Dica de Saúde

Saiba o que fazer para prevenir e aliviar as dores do nervo ciático

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Atualizada em 27/03/2022 às 11h59

Queimação, fisgadas, dormência, falta de sensibilidade e uma dor que “corre” pelas pernas, começa gradualmente e piora durante a noite. É difícil encontrar alguém que já não sofreu algum dia com os desconfortos da chamada dor ciática. E não é por acaso. O ciático é o nervo mais longo do corpo humano, leva inervação para toda a musculatura dos membros inferiores, sendo responsável pela sensibilidade, flexibilidade e força da região lombar, nádegas, pernas e pés. Quando este nervo está irritado através de uma inflamação, por uma compressão externa decorrente de uma artrite ou pelo deslocamento do disco intervertebral (hérnia de disco) na coluna lombar, a dor aparece.

A frequência da dor ciática na população brasileira é alta e virou um motivo recorrente de afastamento do trabalho e de atividades rotineiras. “A dor ciática causa um desconforto que começa na parte inferior das costas e se espalha pelas nádegas, pernas, tornozelos e, ocasionalmente, para o pé. A dor geralmente é sentida como um entorpecimento, uma pontada ou uma queimação. Ela também pode causar formigamento, parestesias (baixa sensibilidade) ou fraqueza nos músculos da perna afetada”, explica o Dr. Paulo Porto de Melo, médico neurocirurgião formado pela UNIFESP e Colaborador do Departamento de Neurocirurgia da Universidade de Saint Louis (Missouri- EUA), introdutor e pioneiro da neurocirurgia robótica no Brasil.

É preciso, no entanto, ficar atento às causas. A dor ciática não é uma doença, mas sim o sintoma de várias. A hérnia de disco, por exemplo, é a maior causadora desse tipo de dor, seguida da degeneração natural desses discos intervertebrais, cujas funções são evitar o atrito entre uma vértebra e outra e amortecer o impacto entre elas. O comprometimento do ciático também pode ser resultado do deslocamento da coluna e do encolhimento do canal vertebral, problemas que comprimem o nervo e, consequentemente, provocam a sensação dolorida.

Diagnóstico: importante identificar origem da dor

O diagnóstico da dor ciática é clínico, pelo relato do paciente; e laboratorial, através de exame radiológico (ajuda na avaliação da coluna lombar), a Ressonância Nuclear Magnética (exame padrão ouro para diagnóstico das patologias da coluna lombar), a Eletroneuromiografia e o PESS (auxilia na identificação das compressões do nervo ciático em outros pontos anatômicos). Após os exames feitos e o problema constatado, o tratamento é aplicado.

Segundo Melo, no entanto, os males da dor ciática podem ser controlados, sendo que apenas 10% dos pacientes precisam ser tratados ou passar pela cirurgia, que deve ser indicada apenas quando as outras terapias falharam. O controle pode iniciar com períodos de descanso e diminuição da atividade, seguidos de exercícios para melhorar a mobilidade e fortalecer as costas. Se os sintomas persistirem, a fisioterapia pode ser útil. “Para aliviar a inflamação ao redor do nervo, pode ser recomendável que se alterne o uso de compressas quentes e frias. Raramente, a cirurgia é necessária, apenas em casos, como por exemplo, quando a dor é causada por uma hérnia de disco”, esclarece.

O neurocirurgião Paulo Porto de Melo sugere uma série de cuidados para evitar problemas no nervo ciático:

Postura

Devemos cuidar de nossa postura. Procurar manter uma posição correta ao sentarmos, ao levantarmos (da cama, do carro, de uma cadeira, usando as mãos), ao carregar um peso, ao abaixar para pegar um objeto, ao inclinar para pegar um bebê no berço, ao receber um objeto pesado das mãos de outra pessoa. “Prestando atenção nesses aspectos, são menores as chances de se ter um quadro de lombalgia, ciática ou lumbago agudo”, sugere.

Dieta

Devemos procurar manter um peso adequado. Mais peso no corpo significa mais peso para a nossa coluna sustentar, maior probabilidade de dores na região;

Frio

Cuidado com o frio. Procure se agasalhar bem, não deixe de praticar seu esporte no frio, porém procure realizar os alongamentos com cuidado nesta estação;

Atividade Física

Pratique esportes de forma regular. Se estiver enferrujado comece devagar, aumentando a intensidade progressivamente. “Se tiver dores nas coxas e pernas, principalmente as que descem abaixo do joelho, procure a orientação do médico especialista antes de dar prosseguimento ao seu esporte”, alerta o médico.

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