SÃO LUÍS - Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertam que, na maioria dos Estados brasileiros, os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) retomam a tendência de crescimento ou se estabilizam em patamares elevados. A análise consta do boletim semanal InfoGripe, divulgado na sexta-feira (4) pela fundação.
O Maranhão apresenta probabilidade de mais de 75% de crescimento dos casos Covid e SRAG. “Amazonas, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul apresentam sinal forte (prob. > 95%) de crescimento na tendência de longo prazo até a SE 20. Alagoas, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins apresentam sinal moderado (prob. > 75%) de crescimento na tendência de longo prazo”, observou o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.
Gomes diz que o cenário pode ser parcialmente atribuído à retomada da circulação da população e pede que a flexibilização das restrições impostas para frear a transmissão do vírus seja reavaliada.
Ele pede cautela com a flexibilização de medidas como o distanciamento para redução da transmissão da covid-19, enquanto a tendência de queda não se mantiver por tempo suficiente para que o número de novos casos atinja patamares significativamente baixos. É preciso também reavaliar as medidas flexibilizadas nos estados”, alerta em texto publicado pela Agência Fiocruz de Notícias.
A incidência de SRAG é considerada uma métrica para acompanhar a pandemia porque a Covid-19 é a causa de 96% dos casos da síndrome que foram atribuídos a uma infecção viral e submetidos a testes.
A análise divulgada nessa sexta é referente à semana de 23 a 29 de maio e revela agravamento na comparação com a semana anterior, quando cinco Estados apresentavam queda na incidência da síndrome. Nesse boletim divulgado de sexta, apenas Roraima manteve a tendência de redução nos casos respiratórios graves.
Gomes chama a atenção para o fato de Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Piauí, Paraná, Rio Grande do Norte, Rondônia, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins terem ao menos metade de suas macrorregiões com sinal de crescimento na incidência de SRAG.
A análise de longo prazo (seis semanas) aponta que a probabilidade de alta nos casos de SRAG passa de 95% no Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul.
O mesmo percentual foi constatado em três capitais: Curitiba, Goiânia, Natal e São Paulo. Ao todo, 14 das 27 capitais têm tendência de alta nos casos de SRAG, e somente quatro tendem a apresentar queda: Belo Horizonte, Boa Vista, Recife e Rio de Janeiro.
Entre as oito capitais com estabilidade, o boletim alerta que os casos estão em um platô de alta incidência: Aracaju, Belém, Florianópolis, Macapá, Brasília e arredores, Rio Branco, São Luís e Teresina.
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