além de Hawkins.
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