Dica de Saúde

Cerca de 40% das gestantes sofrem de incontinência urinária

Divulgação

Atualizada em 27/03/2022 às 11h59

Se antes a sua vontade de fazer urinar já era grande, imagina agora na gravidez. Especialmente no final da gestação você vai perceber que suas idas ao banheiro vão triplicar por causa do peso do bebê e do útero que está distendido, comprimindo a bexiga. Essa alteração favorece para que a mãe armazene menos líquido fazendo com que a urina vaze, principalmente se fizer algum esforço mais forte ou inesperado, como espirrar ou tossir. Mas quando a vontade de fazer de urinar vem e você não consegue segurar ou controlar, esse vazamento é um sinal de incontinência urinária mista.

Segundo a ginecologista e obstetra Erica Mantelli a incontinência urinária mista está associada a dois tipos de incontinência mais comuns. “Esse problema ocorre quando não é possível ter controle sobre a urina que sai da uretra, canal que leva a urina da bexiga para fora do organismo. A gestante não deve ignorar esse problema que aos poucos pode se agravar e apresentar características de dois tipos de incontinência urinária ao mesmo tempo”, explica.

Uma pesquisa feita pela a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e o Instituto Lado a Lado pela Vida apontou que o problema atinge principalmente mulheres após a menopausa, quando 35% delas sofrem de incontinência urinária ao fazer algum esforço. E, segundo o estudo, 40% das gestantes vão apresentar um ou mais episódios de incontinência urinária durante a gestação ou logo após o parto.

Porque a Incontinência Urinária aparece?

A gravidez e o parto por via vaginal são fatores desencadeantes da incontinência. “São diversos os fatores que podem influenciar o surgimento de um ou dois tipos de incontinência, como por exemplo, enfraquecimento das estruturas da pele, aumento da pressão no abdômen devido ao crescimento e posição do bebê e alterações hormonais durante a gestação”, afirma a ginecologista.

Quando a incontinência urinária é mista

Mas as mamães podem ficar tranquilas! A perda do controle da bexiga não é uma doença, e sim um sintoma que pode surgir por determinadas causas. “Se você não consegue segurar a urina quando ri, tosse ou espirra e ocorre um vazamento ou sente uma necessidade súbita e forte de urinar toda hora, o seu diagnóstico provavelmente resultará em incontinência urinária mista, que é quando a gestante apresenta os dois tipos de incontinência: de esforço e de urgência”, revela Mantelli.

A gestante deve ficar atenta ao tipo de incontinência urinária, principalmente se for mista. “É muito importante perceber qual o tipo de incontinência que afeta a mãe. A gestante precisa conversar sempre com seu médico e explicar seu seus sintomas para que ele defina com clareza quais são os tipos de incontinência que estão envolvidos”, aconselha a médica.

Alguns especialistas alertam que as mulheres que sofreram com a incontinência durante a gestação têm seis vezes mais chances de continuar com o problema depois de o bebê nascer. “Caso o parto seja vaginal e o bebê for muito grande ou se o parto for mal assistido sem os devidos cuidados médicos para preservar o períneo, a mãe tem chances de apresentar incontinência urinária depois do parto. Mas a boa notícia é que não são todos os partos vaginais que causam a lesão nos músculos”, destaca a médica.

Portanto, se o seu parto for vaginal, não precisa ficar preocupada. O problema não depende apenas do tipo de parto, mas também de alterações hormonais, presença de doenças associadas como diabetes, doenças pulmonares, neurológicas, uso de medicamentos, obesidade e cirurgias pélvicas prévias.

Como tratar?

O tratamento da gestante com incontinência urinária mista consiste nas mudanças de hábitos que visam melhorar a qualidade de vida e o controle da urina. “A gestante pode apostar nos exercícios de Kegel, que sugerem a contração dos músculos do assoalho pélvico por 10 segundos e que pode ser praticado em qualquer hora do dia, ou reeducar a bexiga, urinando em horários programados. Porém esse exercício deve ser feito apenas com indicação médica”, sugere Mantelli.

Para conter o vazamento, a gestante pode fazer o uso de absorventes ou fraldas para adultos. “É importante para a mãe manter a prática dos exercícios de Kegel durante a gravidez e logo após o parto, pois eles podem ajudar a prevenir a incontinência relacionada ao parto”, aconselha a ginecologista

Lembrando que o tempo de tratamento vai depender da gravidade da incontinência e da colaboração da mamãe, pois será necessário dedicar alguns minutos do dia fazendo os exercícios várias vezes para conseguir atingir o controle da eliminação da urina. Por isso, não desanime!

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