Investigação

Ministério Público pede internação de adolescente que atropelou e matou três pessoas em São Luís

Adolescente perdeu controle da direção, invadiu calçada e atropelou as vítimas que aguardavam transporte em uma parada de ônibus na avenida das Cajazeiras.

Imirante.com, com informações da TV Mirante

Atualizada em 27/03/2022 às 11h02
Adolescente, de 17 anos, estava na condução do veículo. (Foto: Divulgação / Polícia Civil)
Adolescente, de 17 anos, estava na condução do veículo. (Foto: Divulgação / Polícia Civil)

SÃO LUÍS – O Ministério Público do Maranhão (MP-MA) pediu a internação pelos próximos 45 dias da adolescente de 17 anos que atropelou e matou três pessoas que estavam em uma parada de ônibus, na noite do último sábado (14), na avenida das Cajazeiras, em São Luís. Uma nova audiência na Justiça vai decidir se ela segue internada ou responderá pelo ato infracional em liberdade.

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O caso segue sendo investigado pela Delegacia do Adolescente Infrator de São Luís e será julgado pela Vara da Infância e Juventude. Ainda no sábado, a adolescente e o dono do veículo que ela dirigia foram autuados no plantão das Cajazeiras. “A menor foi autuada no ato infracional correlato ao artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro, que é justamente o homicídio culposo na direção de veículo automotor, com pena aumentada de 1/3 em razão de ter praticado por ter habilitação e em razão de ter invadido a calçada. Então, a pena dela – no caso do ato infracional – seria aumentada. Já o proprietário do veículo, foi autuado também na forma do Código de Trânsito Brasileiro, no artigo 310, por ter entregado a chave do veículo para essa menor”, explicou o delegado Ronilson Moura.

O MP-MA pediu que a polícia ouça mais testemunhas sobre o caso. A promotoria de justiça já denunciou a adolescente pelo ato infracional. Só depois de uma nova audiência é que a justiça deve dar uma sentença se a adolescente vai permanecer apreendida por mais tempo ou não. “Dentro dos próximos 45 dias, que é o prazo máximo da internação provisória, este procedimento possa chegar a bom termo, ao seu fim, uma audiência de instrução e julgamento quando o Ministério Público pretende provar a responsabilização dessa adolescente que praticou esse ato fatídico”, afirmou o promotor Luiz Gonzaga Martins.

Vítimas do atropelamento na avenidas das Cajazeiras, em São Luís. (Foto: Reprodução)
Vítimas do atropelamento na avenidas das Cajazeiras, em São Luís. (Foto: Reprodução)

O acidente

Na noite de sábado, a adolescente perdeu o controle da direção do veículo, invadiu a calçada e atropelou quatro pessoas que tinham saído da igreja e estavam esperando ônibus na avenida das Cajazeiras, no Centro de São Luís. Três morreram, uma ainda no local. As vítimas foram identificadas como Maria Raimunda Lavoura de Sousa, de 57 anos, João Victor Pinto de Sousa, de 15 anos e David Ricardo Pacheco, de 13 anos.

De acordo com o relato da adolescente à polícia, ela saiu do bairro Liberdade e tinha como destino o bairro Retiro Natal onde deixaria uma amiga. Na altura da avenida das Cajazeiras, a condutora perdeu o controle da direção do veículo ao tentar frear o carro para evitar uma colisão em um outro automóvel. Segundo a jovem, nesse momento, ela acabou confundindo os pedais e, em vez de frear, acelerou o veículo e acabou atropelando as vítimas.

Tristeza e revolta

Nessa segunda-feira, foi realizado o velório e sepultamento das três vítimas do atropelamento. Durante a cerimônia, muita comoção por parte de parentes e amigos das vítimas.

Maria Raimunda de Sousa morreu na hora. Deivid Pacheco e João Victor, ainda chegaram a ser socorridos, mas não resistiram e morreram. Nessa segunda-feira, seria o aniversário de 16 anos de João Victor.

Danielle Pacheco, mãe de Deivid, está inconformada com a morte precoce do filho. O jovem era conhecido pelo jeito alegre. Revoltada, Danielle Pacheco pediu justiça para o caso.

"Meu filho tinha 13 anos, era uma criança feliz, cheia de vida, que foi interrompida (...) Tudo que eu peço pra Deus é que tenha justiça, porque se tem alguém que não era culpado disso era ele, somos nós, é a família do João Victor, da senhora, nós não temos culpa de nada. Eles que são irresponsáveis, vão poder abraçar alguém, beijar alguém, mesmo que seja na cadeia, aqui isso nunca mais vai acontecer, eu nunca mais vou ver meu filhinho", disse Danielle Pacheco.

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