SÃO LUÍS - A Companhia de Águas e Esgotos do Maranhão (Caema) anunciou aumento que chega a quase 40% no valor das tarifas de abastecimento de água e esgotamento sanitário. O reajuste, segundo justificativa do órgão, corresponde à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro de 2004 a dezembro de 2007. Entretanto, o acumulado do IPCA no período, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não ultrapassou 20,88%.
De acordo com o comunicado do diretor-presidente da Caema, Rubem Brito, o reajuste será aplicado a partir do vencimento de abril nas contas/faturas relativas aos serviços prestados em março próximo e vale para os consumidores residenciais, industriais e comerciais e poderes públicos.
A Caema justifica o aumento absurdo, de 31% em média, incidindo 15,04% para consumidores na primeira faixa residencial que consumam até 10 m³ por mês e 39,98% para as demais faixas e categorias de consumo, com o fato de que, desde 2004, não reajustava o valor da tarifa.
A Caema alega que a atual tarifa, no valor de R$ 1,20/m³, não cobre 60% dos custos dos serviços. E que o reajuste de quase 40%, que elevará a tarifa para R$ 1,57/m³, cobrirá apenas 78,71% dos custos da empresa.
Má gestão
O problema da não cobertura dos custos alegado pela empresa resume-se apenas ao desequilíbrio econômico-financeiro resultado de má gestão dos recursos e pela perda de água registrada diariamente, desde a captação no sistema produtor de Italuís até chegar aos domicílios em São Luís.
Recente estudo realizado pelo Instituto Socioambiental (ISA) revelou que um volume de 187,4 milhões de litros/dia de água deixa de chegar às torneiras dos ludovicenses desde a sua captação nos mananciais. Uma perda que representa 56,9% do produzido diariamente (329,4 milhões de litros), e corresponde a 75 piscinas olímpicas, o que daria para abastecer uma população estimada em 1.286.003 habitantes.
A Associação Comercial do Maranhão (ACM), que cobrou do governador Jackson Lago que fosse revista a criação da Taxa de Segurança em Meios de Transportes, a ser cobrada pelos serviços prestados pelo Corpo de Bombeiros, informou que irá analisar o teor do reajuste anunciado pela Caema para definir que providências irá tomar.
O presidente da ACM, José de Ribamar Barbosa Belo, no entanto, manifestou-se contrário ao absurdo reajuste anunciado pela Caema.
“Se esse é um estado pobre, como pode o povo suportar um aumento dessa magnitude?”, questionou, ao lembrar ainda do fato de muitos bairros de São Luís enfrentarem a falta de água. “A Caema não pode tirar o prejuízo dela em cima do consumidor”, afirmou o empresário.
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