SÃO LUÍS - Com a intensificação das chuvas prevista para ocorrer até o dia 2 de fevereiro, a região produtora de soja no sul do Maranhão deve ficar alerta, pois a umidade eleva o risco de ocorrência da ferrugem asiática nas lavouras da oleaginosa. Na atual safra, o Estado não registrou nenhum foco da doença, que é provocada por um fungo e causa prejuízos na produção.

Na safra passada, segundo levantamento do Consórcio Antiferrugem, o Maranhão registrou 23 ocorrências da ferrugem asiática, sendo duas em janeiro, oito em fevereiro e 13 em março de 2010. Foram atingidas pela doença, lavouras de soja nos municípios de Balsas, Alto Parnaíba, Riachão e Tasso Fragoso.

Além do Maranhão, o prognóstico de chuva eleva o alerta de risco da doença aos produtores de soja do Tocantins. O mesmo nível de preocupação se estende às lavouras em São Paulo, sul de Goiás e Mato Grosso do Sul.

De acordo com o Consórcio Antiferrugem, nos últimos 30 dias, o risco climático variou de moderado a muito alto para praticamente todas as regiões produtoras, exceto no oeste do Paraná. Tal condição explica o aumento no número de relatos na região centro-oeste, particularmente em Goiás. Na Região Nordeste, o risco classificado como muito alto explica os primeiros relatos verificados nas áreas produtoras localizadas na faixa oeste da Bahia.

O número de relatos no país até a presente data permanece significativamente inferior às observações das safras anteriores. Até o dia 24 deste mês, foram registrados 248 relatos de ocorrência de ferrugem no Brasil. Desses, a metade se concentra no Estado do Paraná. O Rio Grande do Sul vem logo em seguida, com 23,4% do total, seguido de Goiás, com pouco mais de 12% do número total de focos. Apenas dois relatos foram feitos no estado de Santa Catarina.

Por outro lado, desde a publicação do último informativo, em 12 de janeiro, foram detectados 103 novos focos de ferrugem asiática no país. O maior incremento ocorreu na região sul, porém o destaque foi o relato de quatro focos na Bahia, onde ainda não havia ocorrências nessa safra. Na região Centro-Oeste, o maior incremento no período foi observado em Goiás.

Ocorrências - A primeira ocorrência da ferrugem asiática, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, em lavouras no Brasil ocorreu na safra 2001/02 e rapidamente espalhou-se pelas principais regiões produtoras, em função da disseminação dos esporos do fungo pelo vento. O principal dano é a desfolha precoce, que impede a completa formação dos grãos, com conseqüente redução da produtividade.

O nível de dano que a doença pode ocasionar depende do momento em que ela incide na cultura, das condições climáticas favoráveis à sua multiplicação após a constatação dos sintomas iniciais, da resistência/tolerância e do ciclo da cultivar utilizada. Reduções de produtividade próximas a 70% podem ser observadas quando comparadas áreas tratadas e não tratadas com fungicidas.

Número

2,3 mil Foi o total de focos de ferrugem asiática registrado na última safra em todo o país

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