Luto

Morre o engenheiro Luiz Phelipe Andrès, coordenador da revitalização do Centro Histórico de São Luís

O engenheiro também foi o criador do Estaleiro Escola do Sítio Tamancão.

Imirante.com

Atualizada em 26/03/2022 às 18h56
(Foto: Divulgação)

Morreu no fim da noite desse sábado (4), aos 72 anos, Luiz Phelipe Andrès, o engenheiro mineiro radicado no Maranhão desde 1977. Segundo a família, Luiz Phelipe morreu vítima de leucemia.

Ele se tornou conhecido no Estado por ser um dos responsáveis pela restauração do Centro Histórico de São Luís, sendo coordenador, por 27 anos, do Programa de Preservação e Revitalização do Centro Histórico de São Luís. O engenheiro também foi o criador do Estaleiro Escola do Sítio Tamancão, que foi transformado em Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA).

Leia também: Uma perda irreparável

Além de se dedicar à engenharia, Luiz Phelipe era envolvido com a literatura, sendo Membro Efetivo da Academia Maranhense de Letras – AML, ocupante da Cadeira 23, patroneada por Graça Aranha. Ele também chegou a ser coprodutor do filme “O império de um navegador”, que conta a vida de “seu” Silicrim”.

Pela sua dedicação à cultura, Luiz Phelipe foi Secretário de Estado da Cultura do Maranhão (1993-1995) e, desde 2010, é Conselheiro do Conselho Consultivo do IPHAN-Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, como representante da sociedade civil.

O velório está sendo realizado na sede da Academia Maranhense de Letras, na rua da Paz, no Centro de São Luís. O enterro será ainda neste domingo (5), às 14h,em local ainda não divulgado pela família.

Nota de pesar

Por meio de nota, a Prefeitura de São Luís se manifestou sobre a morte do engenheiro. Veja a nota abaixo:

Com profundo pesar recebi a notícia do falecimento de Luiz Phelipe Andrès, ocorrido neste domingo (5).

Mestre em Desenvolvimento Urbano, Luiz Phelipe Andrés foi um dos responsáveis pelo título de São Luís como Patrimônio Mundial. Também foi o coordenador do projeto de Revitalização do Centro Histórico de São Luís (Projeto Praia Grande/Reviver), e o relator do dossiê do Complexo Cultural do Bumba-meu-boi como Patrimônio Brasileiro pelo Iphan.

Foi idealizador e coordenador do Estaleiro Escola, projeto fundamental para a formação de aprendizes na tradição da construção naval em nosso Estado.

Perdemos hoje uma referência. Contudo, São Luís será eternamente grata a Luiz Phelipe Andrès por sua profunda dedicação, entusiasmo e zelo para com a nossa história, nossas tradições, com a nossa cultura.

Neste momento de consternação, meus sentimentos aos familiares e amigos de Luiz Phelipe Andrès que deixa a todos nós, um legado incomparável.

Biografia*

Nasceu a 20 de fevereiro de 1949 em Juiz de Fora-MG, filho do médico Alberto Andrès Júnior e da escritora Cordélia de Carvalho Castro Andrès. Estudou na sua cidade natal no Colégio dos Jesuítas, graduado em Engenharia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1972) e mestre em Desenvolvimento Urbano pela Universidade Federal de Pernambuco (2006).

No Rio de Janeiro estudou artes plásticas com Ivan Serpa, no Centro de Pesquisa de Arte. Foi ilustrador de livros de ciências do 1º grau para a Companhia Editora Nacional, atuou como artista gráfico para a Revista Engenharia Sanitária nos anos 1974 a 1976 (capas e ilustrações) e realizou trabalhos de artes gráficas para a Secretaria de Divulgação do antigo Banco Nacional de Habitação.

Desde março de 1977 radicou-se no Maranhão, dedicando-se exclusivamente às atividades na área cultural, notadamente como um dos fundadores do Programa de Preservação e Revitalização do Centro Histórico de São Luís, do qual foi coordenador por mais de 27 anos. Autor do projeto de pesquisas sobre as Embarcações do Maranhão e criador do Estaleiro Escola do Sítio Tamancão.

No período de 1993-95 foi Secretário de Estado da Cultura do Maranhão e desde 2010 é Conselheiro do Conselho Consultivo do IPHAN-Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, como representante da sociedade civil. É diretor do Centro Vocacional Tecnológico Estaleiro-Escola, professor da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas de São Luís do Maranhão e do Curso de Arquitetura da Universidade Dom Bosco, atuando principalmente nos seguintes temas: história, patrimônio cultural, tombamento, monumento nacional, construção naval artesanal.

Coordenador da pesquisa para edição do livro Monumentos históricos do Maranhão, editado em 1979 pelo Serviço de Obras Gráficas do Estado – SIOGE, contendo o primeiro inventário dos principais monumentos arquitetônicos e da arte sacra de São Luís, Alcântara e Rosário.

Responsável pelo Setor de Pesquisa e Documentação do Programa de Preservação e Revitalização do Centro Histórico de São Luís/Projeto Praia Grande, onde descobriu 166 exemplares remanescentes da Coleção dos Livros da Câmara de São Luís dos séculos XVII, XVIII e XIX. Idealizador e coordenador do Projeto de Restauração e Transcrição Paleográfica desses livros, financiado pelo CNPq.

Foi Coordenador Geral do Programa de Preservação do Centro Histórico de São Luís, Membro do Conselho Estadual de Cultura do Maranhão e Coordenador Geral do Patrimônio Cultural da Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão.

Estagiário no Centre d’Etudes Superieures d’Histoire et Conservation des Monuments Anciens, Paris. Coordenador da Unidade Executora Estadual-UEE do Programa BID/PRODETUR do Maranhão. Coordenador Geral do Projeto São Luís – Patrimônio Mundial para preparação e apresentação do Dossiê à UNESCO com propósito de obtenção do título. Responsável técnico que assina os originais do referido dossiê que se encontra arquivado nos anais do Comitê do Patrimônio Mundial na sede da Unesco em Paris.

*Fonte: Academia Maranhense de Letras.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.