SÃO LUÍS - A definição das datas das provas do vestibular 2008 da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), marcadas para dezembro deste ano e janeiro do ano que vem, pegou de surpresa proprietários de escolas, de cursinhos, professores e estudantes da rede particular de ensino. Docentes de escolas públicas afirmam que os alunos da rede estadual serão os mais prejudicados. Eles responsabilizam o Governo do Estado pelo atraso no calendário letivo e acusam a universidade pela falta de sensibilidade frente à situação dos alunos da rede pública.
Por causa da greve de professores da rede estadual de educação, que durou três meses, o calendário letivo deste ano das escolas públicas teve que ser estendido até fevereiro. Ou seja, até o mês de dezembro (data da realização da prova de primeira etapa do vestibular da UFMA), os estudantes da rede estadual não terão terminado o ano letivo 2007. “O conteúdo não terá sido repassado e os alunos não estarão preparados para fazer a prova”, afirmou o professor do colégio Cintra, Marcelo Pinto.
Além disso, em dezembro, muitas escolas privadas estarão em processo de recuperação de notas, o que geralmente ocorre no fim do ano. “Há bastante tempo, o vestibular da UFMA não vinha sendo realizado no fim do ano. Os vestibulares vinham ocorrendo, geralmente, após fevereiro. A escolha deste ano nos pegou de surpresa”, afirmou o professor Oduvaldo Santos Cruz, do Colégio Aprovação.
Oduvaldo Cruz disse ainda que os alunos do 3º ano de sua escola estão com mais de 70% do conteúdo concluído, mas um esforço será feito para que as revisões sejam antecipadas. “Já os estudantes de cursinho deverão fazer ‘domingadas’ de estudos”, observou.
Greve
O professsor também lembrou da situação dos estudantes da rede estadual. “Sabemos que os estudantes de escola privada não serão tão prejudicados, mas os da rede estadual, que passaram por uma longa greve a qual levou ao atraso do calendário letivo, terão muitos prejuízos”, alertou.
Para o professor Marcelo Pinto, do Colégio Cintra, pertencente à rede pública, a responsável por essa situação não é a UFMA. Ele acredita que a universidade tem autonomia para ter um cronograma próprio que não precisa, necessariamente, estar atrelado ao calendário das escolas da rede estadual de ensino. “A responsabilidade maior dessa situação é do Governo do Estado”, criticou, reconhecendo que isso não impediria que a universidade se sensibilizasse com a situação dos alunos das escolas públicas. Ele esperava que a decisão da universidade fosse mais democrática e que a data da prova não fosse definida de maneira unilateral. “Faltou sensibilidade e democratização na escolha feita pela universidade. Realizar o vestibular em dezembro prejudica de forma direta os estudantes da rede estadual de ensino, apesar da instituição não ser a responsável pelo atraso no calendário letivo das escolas públicas”, complementou.
Os alunos da rede particular também foram pegos de surpresa. “Levei um susto quando minha amiga comentou que o vestibular seria em dezembro. Não dará tempo de revisar o conteúdo. Muita gente ainda estará fazendo provas de recuperação”, disse Martha Rayanne Silva, 17 anos, que pretende fazer o curso de Biologia.
O pró-reitor de ensino da UFMA, Aldir Araújo Carvalho Filho, explicou que a definição da data do vestibular para dezembro tem como objetivo a regularização do calendário acadêmico da instituição. O pró-reitor ressaltou ainda que não há grandes penalidades para os estudantes do ensino público, já que a universidade está exigindo apenas a apresentação do CPF para a inscrição no vestibular.
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