Os critérios para a escolha do candidato do Palácio dos Leões ao governo do Maranhão deverão ser cumpridos conforme foram estabelecidos na carta-compromisso que o governador Flávio Dino (PSB) apresentou aos seus aliados, que assinaram ainda em julho deste ano, na primeira reunião que o socialista fez com representantes de partidos aliados.

Os quatro pré-candidatos da base aliada de Dino, Weverton Rocha (PDT), Carlos Brandão (PSDB), Felipe Camarão (PT) e Simplício Araújo (SD), devem ter articulação política (que é o critério de viabilidade com a classe política), aceitação popular (medida por meio de pesquisas de intenção de voto) e dar continuidade as ações do governo de Flávio Dino.

Para cumprir estes critérios, os palacianos estão correndo para conseguir que o escolhido do governador Flávio Dino para a disputa de 2022, Carlos Brandão, avance em dois das três metas.

Com números insatisfatórios nas pesquisas de intenção de voto e também nos levantamentos qualitativos, Brandão sabe que está conseguindo cumprir um dos três critérios: o de dar continuidade aos projetos do governo estadual.

Agora, o tucano vem colocando em prática a estratégia de mostrar adesões ao seu projeto de concorrer ao Palácio dos Leões no próximo ano.

Ele tem apresentado adesões como do Cidadania, partido da senadora Eliziane Gama (aliado de primeira hora do senador Weverton Rocha), e também de deputados do PDT e do DEM, partidos ligados ao concorrente pedetista.

No entanto, por enquanto, as adesões são frágeis ou já existiam. No caso do Cidadania, por exemplo, o apoio foi anunciado pelo irmão de Eliziane, Eliel Gama, que preside o partido no Maranhão.

No entanto, Eliel sabe que não tem o poder de definir o apoio da legenda a Carlos Brandão porque é da direção nacional o encaminhamento. E desta forma, o movimento feito pelo Cidadania do Maranhão pode ser cancelado se assim definir da direção nacional da sigla.

A senadora Eliziane Gama, que é vice-presidente nacional do Cidadania, em vídeo, classificou a decisão do irmão como local e pontual e garantiu que o partido se mantém aliado do senador Weverton Rocha.

No caso das adesões de deputados do PDT e do DEM, Carlos Brandão apresentou dois nomes que supostamente deixaram Rocha: Rafael Leitoa (PDT) e Daniela Tema (DEM). Os dois parlamentares, no entanto, nunca estiveram no projeto de Weverton Rocha. O primeiro, como líder do governo na Assembleia Legislativa, sempre apoiou Carlos Brandão mesmo sendo do PDT. A segunda ainda guarda os resquícios da disputa pela presidência da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem) que teve o marido, ex-prefeito Cleomar Tema (PSB), e Erlânio Xavier (PDT), prefeito de Igarapé do Meio, com vitória do pedetista com a influência direta de Weverton Rocha.

Mesmo não tendo adesões novas e consolidadas de fato, a estratégia de Brandão é mostrar que sua pré-candidatura vem crescendo e que seu adversário tem perdido aliados.

Esta estratégia, por sinal, vem sendo colocada em prática antes mesmo do anúncio de Flávio Dino pela preferência pessoal por Carlos Brandão.

Esta é a forma que os palacianos pretendem garantir o cumprimento dos critérios, que aos serem contabilizados deixará empatado o cenário para Brandão e Weverton.

O tucano cumprirá os critérios da articulação política e o da continuidade das ações do governo Dino. O pedetista consegue alcançar a aceitação popular por meio das pesquisas – já que vem liderando – e também da articulação política. Mas não conseguirá provar que vai dar continuidade às ações do governo estadual.

Com isto, ao escolher Carlos Brandão como candidato do Palácio dos Leões, o grupo de Flávio Dino mostrará que os critérios foram cumpridos e não houve quebra de acordos afastando assim a possibilidade de traição a qualquer dos postulantes ao governo pela base do governador.

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