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Debate sobre reforço para idosos vacinados com Coronavac "ganha corpo"

Estudo apontou eficácia global mais baixa dessa vacina para idosos; Yglésio defendeu "vacinação" de público; Edilázio Júnior propõe testes de anticorpos pelo SUS e planos de saúde.

Ronaldo Rocha / Editoria de Política

Atualizada em 27/03/2022 às 11h02
Um estudo divulgado pela imprensa há algumas semanas, já apontava uma eficácia mais baixa da vacina chinesa em idosos.
Um estudo divulgado pela imprensa há algumas semanas, já apontava uma eficácia mais baixa da vacina chinesa em idosos. (Divulgação)

SÃO LUÍS - O debate sobre a necessidade de reforço da vacina contra Covid-19 para idosos já imunizados com duas doses da coronavac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, “ganhou corpo” e provocou polêmicas nesta semana.

Um estudo divulgado pela imprensa há algumas semanas, já apontava uma eficácia mais baixa da vacina chinesa em idosos.

A partir daí, pesquisadores e políticos começaram a fazer campanha por uma espécie de "reforço" da imunização em idosos, com a utilização de vacinas produzidas por outros laboratórios, a exemplo da Pfizer.

O infectologista e pesquisador da Fiocruz, Júlio Croda, por exemplo, em entrevista ao programa Revista Brasil, da EBC Rádios, comentou o estudo. Ele confirmou a eficácia global mais baixa para idosos e defendeu a tese de aplicação de uma terceira dose para esse público-alvo.

No Maranhão, o deputado Yglésio Moyses criou polêmica ao defender a "revacinação" de idosos que já receberam as duas doses da coronavac. Ele também questionou a eficácia e segurança da Sputnik V.

Depois de críticas, ele mudou o tom. Em entrevista ao jornalista Clóvis Cabalau, no quadro Bastidores, do Bom Dia Mirante, o deputado ponderou que caso a população vá aos postos de saúde e só tenha a disponibilização da coronavac, todos devem se vacinar.

O secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, pediu cautela ao se tratar de críticas às vacinas disponíveis no país. Apesar disso, admitiu que já existe uma discussão da classe científica sobre a necessidade de aplicação de uma terceira dose da coronavac em idosos.

Na quarta-feira, o deputado federal Edilázio Júnior protocolou na Câmara Federal, um Projeto de Lei que determina ao Sistema Único de Saúde (SUS) e aos planos de saúde a disponibilização de testes de anticorpos neutralizantes de Covid-19, sobretudo para idosos.

Ele também apresentou uma indicação ao Ministério da Saúde com a sugestão de que “seja incluído no rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) o teste de anticorpos neutralizantes de Covid-19; bem como seja avaliado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) a possibilidade de disponibilização desse exame aos usuários do SUS”.

Ele afirmou que a iniciativa tomou por base justamente a discussão da classe científica, admitida, por exemplo, pelo infectologista Júlio Croda, sobre a possibilidade de aplicação de uma terceira dose da coronavac em idosos.

A tendência é de que o tema ganhe novos contornos em Brasília nas próximas semanas.

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