Transporte

Sinalização: carroceiros se negam a utilizar placas

Trabalhadores alegam que prefeitura não concede benefícios prometidos.

Ana Beatriz/Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h50
(Foto: Biaman Prado/OEstado)

SÃO LUÍS - Um meio de transporte utilizado para deslocamento de cargas pesadas e de difícil locomoção. Condução constantemente utilizada por depósitos de construção e catadores de lixo, o veículo de tração animal conhecido como carroça, frequentemente, tem-se tornado assunto nas mesas das administrações públicas de São Luís. O motivo: os transtornos no trânsito causados pelo veículo.

Devido ao grande número de reclamações, em 2010, a Câmara Municipal de São Luis pôs em vigor a Lei nº 215/10, que orienta os carroceiros a cumprir determinada jornada de trabalho, emplacar seus veículos e adquirir a carteira de habilitação categoria Z. A norma, também, regulamenta que não é permitida a circulação de carroças nas principais vias da capital em determinados horários.

Além disso, segundo a lei, os carroceiros recebem, periodicamente, recomendações para participar de cursos de Regras de Circulação e Sinalização de Trânsito, promovido, gratuitamente, pela Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT).

Mas o que se vê na da cidade é o oposto. Percorrendo diversos pontos da capital, nossa equipe flagrou carroceiros circulando livremente, desabilitados e sem placas em seus veículos. Na Praça do Jegue, bairro Liberdade, o fluxo de carroças é intenso.

Os donos do meio de transporte afirmam que não aderiram à lei, pois a prefeitura não cumpre com os benéficos prometidos à categoria. Alegam que não receberam ajuda de custo, cesta básica e local para deixarem seus animais, como previsto.

José Ribamar, de 42 anos, está na profissão há mais de 28 e relata que cumpriu por três meses a ordem da Prefeitura, mas que não lhe foi repassado os benefícios prometidos. “Por muitos anos eu paguei as taxas do Sindicato dos Carroceiros, mas nunca tive direito a nada. Então, optei por retirar a placa, trabalhar do meu jeito e pagar as taxas como autônomo”, justifica.

O trabalhador, também, reclama dos serviços prestados por veterinários da prefeitura. “Quando eles promovem ações para medicar os cavalos, utilizam o mesmo medicamento em todos os animais, independente da situação que ele apresente”, relatou.

Raimundo Nonato Ferreira Diniz, de 39 anos, reivindica melhorias na gestão do sindicato e inserção de uma faixa de segurança na Avenida da Camboa. "Nossa classe é discriminada, pois eles prometem muitas coisas e nunca cumprem. Nós precisamos também de uma faixa de pedestre na Praça do Jegue. Constantemente, tem acidente lá. Crianças passam para par ir à escola, idosos atravessam lá. Toda vez eles dizem que vão fazer e nunca fizeram”, declarou.

O condutor ressalta que a prefeitura ameaça retirar os animais da praça. “Toda vez que chega a eleição, eles procuram o condutor e depois não fazem nada por nós. O sindicato não toma uma atitude e quem embolsa o dinheiro é o presidente”, reclamou.

O Imirante.com, por e-mail, tentou entrar em contato com a Prefeitura de São Luís, que não se pronunciou sobre o assunto até o fechamento desta reportagem.

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