Greve de rodoviários

Sem negociação, greve de rodoviários continua nesta quinta-feira (17)

Transporte público da Grande São Luís está inoperante desde essa quarta-feira.

Imirante.com

Atualizada em 26/03/2022 às 18h19
Ônibus não circulam nesta quinta-feira. Foto: Wellington Gonçalves/Grupo Mirante.
Ônibus não circulam nesta quinta-feira. Foto: Wellington Gonçalves/Grupo Mirante.

SÃO LUÍS – Chega ao segundo dia a greve de rodoviários na Grande São Luís. Nenhum ônibus saiu das garagens, incluindo aqueles do serviço de transporte semiurbano que operam entre a capital e Paço Do Lumiar, Raposa ou São José De Ribamar.

Os ônibus permanecem retidos nas garagens nesta quinta-feira (17). Os condutores que operam com carrinhos-lotação, vans e mototáxi, além do transporte por aplicativo, vêm lucrando com as viagens, em razão da maior procura. A greve afetou até mesmo o comércio do Centro de São Luís, por exemplo, que já apresenta perdas.

Paradas ficam lotadas em dias sem ônibus. Foto: Wellington Gonçalves/Grupo Mirante.
Paradas ficam lotadas em dias sem ônibus. Foto: Wellington Gonçalves/Grupo Mirante.

A decisão sobre o início da greve veio após assembleia geral realizada na manhã dessa terça-feira (15). Segundo a assessoria de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão (Sttrema), os trabalhadores se reuniu para tratar do impasse com os patrões, que “seguem intransigentes, sem querer garantir os direitos da categoria”.

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Na noite dessa quarta (16), o Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA) determinou, em liminar protocolada pela desembargadora Solange Cristina Passos de Castro, que o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão (Sttrema) não tente coagir ou impedir o trabalho dos rodoviários que se recusarem a participar da greve no transporte público da Grande São Luís a partir desta quinta. A liminar autoriza ainda a ação da Polícia Militar do Maranhão (PMMA) para garantir a segurança dos trabalhadores que não aderirem ao movimento grevista e a integridade de bens públicos ou privados.

Também ontem, a desembargadora Solange de Castro deferiu uma nova liminar pretendida pela Prefeitura de São Luís e determinou o desconto dos dias não trabalhados dos salários dos rodoviários em greve na capital.

Segundo a desembargadora, como não houve o cumprimento da determinação de manutenção de percentual mínimo de ônibus circulando, “há abusividade e ilegalidade a ser declarada do movimento grevista promovido pelas partes ora demandadas”.

“Por fim, por se tratar de previsão legal e porque representam suspensão do contrato de trabalho (artigo 7o da Lei de Greve), é devido o desconto do dia parado para os trabalhadores que aderiram ao movimento paredista”, despachou a desembargadora Solange de Castro.

Impasse

Os trabalhadores querem reajuste salarial de 15%, R$ 800 no tíquete-alimentação, inclusão de mais um dependente no plano de saúde e a regularização dos salários atrasados, além de que sejam assegurados os empregos dos cobradores de ônibus. A categoria também reclama dos constantes casos de violência dentro dos coletivos.

Na semana passada, durante audiência no MPT-MA, os empresários fizeram uma proposta para os trabalhadores, considerada, no mínimo, desrespeitosa: Conceder reajuste salarial de 5%, mas mediante, a demissão de todos os cobradores do sistema. Só para constar, o percentual oferecido, não chega nem próximo das perdas inflacionárias sofridas no decorrer do último ano, isso sem falar, que está fora de cogitação, qualquer possibilidade de demissão de trabalhadores do sistema. Nos últimos dias, nenhuma outra contraproposta foi apresentada pelos patrões, ainda conforme o sindicato.

Paralisação anterior

A greve geral anunciada pelo Sttrema ocorre quase quatro meses após o encerramento da última paralisação no sistema de transporte público na Grande São Luís, que durou 12 dias, chegando ao fim no dia 1º de novembro de 2021, após acordo feito entre a Prefeitura de São Luís, o Sindicato dos Rodoviários e o SET. Na ocasião, os rodoviários receberam reajuste de 5% no salário e de 6% no cartão-alimentação, além de não terem descontos salariais por causa da paralisação.

Durante a greve, cerca de 700 mil usuários do sistema de transporte público foram prejudicados e tiveram que procurar outras alternativas para se locomoverem nos quatro municípios da Região Metropolitana de São Luís. Em meio à paralisação, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, anunciou uma troca na pasta da Secretaria de Trânsito e Transportes (SMTT), com Diego Baluz assumindo o cargo de secretário, substituindo Cláudio Ribeiro.

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