Protesto

Pais protestam devido a precariedade em escola

As péssimas condições de estrutura e limpeza da instituição foram motivos para a revolta.

Leandro Santos/O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 12h23

SÃO LUÍS - Pais de alunos do anexo I da Unidade de Ensino Básico (UEB) Professor João de Sousa Guimarães, na Avenida Principal no bairro Sol e Mar, protestaram, na manhã de ontem (9), contra as péssimas condições de estrutura e limpeza da instituição de ensino.

A manifestação aconteceu quando os pais foram levar seus filhos para a escola, pois os professores decidiram deixar a greve - que teve início no dia 31 de janeiro - e retornar às atividades normais. No entanto, ao chegarem à escola, se depararam com os portões da UEB fechados e sem nenhum funcionário, o que causou indignação dos responsáveis pelas crianças. O ápice da revolta aconteceu quando eles, ao conseguirem entrar, encontraram as salas e os corredores da escola sujos, sem condições para atividades no local.

De acordo com Gleise Sales, uma das professoras da instituição, a direção da escola sugeriu que os pais de alunos fizessem a limpeza das salas de aula, uma vez que os funcionários da Multicooper Brasil (empresa terceirizada que presta serviços à Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed)) também aderiram à greve de professores, pois, conforme eles denunciam, estão há aproximadamente seis meses sem receber o salário.

Ainda segundo a professora, os pais recusaram-se imediatamente, alegando que a função não cabia a eles. Somente Geuza Souza, uma das funcionárias da empresa terceirizada, concordou em limpar as salas de aula. "Faço isso porque as crianças não têm nada a ver com toda essa situação", disse. No entanto, isso não foi suficiente para o início das aulas, transferido para hoje.

Mais problemas - O problema do anexo I da UEB João de Sousa Guimarães não se restringe à limpeza. Cadeiras e quadros quebrados, iluminação precária e ventilação deficiente são outros problemas enfrentados pela escola que dificultam o trabalho de professores e a aprendizagem dos alunos. Para deixar a situação mais crítica no local, o banheiro masculino do anexo está foi interditado, e todos os alunos têm de utilizar o feminino.

De acordo com uma das docentes, que preferiu não se identificar temendo represálias, faltam materiais básicos como lápis, papel, caneta, cola, cartolina, entre outros. Segundo ela, grande parte desses materiais é comprada com a ajuda de pais de alunos e de professores. "A maior parte dos recursos é destinada para a escola-polo e não para os anexos. Por isso essa situação", afirmou a professora.

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Educação informou que, conforme cronograma de reformas das escolas municipais, as obras no anexo I da UEB João de Souza Guimarães estão previstas para começar até o dia 29 deste mês.

Professores e Semed voltam a se reunir

Está marcada para hoje, às 14h, no prédio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), na Rua 7 de Setembro, em São Luís, mais uma reunião de professores - em greve desde o dia 31 de janeiro - e o titular da Semed, Othon Bastos. A primeira reunião entre as partes envolvidas aconteceu no dia 2 deste mês.

A pauta de reivindicações da categoria era composta por 30 itens. De acordo com a presidente do Sindicato dos Profissionais do Magistério do Ensino Público Municipal de São Luis (Sindeducação), Lindalva Batista, 22 itens começaram a ser atendidos pela secretaria, entre os quais estão principalmente a nomeação de novos professores e a reforma das escolas.

No entanto, algumas pendências faltam ser resolvidas. A principal delas diz respeito ao pagamento do valor referente às progressões horizontais e verticais dos docentes. As horizontais são as concedidas por tempo de carreira (o professor ganha mais quanto maior for o seu tempo de serviço) e as verticais, por nível de qualificação (um docente com mestrado, por exemplo, ganha mais do que um professor apenas com a graduação).

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