Apresentação

Gil e Caetano homenageiam o Tropicalismo no Carnaval de Salvador

Cantores atraíram uma multidão ao Centro Histórico de Salvador.

Sayonara Moreno/Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h25
O tema foi "50 Anos do Tropicalismo".
O tema foi "50 Anos do Tropicalismo". (Divulgação)

SALVADOR - Dois dos maiores ídolos da música brasileira, os cantores Caetano Veloso e Gilberto Gil, atraíram uma multidão ao Centro Histórico de Salvador, na noite de ontem (24), terceiro dia de Carnaval de Salvador - o tema foi 50 Anos do Tropicalismo.

Um dos protagonistas do movimento cultural da década de 1960, Gilberto Gil, subiu ao palco por volta das 20h40, ao lado do, também, integrante do Tropicalismo, o músico e parceiro, Capinam. Companheiro de Gil e, também, personagem do Tropicalismo, o cantor Caetano Veloso não estava programado, oficialmente, para a noite, por “não gostar de tocar no Carnaval”. Apesar disso, Caetano esteve no local e fez uma participação no show que abriu a noite - antes de Gilberto Gil - ao lado dos músicos Alexandre Leão, Cláudia Cunha e Moreno Veloso – filho de Caetano. O cantor tropicalista arrancou aplausos do público ao cantar Alegria Alegria, uma das músicas mais conhecidas da sua carreira e que marcou o início do Tropicalismo, em 1967.

“Eu agradeço muito pela parte que me toca, nem me organizei para tocar, mas vim. Dei uma passadinha porque eu adoro carnaval e tenho orgulho do Tropicalismo. Meu filho vai tocar e Gil vai cantar e pronto, tá perfeito”, disse Caetano, antes de subir ao palco.

Gilberto Gil, também, foi ovacionado pelo público baiano e visitantes de todo o mundo no maior ponto turístico de Salvador. Gil abriu o show lembrando a importância de celebrar o Tropicalismo e a tradição musical, puxando, em seguida, a canção Soy Loco Por Ti America, fruto da parceria Gil/Capinam e interpretada, primeiramente por Caetano Veloso. Dando continuidade ao repertório, Gil apresentou outras músicas, como Marginália II, Domingo no Parque e Toda Menina Baiana.

“Gil é um ícone da música popular brasileira, um dos mais extraordinários músicos e, inclusive, é do interior da Bahia e filho de conquistenses, como eu. A Tropicália foi muito importante na abertura da música para novos elementos. Desde a adolescência que Caetano e Gil são referências na minha casa”, diz o autônomo de Vitória da Conquista (BA), Élvio Magalhães. Após a participação de Gil, Moreno Veloso deu continuidade à apresentação, executando, ao lado de Cláudia Cunha, músicas em homenagem ao Olodum e ao Ilê Aiyê.

Ainda sobre o destaque do Tropicalismo no Carnaval do Pelourinho e a importância do movimento para a cultura brasileira, sobretudo na Bahia, Caetano Veloso, também, admitiu uma influência recíproca entre o Carnaval e o movimento da Tropicália. “Houve estímulo de muitas coisas no Carnaval baiano, pelo ato dos tropicalistas. Mas não haveria tropicalismo se não houvesse o trio elétrico. A canção Atrás do Trio Elétrico, que é uma das primeiras canções tropicalistas, foi feita por causa do Carnaval da Bahia e encorajou o uso da guitarra elétrica fora e dentro do Carnaval”, disse Caetano, ao ser questionado sobre a influência do tropicalismo no Carnaval de Salvador.

O restante da noite foi recheado de cultura e uma rápida chuva, ao som de projetos e bandas, entre elas, Carnaval Sinfônico, Orquestra Popular de Maragojipe, Retrofolia, Compassos & Serpentinas, Banda Marcato, Walmir Lima, Mestre Nélito e os Vendavais.

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