Feminicídio

Prisão de PM suspeito de matar companheira em Coroatá é confirmada pelo secretário Jefferson Portela

O policial militar Gilgleidson Pereira Melo foi preso, no início da tarde desta sexta-feira (9), em Timon.

Imirante.com, com informações da Mirante AM

Atualizada em 30/04/2022 às 07h38
PM Gilgleidson Pereira Melo (esquerda) e Ana Carolina da Silva Carvalho (direita).
PM Gilgleidson Pereira Melo (esquerda) e Ana Carolina da Silva Carvalho (direita). (Foto: Divulgação)

COROATÁ – O Secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela, em entrevista ao programa Rádio Patrulha, da Mirante AM, na tarde desta sexta-feira (9), confirmou a prisão do cabo da Polícia Militar do Maranhão (PMMA), Gilgleidson Pereira Melo, suspeito de matar a namorada, identificada como Ana Carolina da Silva Carvalho, de 17 anos. O crime aconteceu na segunda-feira (5), em Coroatá, município a 251 km de São Luís, e será investigado como feminicídio.

De acordo com Jefferson Portela, o PM Gilgleidson Pereira Melo foi localizado e preso na cidade de Timon, no início da tarde desta sexta-feira, após a delegada Wanda Moura, chefe do Departamento de Feminicídio da Capital ter formalizado o pedido de prisão preventiva do PM, que foi prontamente deferido pela juíza plantonista da comarca de Coroatá.

Ainda segundo Jefferson Portela, de imediato, as buscas ao PM Gilgleidson Pereira Melo foram iniciadas, tanto por equipes da Polícia Civil, quanto da Polícia Militar, que conseguiram localizar o suspeito e prendê-lo em Timon. “Neste momento, estamos deslocando o helicóptero de Presidente Dutra para fazer o recambiamento para São Luís. Nós estamos em Coroatá, já conversamos com os familiares, com a população, informamos que a Lei seria cumprida, inevitavelmente. Após coletiva de imprensa, vamos voltar para retornada, imediatamente, dos trabalhos em São Luís”, disse o secretário.

Jefferson Portela, em entrevista, também falou que a delegada Wanda Moura esteve no local dos fatos e conversou com os moradores, que contestaram a versão do PM, que afirmava que a namorada foi baleada após um tiroteio na casa em que o casal morava. “Essa casa fica a 900 metros do quartel da Polícia Militar. Não houve pedido de socorro, não houve reação de captura aos autores citados. Nenhum fato foi constado no sentido de dar veracidade à alegação do ataque de criminosos contra a casa”, informou o titular da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP).

Entenda o caso

O corpo de Ana Carolina da Silva Carvalho foi encontrado no interior do sítio onde residia com o policial militar. O crime aconteceu na última segunda-feira (5), na rua Campo Agrícola, bairro Mocó, em Coroatá.

No início da manhã desta sexta-feira, a delegada Wanda Moura chegou a confirmar a prisão do PM Gilgleidson Pereira Melo. Entretanto, às 12h25, a Polícia Civil do Maranhão, por meio de nota, afirmou que o militar não havia sido preso. A prisão só foi realizada e confirmada, de fato, no início da tarde.

Mudança de comando

Após o fato envolvendo o policial militar, o comandante do 24º Batalhão de Polícia Militar de Coroatá, major Frans, foi substituído da direção do BPM. Segundo o secretário Jefferson Portela, a autoridade policial não agiu corretamente na apuração do crime.

“Compete às autoridade policiais ouvir a narrativa de qualquer fato criminoso e compete, como consequência, a agir de acordo com a verdade. Uma narrativa inicial pode corresponder a verdade e pode corresponder a uma não verdade, uma inverdade. E cabe ao chefe de polícia local, o delegado, o comandante averiguar o que se deu. Porque nós estamos falando aqui de uma perda de uma vida humana por ação humana, portanto crime. Está lá o corpo baleado, crime. O fato é crime. Quem foi a autoria? Cabe as autoridades policiais definir. E a narrativa inicial se fosse questionada pelo comandante com rigor e pelo delegado, os dois teriam que autuar o autor do fato, sem nenhuma dúvida”, explicou Portela.

Ainda de acordo com Jefferson Portela, o novo comandante do 24º BPM, o major Luís Augusto, e os demais delegados responsáveis pelo caso vão checar todos os atos de polícia dentro do inquérito e averiguar o que foi feito que deve ser aproveitado e o que deixou de ser feito e deve ser apurado.

Ouça a entrevista do secretário Jefferson Portela à Rádio Mirante AM:

 

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