Educação

Aulas em escolas em obras começam até o dia 15

Promotor de Educação discutiu o assuntos com conselheiros e secretário de Educação.

Leandro Santos/O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 12h22

SÃO LUÍS - A demora na conclusão das obras de reforma, manutenção e adaptação de escolas da rede pública municipal de ensino de São Luís foi tema de reunião, na tarde de ontem, do promotor de Justiça especializada na Defesa da Educação, Paulo Silvestre Avelar, com alguns conselheiros tutelares da cidade e o secretário municipal de Educação (Semed), Othon Bastos, na sede das Promotorias de Justiça da Capital, na Cohama. No fim da reunião, ficou acordado que até o dia 15 deste mês a Semed definiria o calendário do ano letivo nas escolas que passaram por reformas.

A reunião que estava prevista para começar às 11h30 se iniciou com uma hora de atraso. Os profissionais da impressa que foram ao local não tiveram acesso à sala de reuniões por decisão do promotor Paulo Avelar. Antes de iniciar a discussão, Avelar e os conselheiros tutelares não quiseram dar detalhes sobre o encontro. O promotor de Educação limitou-se a declarar que o encontro era para discutir, além da questão das reformas que estão sendo realizadas em escolas municipais, a falta de vagas e o atraso no início do ano letivo nas instituições de ensino. Disse ainda que, se fosse constatada alguma irregularidade, seriam tomadas as providências cabíveis na esfera judicial para a resolução dos problemas apontados.

Problemas

De acordo com Lucilene de Moraes, conselheira tutelar da zona rural de São Luís, as cerca de 80 escolas que fazem parte da região têm problemas. "A situação dessas escolas é a mesma de quase todas as da cidade: estão superlotadas, faltam professores e o calendário escolar está atrasado", descreveu.

O secretário de Educação informou que as obras de reforma e adaptação das escolas estão dentro do cronograma estabelecido. Ele disse que os eventuais atrasos que aconteceram foram por causa de duas empresas que não estão mais responsáveis pelas reformas, mas que a situação foi contornada. "Duas empresas tiveram de sair e nós já contratamos outras. Estamos seguindo um calendário para a entrega dessas obras. Evidentemente, quando se trata de reforma e adaptações de escolas, algumas coisas aparecem para serem adicionadas. Mais de 80 escolas já estão prontas", afirmou Othon Bastos.

Com relação à falta de vagas, o titular da Semed informou que não é de conhecimento da Secretaria de Educação que há falta vagas em escolas municipais. "Não há falta de vagas. Todas as pessoas que estão nos procurando estamos atendendo e encaminhando. Portanto, não temos problemas com relação às vagas", disse Bastos.

Pais exigem início de ano letivo em escola

Mércia Cruz

Da equipe de O Estado

A falta de aulas e a precariedade na estrutura do prédio onde funciona a Unidade de Ensino Básico (EB) Ministro Carlos Madeira, situada na Avenida Nicarágua, no Anjo da Guarda, motivaram pais de alunos a se manifestarem na manhã de ontem, em frente à escola. De acordo com eles, a direção informou que não há data para o início do ano letivo. Hoje, haverá novo protesto solicitando o retorno das atividades escolares.

Enquanto na maioria das instituições de ensino o primeiro semestre do ano letivo já está quase se encerrando, em algumas escolas municipais de São Luis a situação é bem diferente, como é o caso da UEB Ministro Carlos Madeira, onde a educação de aproximadamente 1.400 alunos está comprometida. Com medo de seus filhos perderem o ano, vários pais de alunos protestaram ontem, após a quinta reunião com a direção da escola.

"Nas reuniões anteriores, sempre nos informaram que as aulas começariam ainda no primeiro semestre, mas pelo visto não. Agora estão dizendo que não tem previsão. Os nossos filhos estão sendo prejudicados", destacou a operadora de telemarketing Ana Cláudia Silva. Os professores confirmam que, se a demora persistir, os alunos ficarão atrasados. "Se não iniciar de imediato, os estudantes perderão o ano escolar", enfatizou o professor de Ciências Ricardo Frias.

A falta de informação sobre o regresso das atividades escolares não é o único problema enfrentado pelos estudantes. Outras dificuldades como infiltração na cisterna, banheiros interditados ou sem condições de uso, instalações elétricas e hidráulicas danificadas, carteiras quebradas, bebedouros precários, pintura gasta e paredes rachadas são algumas delas.

Obra

De acordo com os pais, havia uma programação para a reforma, no entanto a obra até o momento não foi iniciada. Eles querem que a escola funcione em outro local que tenha condições básicas necessárias, para não prejudicar o aprendizado dos estudantes.

"Queremos um prédio apto para receber os nossos filhos", solicitou a dona de casa Silvana Lopes Brandão. No momento em que O Estado estava no local, o diretor da Instituição,identificado apenas como Domingos, chamou 15 mães para uma conversa, avisando que ontem, às 13h, o material de construção chegaria à escola. Os pais decidiram fazer nova manifestação na manhã de hoje, desta vez com os alunos, em frente à unidade escolar, solicitando uma posição sobre o fato.

O Estado manteve contato com a Assessoria da Prefeitura, porém até o fechamento desta edição não recebeu resposta.

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