Esclarecimento

Alterada causa da morte de líder camponês morto na Ditadura Militar

A mudança só veio depois de muita luta e 40 anos após a morte de Epaminondas.

Imirante Imperatriz, com informações da TV Mirante.

Atualizada em 27/03/2022 às 11h38
(Divulgação/Imirante Imperatriz)

PORTO FRANCO – Parentes do líder camponês da região Epaminondas Gomes de Oliveira, que foi morto durante a Ditadura Militar, conseguiram, na Justiça, alterar a certidão de óbito, onde constava morte por desnutrição e anemia, agora diz que o líder foi morto por tortura. A mudança só veio depois de muita luta e 40 anos após a morte de Epaminondas.

Depois de décadas de luta para comprovar que o líder camponês foi torturado por militares do Exército e localizar os restos mortais em Brasília, para onde Epaminondas foi levado, ainda faltava mudar a causa da morte. A família, principalmente, o neto que leva o mesmo nome do avô nunca desistiu de lutar.

Os restos mortais de Epaminondas só foram encontrados porque no verso da certidão original, a primeira apresentada, constava a localização certa da cova, com uma numeração diferente do documento entregue à família.

Dados antropológicos, perfil biológico, imagens do crânio, uma restauração dentária e até a roupa que ele usava quando foi sepultado foram determinantes para a confirmação. Só então, a família conseguiu a exumação dos restos mortais de Epaminondas.

Os legistas não encontraram lesões de tiro ou trauma, mas a Comissão Nacional da Verdade colheu mais de 40 depoimentos sobre o caso e concluiu que o líder camponês foi torturado com choques e espancamentos, no Maranhão e em Brasília. O que por decisão judicial, agora, consta como causa na Certidão de Óbito.

Epaminondas morreu aos 68 anos. Ele foi prefeito de Pastos Bons, onde nasceu, e estava no município de Ipixuna, no Pará, quando foi levado pelos militares. Em Porto Franco, foi um líder político inquieto com o regime imposto na época. Com a mudança na causa da morte garantida pela Justiça, a família acredita que foi um grande avanço no esclarecimento de violações dos direitos humanos na época da Ditadura Militar.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.