Educação

Cultura do "Faça Você Mesmo" ganha espaço nas salas de aula

Amplamente difundido nos Estados Unidos, o movimento tem ganhado espaço nas escolas brasileiras.

Ludmilla Souza / Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h17

BRASIL - Construir, consertar, modificar e fabricar objetos e projetos com suas próprias mãos. Essa é a proposta do Movimento Maker ou Cultura Maker, mais conhecida como Faça Você Mesmo ou Do It Yourself (em inglês ou simplesmente DIY).

Amplamente difundido nos Estados Unidos, o movimento tem ganhado espaço nas escolas brasileiras, que buscam com o método tornar o aprendizado mais atrativo e estimular os estudantes a desenvolver projetos e produtos a partir dos conteúdos escolares, muitas vezes pouco práticos.

Embora o movimento venha crescendo na educação nos últimos anos, a ideia não é uma novidade, já existe década de 1960, como explica a diretora pedagógica da Via Maker Education, Sueli de Abreu. “Todo mundo está recorrendo a autores daquela época, como Seymour Papert e Paulo Freire [que pregavam o aprender fazendo, em vez de simplesmente receber a informação passivamente], e estão trazendo isso para os nossos dias de forma reeditada”.

Tecnologia

Incentivador das impressoras 3D e outros instrumentos de tecnologia digital, o Movimento Maker não está restrito às disciplinas exatas.

“Projetos makers vão funcionar para valorizar os conhecimentos da matemática, ou da língua portuguesa, porque eu posso fazer poema na cultura maker, posso fazer física, álgebra, química qualquer coisa. Pode-se trabalhar todas as disciplinas escolares na cultura maker”, diz o mestre em psicologia cognitiva e professor de psicologia na Universidade Federal de Pernambuco, Luciano Meira.

Ele enfatiza, no entanto, que é importante produzir algo em função da aprendizagem. “Eu não vou fabricar copos porque é legal, mas porque está dentro de uma pedagogia de aprendizagem da geometria de cilindros, por exemplo. A escola deve se preocupar com isso”.

Apesar da ligação com a tecnologia, a cultura maker não precisa de tecnologia digital e materiais caros para ser introduzida. “Não é preciso cortador à laser, nem impressora 3D, que são obviamente, instrumentos de fabricação digital que você pode ter para valorizar certos aspectos da cultura maker, mas não são imprescindíveis”, diz. “Muitas vezes há um movimento de primeiro adquirir as coisas e depois fazer a cultura acontecer”, defende.

Rede pública

Os laboratórios makers têm sido mais comuns nas escolas particulares, mas já existem iniciativas para que o movimento chegue às escolas públicas no país. Uma delas é o programa Hacking the STEM (sigla em inglês para as áreas de Ciências, Tecnologia, Artes e Matemática), oferecido gratuitamente pela Microsoft.

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