Dia Internacional da Mulher

Pedreira e eletricista driblam preconceito e crise econômica na pandemia

Deuzalina e Priscila se inseriram em mercados dominados por homens e mostram que dão conta do trabalho.

Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h04
No Dia Internacional da Mulher, pedreira e eletricista falam sobre carreira e desafios. Foto: Reprodução.
No Dia Internacional da Mulher, pedreira e eletricista falam sobre carreira e desafios. Foto: Reprodução.

SÃO LUÍS – Deuzalina e Priscila trabalham em duas áreas dominadas por homens. Neste Dia Internacional da Mulher, a pedreira e a eletricista contam ao Imirante.com como é lidar com o preconceito e, ao mesmo tempo, a satisfação em desempenhar trabalhos que as fazem felizes.

Deuzalina Valentim, que atua como pedreira, é casada com um mecânico e carpinteiro, e o casal tem uma filha de oito anos. Ela disse que foi difícil conseguir emprego porque as vagas na área, geralmente, são destinadas a homens. “Isso me deixava triste muito triste”, lembra-se.

Deuzalina trabalha como pedreira. Foto: Arquivo Pessoal.
Deuzalina trabalha como pedreira. Foto: Arquivo Pessoal.

Em tempos de tanta dificuldade em razão da pandemia, Deuzalina driblou a crise econômica e o preconceito, segundo conta. “Por incrível que pareça, desde o início da pandemia até hoje só veio acontecendo coisas boas na minha vida, graças a Deus. Meu marido e eu conseguimos manter o equilíbrio das contas e o nosso padrão de vida normal”, afirma.

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Hoje, ela ressalta que se sente muito feliz pela profissão que escolheu. “É uma coisa que eu gosto e estou aprendendo a gostar mais e mais a cada dia. Tenho orgulho de dizer que sou pedreira”, declarou Deuzalina.

“A mulher ainda é muito desvalorizada. Até as próprias mulheres têm esse preconceito que só homem pode fazer certo tipo de trabalho, sendo que podemos fazer o que quisermos, basta querermos”, pontua a pedreira Deuzalina.

Priscila Chagas, que trabalha como eletricista, não tem filhos e está solteira. Ela também falou sobre a discriminação que sofrem as mulheres que se inserem nestas áreas tão estigmatizadas. “Eu sempre ouço piadas do tipo: “olha o curto”, “vai botar é fogo na casa”. As pessoas questionam a qualidade do serviço apenas por eu ser mulher mesmo dizendo que realizei um curso em uma instituição conhecida”, relata.

A eletricista conta que viu a oportunidade de melhorar sua qualidade de vida. “Estou muito feliz com essa nova experiência e a remuneração está sendo satisfatória”, disse Priscila que pretende continuar estudando, fazendo novos cursos e se qualificando ainda mais.

Priscila (à esquerda) trabalha como eletricista. Foto: Arquivo Pessoal.
Priscila (à esquerda) trabalha como eletricista. Foto: Arquivo Pessoal.

A jovem que vendia sucão na própria casa e trabalhava também como garçonete, geralmente, em eventos, explica que eu ficou muito prejudicada com a pandemia. “Eu tive que cortar o máximo de gasto possível e contar com a ajuda dos meus pais, agora as coisas já estão mais equilibradas”, revela a eletricista que também faz curso superior de Radiologia.

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