Luto

Corpo da estudante morta na Nicarágua chega nesta madrugada ao Recife

Raynéia Gabrielle Lima, de 30 anos, estudante de medicina foi assassinada com um tiro no peito no último dia 23 em Manágua, na Nicarágua.

Imirante.com, com informações da Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h17
Estudante de medicina Raynéia Gabrielle Lima.
Estudante de medicina Raynéia Gabrielle Lima. ( Foto: Divulgação)

BRASÍLIA - O funeral da pernambucana Raynéia Gabrielle Lima, de 30 anos, estudante de medicina assassinada com um tiro no peito no último dia 23 em Manágua, na Nicarágua, será realizado nesta sexta-feira (3), às 11h, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, região metropolitana do Recife.

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O corpo da estudante deve chegar à capital pernambucana ainda nesta madrugada. A chegada do voo que fará o traslado dos restos mortais de Raynéia está prevista para as 0h35 no Aeroporto Internacional de Guararapes, no Recife, informou a Secretaria de Justiça de Direitos Humanos (SJDH) de Pernambuco.

O secretário da pasta Pedro Eurico acompanhará a mãe e os familiares de Raynéia durante o recebimento do corpo. Também estarão presentes no local, representantes do Itamaraty. “A saída do corpo com destino ao Cemitério Morada da Paz, em Paulista, onde será velado e sepultado, se dará através do Terminal de Cargas do aeroporto”, diz a nota da secretaria.

Chamado para consultas pelo Itamaraty no dia seguinte à morte da estudante, o embaixador brasileiro na Nicarágua, Luís Cláudio Villafañe Gomes Santos veio a Brasília e informou pessoalmente à chefia da pasta sobre as circunstâncias da morte da estudante.

“A Embaixada do Brasil em Manágua segue acompanhando de perto o processo judicial pertinente”, disse, por meio de nota, o Ministério das Relações Exteriores (MRE).

A estudante brasileira Raynéia Gabrielle Lima foi morta na noite o último dia (23) com um tiro no peito que, segundo o reitor da Universidade Americana (UAM), Ernesto Medina, foi disparado por um “um grupo de paramilitares” no sul da capital Manágua.

Crise política

A Nicarágua vive uma crise sociopolítica com manifestações que se intensificaram desde abril contra o presidente Daniel Ortega que se mantém há 11 anos no poder em meio a acusações de abuso e corrupção. A repressão aos protestos populares já deixou entre 277 e 351 mortos, de acordo com organizações humanitárias locais e internacionais.

O assassinato da estudante brasileira ocorreu horas depois de um fórum no qual o reitor Medina disse que o crescimento econômico e a segurança na Nicarágua, antes da explosão dos protestos contra Ortega, em abril, “era parte de uma farsa” porque “nunca houve um plano que acabasse com a pobreza e a injustiça”.

Em entrevista a uma emissora de TV local, o reitor da UAM acrescentou que as forças paramilitares “sentem que têm carta branca, ninguém vai dizer nada a eles, ninguém vai fazer nada”. De acordo com Medina, os grupos paramilitares estão envolvidos em morte e sequestro.

O governo de Daniel Ortega foi acusado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e o Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh) pelos assassinatos, maus tratos, possíveis atos de tortura e prisões arbitrárias ocorridas em território nicaraguense.

Recomendações

Desde o início da crise no país, o Ministério das Relações Exteriores orienta que brasileiros não viajem à Nicarágua. Se a viagem for inevitável, o Itamaraty sugere as seguintes recomendações:

- Evite participar e aproximar-se de manifestações;

- Evite deslocamentos desnecessários. Caso seja necessário fazer um deslocamento, esteja acompanhado ou passe por vias com policiamento;

- Manter em dia e válido o passaporte para uma eventual saída emergencial do país;

- Carregue sempre uma cópia do passaporte ou de um documento de identificação válido. Mantenha uma cópia também no correio eletrônico;

- Avise pessoas próximas (parentes e amigos) sobre a localização e meios de comunicação;

- Evite viajar para o interior do país e o deslocamento por estradas para fora da capital, que têm sido bloqueadas por criminosos armados.

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