Coletiva de imprensa

Flávio Dino critica decisão de Bolsonaro em não querer comprar vacina chinesa contra Covid

O governador do Maranhão criticou Jair Bolsonaro, porque, um dia após o Ministério da Saúde sinalizar que pretendia adquirir a Coronavac, o presidente contradisse o órgão dizendo que a vacina não seria comprada.

Liliane Cutrim/Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h05
Governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), em entrevista coletiva, realizada na manhã desta sexta-feira (23).
Governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), em entrevista coletiva, realizada na manhã desta sexta-feira (23). (Foto: Reprodução/YouTube)

SÃO LUÍS - Em entrevista coletiva, realizada na manhã desta sexta-feira (23), o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), falou sobre a aquisição da vacina contra a Covid-19 e destacou que o Ministério da Saúde (MS) já havia sinalizado que pretendia adquirir a vacina que está sendo produzida pela parceria entre o Instituto Butantan e o laboratório chinês Sinovac, porém voltou atrás após o presidente Jair Bolsonaro afirmar que as vacinas não seriam compradas.

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Na coletiva, Flávio Dino destacou que há cerca de 40 vacinas no mundo sendo analisadas como possível cura para o novo coronavírus, desse total, apenas 9 estão na fase três.

“A fase de testes é feita não por políticos e sim por cientistas, conduzidas, portanto, segundo critérios técnicos a fim de aferir dois atributos de uma vacina: o primeiro, se ela é segura; o segundo, se ela é eficaz”, disse Dino.

O governador relembrou que, no Brasil, ainda não há validação de nenhuma dessas vacinas, mas há duas que estão em fase mais avançada, por terem parceria internacional com instituições brasileiras, que são reconhecidas. Ele citou a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantan, que fizeram parcerias com laboratórios internacionais, e estão produzindo duas vacinas, que estão mais próximas de obter certificação internacional e no Brasil.

Dino destacou que a posição do governo do estado em relação às vacinas é que, aquela que for comprovada a eficácia contra a Covid seja adquirida e incorporada ao Programa Nacional de Imunização e ofertadas à população, com a maior velocidade possível.

Ele disse que esse posicionamento foi levado a uma reunião realizada no dia 20 de outubro entre o Ministério da Saúde e os governadores, onde foi feita uma espécie de acordo nacional entre os governadores, o MS, representado pelo ministro e toda a sua equipe e, também, pelos laboratórios brasileiros (Fiocruz e Butantan), para aquisição da vacina.

Dino afirmou que o MS chegou a redigir um documento direcionado ao Instituto Butantan, informando que tinha a intenção em adquirir 46 milhões de doses da vacina Butantan Sinovac/Covid-19, porém o presidente da República contradisse o Ministério da Saúde, afirmando que o Brasil não compraria a vacina.

“Tudo isso foi, infelizmente, sabotado no dia seguinte à realização dessa reunião. E nós, meio que voltamos à estaca zero. Nós avançamos durante semanas, e o presidente da república, no dia seguinte à realização dessa reunião, resolveu revogar o que o ministro tinha feito, sem dar nenhuma explicação de natureza científica ou mesmo de natureza jurídica. Aparentemente, apenas por fatores políticos”, ressaltou.

Flávio Dino destacou que o Butantan afirmou ter condições de entregar as vacinas em janeiro e a Fiocruz pode entregar em fevereiro. Dino também afirmou ser necessário que o governo federal destine recursos ao Butantan, assim como foi para a Fiocruz, para que as duas vacinas possam ser viabilizadas para a população, caso seja comprovado que elas são seguras e eficazes contra a Covid-19.

O governador ressaltou que está acompanhando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pois só poderá adquirir vacinas que tenham a liberação da Anvisa. Além disso, o governador afirmou que, foi determinado à Secretaria do Planejamento do Estado para que sejam separados recursos do governo estadual para que, se for necessário, o Maranhão possa comprar as vacinas com verbas próprias.

Testagem

O governador também anunciou, durante a coletiva, que na próxima segunda (26) haverá a retomada da testagem de idosos, gestantes e pessoas com deficiência, no sistema drive-thru, em São Luís.

A testagem será feita no estacionamento do Parque do Rangedor. O atendimento será de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, até o dia 13 de novembro.

Coronavírus no Maranhão

Na coletiva, Flávio Dino voltou a destacar que o Maranhão continua com taxa de infecção abaixo de 1 e em estabilidade, em relação ao número de óbitos por coronavírus. Mas afirmou que houve um crescimento na procura por unidade de saúde em São Luís, de pessoas com sintomas da Covid.

“É rigorosamente imprescindível a atenção às normas restritivas, sobretudo no que se refere ao uso de máscaras e a evitar aglomerações desnecessárias. Porque, quando há um relaxamento geral desses cuidados simples e básicos, nós olhamos o resultado nos números e nós estamos também identificando nas nossas unidades de saúde, sobretudo em São Luís, nesse momento. Porque houve um crescimento nos serviços de saúde, em face de sintomas de coronavírus nesta semana. Praticamente dobrou a quantidade de pessoas que, diariamente, procuram as nossas unidades de saúde em São Luís”, destacou o governador.

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A Secretaria de Estado da Saúde (SES) revelou, em boletim divulgado na noite dessa quinta-feira (22), que o Maranhão tem 3.968 mortes e 182.944 casos confirmados do novo coronavírus (Covid-19). Segundo a SES, foram contabilizados oito óbitos e 461 pessoas infectadas pelo coronavírus nas últimas 24 horas no estado. A taxa de letalidade da Covid-19 no Maranhão, por sua vez, teve uma pequena queda e está em 2,16%.

O boletim da SES afirma que todos os 217 municípios do Maranhão já registraram casos confirmados de Covid-19. São Luís (22.910), Imperatriz (7.374), Balsas (6.438), Caxias (4.791), Timon (4.639), Santa Inês (4.433), Barra do Corda (3.991), Zé Doca (3.740), Bacabal (3.461) e Açailândia (3.443) são as dez cidades maranhenses com o maior número de pacientes infectados pelo novo coronavírus.

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