BRASÍLIA - O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), admitiu durante uma live, alterar a política de preços da Petrobras. De acordo com o presidente, não é possível permanecer com a precificação da forma como está, uma vez que há alta de preços de combustíveis.
"Você vive em um país que paga tudo em real e tem preço do combustível atrelado ao dólar. Ninguém entende", disse o presidente.
No mês de setembro, deputados de diversos partidos cobraram mudança na política de preços de combustíveis da Petrobras, que desde 2016 acompanha a variação do valor do barril de petróleo no mercado internacional e do dólar. É a chamada política de paridade internacional (PPI). O assunto foi discutido com o presidente da estatal na ocasião, Joaquim Silva e Luna, em comissão geral no Plenário da Câmara dos Deputados.
De acordo com o IBGE, a gasolina acumulava alta de preço de 31,1% entre janeiro e agosto, contra uma inflação geral de 5,7% (IPCA). O diesel e gás de cozinha (GLP) também concentram altas (28% e 23,8%, respectivamente). O valor dos combustíveis impacta a geração das usinas termelétricas movidas a gás natural e óleo diesel.
“Temos de ter uma política de preço capaz de não aviltar a situação das famílias do País”, disse o deputado Danilo Forte (PSDB-CE), autor do requerimento para a realização do debate. Para ele, a regra atual prejudica o País, que vive uma tripla crise (energética, econômica e sanitária). “A lógica do preço internacional é um fracasso para o Brasil”, disse na ocasião o deputado Bohn Gass (PT-RS).
Mesmo entre governistas, houve questionamentos. O deputado Cacá Leão (PP-BA) defendeu que a companhia reveja sua posição. “Pergunto se não chegou a hora da Petrobras, uma empresa que lucrou cerca de R$ 43 bilhões [2° trimestre de 2021], fazer um encontro de contas com o povo brasileiro”, afirmou Leão.
O deputado Igor Timo (Pode-MG) propôs que a companhia divulgue a fórmula que usa para reajustar o preço dos combustíveis. “Ela não deveria ser pública?”, perguntou.
O tema pode ser debatido no Congresso após a manifestação de Bolsonaro.
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