Comissão Nacional da Verdade

CNV busca resgatar história da perseguição política na região

A equipe fica na região até quarta-feira(23). Serão colhidos depoimentos da familiares.

Diana Cardoso/Imirante Imperatriz

Atualizada em 27/03/2022 às 12h01

IMPERATRIZ- A Comissão Nacional da Verdade (CNV) de Brasília composta por cinco integrantes estão desde segunda-feira (21) no município de Porto Franco, para investigar graves violações dos Direitos Humanos cometidos por agentes do Estado no Período da Ditadura Militar na região. O grupo dará continuidade às investigações da morte do líder camponês Epaminondas Gomes de Oliveira, morto em 20 de agosto de 1971, quando estava sob custódia do exército. Em setembro deste ano houve a exumação dos vestígios mortais em Brasília do líder. Outros nomes identificados por ‘Zé Marcelino, Abrão, Abelardo, Pedro, Morais e Euclides também serão investigados durante a visita.[e-s001]

De acordo com o coordenador do grupo da CNV Daniel Josef Lerner, o trabalho realizado será de coleta de provas para o resgate histórico do que de fato aconteceu no período da Ditadura Militar. “Buscamos provas para isso, iremos colher depoimentos, de familiares e vamos levar todas as informações, nomes de agentes da repressão que trabalhou do lado do Regime Militar, que esteve envolvido em prisões e depois resultaram em tortura e morte. Tudo será incorporado ao relatório final da CNC,” afirma.

Daniel Lerner afirma ainda que a coleta de amostra de sangue dos familiares vai ajudar na identificação de Epaminondas. “Faremos a coleta do material biológico para fazer o DNA de um filho e uma filha. Vamos encontrar com o dentista que produziu a prótese que foi encontrada na exumação do Epaminondas”, explica Daniel Lerner.[e-s001]

O antropólogo forense, Aluísio Trindade diz ao explicar sua função na equipe que durante a realização do trabalho muitas informações serão catalogadas afim de montar um quebra-cabeças final dos fatos. “A minha parte trata especificamente de fazer escavações de onde eventualmente possam existir vestígios das pessoas mortas envolvidas e ver se há possibilidades de ser deles e se encontrar algo, vamos levar para o laboratório e fazer as análises, explica.

A Comissão da Verdade, irá deixar na biblioteca municipal de Porto Franco, um conjunto com 11 documentos com mais de mil páginas sobre o caso de Epaminondas de Oliveira. Um livro sobre ‘Direito à Memória e a Verdade’ de todos os casos de morte de desaparecidos políticos no Brasil, editado pela Secretaria de Direitos Humanos da Proclamação da República e um DVD que foi produzido em Goiânia por uma escola estadual, sobre o caso de outro desaparecido político no Estado, Marco Antônio Martins.[e-s001]

O prazo previsto para apresentação do relatório é em maio de 2014, mas segundo Daniel Lerner, pode ser prorrogado por mais seis meses.

Programação

Nesta terça-feira (22) a Comissão da verdade vai encontrar com alguns militares e conversar com aproximadamente de oito famílias de pessoas envolvidas com senhor Epaminondas, será feita ainda a entrega formal do livro e do DVD para o Ponto de Cultura João Carlos Sobrinho.

Na quarta-feira (23) a CNV vai ao município de Tocantinópolis (TO) para conhecer a cidade como esta história aconteceu lá, a ilha. “O que estava acontecendo não se limitava a uma ou outra cidade e sim na região como um todo, tinha pessoas em Tocantinópolis, reuniões aconteciam por lá.

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