São Luís - O Conselho Regional de Enfermagem do Maranhão (Coren-MA) deu início à movimentação para sensibilizar os governantes e a sociedade para a necessidade de medidas mais rígidas no combate à pandemia do novo coronavírus. De imediato, em consonância com o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), diante da transmissão descontrolada na atual fase da pandemia, o Coren-MA alerta para necessidade de bloqueio total das atividades não essenciais, ou seja, o lockdown.
O Conselho de Enfermagem do Maranhão já enviou ofícios para os gabinetes do Governo do Estado do Maranhão, Secretaria de Estado de Saúde do Maranhão e Prefeitura de São Luís solicitando audiências com os governantes para chamar a atenção de medidas urgentes e articuladas, com destaque para bloqueio total das atividades não essenciais.
Além disso, também é necessária a ampliação dos leitos nas UTIs, testagem em massa, aquisição de vacinas, extensão do auxílio emergencial para a população de baixa renda e adoção de medidas econômicas para a manutenção de empregos e apoio às Micro e Pequenas Empresas.
O presidente do Coren-MA, enfermeiro José Carlos Júnior, relatou que os profissionais da enfermagem, que são os que estão na linha de frente na luta contra a Covid-19, tem passado por momentos delicados, em vários casos pela falta de EPIs necessários para a assistência. “Nem todos os profissionais da enfermagem estão vacinados e colocam a vida em risco com a quantidade crescente de pessoas nos hospitais”, destacou.
Apesar do impacto econômico trazido pelo bloqueio das atividades não essenciais, segundo o Cofen, o colapso sanitário também tem repercussões econômicas e pode agravar a crise que se alega evitar.
De acordo com o Consórcio de Veículos de Imprensa, a partir de dados das Secretarias Estaduais de Saúde, o Maranhão é um dos estados que está em alta, tanto em casos de contaminação quanto em número de óbitos em decorrência da Covid-19, com aumento na média móvel em 165%.
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São com 5.344 mortes e 224.369 casos confirmados, segundo boletim da SES desta terça-feira, 9, sendo que nesta semana alcançamos a quantidade de 35 mortes por dia. “Se medidas mais rígidas não forem adotadas, a situação ficará humanamente insustentável”, declarou o enf. José Carlos Júnior, presidente do Coren-MA.
Epidemiologista
De acordo com o epidemiologista prof. Antonio Augusto Moura, coordenador do Grupo de Modelagem da Covid-19 na UFMA, o primeiro lockdown realizado no Maranhão teve uma adesão de 55% e reduziu a transmissão em 38%. “Nenhum cientista tem dúvidas que o lockdown é eficaz”, destacou. Segundo ele o que estamos vivendo no Brasil é uma desinformação geral.
“Falta uma campanha de comunicação para conscientizar as pessoas sobre o que é doença e como se proteger. No Brasil se diz até que máscara não funciona, quando é uma das maiores armas contra o contágio”, disse.
O epidemiologista disse ainda que estamos vivendo o pior período da pandemia com a transmissão super acelerada e a lotação dos hospitais. “Mesmo com o aumento dos leitos não conseguiremos acompanhar esse ritmo. Hoje temos jovens e até crianças em fila de espera”, destacou.
Segundo ele, a previsão é que o Brasil tenha o maior número de mortes por Covid-19 no mundo, principalmente pela postura com que nossos líderes tratam o combate à doença.
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