Opiniões

Deputados estaduais criticam pedido de lockdown feito à Justiça

Othelino Neto, Yglésio Moyses e César Pires falaram a O Estado sobre o pedido de fechamento geral por 14 dias feito por três defensores públicos

Gilberto Léda/Da Editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
César Pires falou em reabertura de leitos (César Pires)

Gilberto Léda
Da editoria de Política

Deputados maranhenses, governistas e de oposição, criticaram ontem, em contato com O Estado, a decisão de três defensores públicos estaduais de propor ação à Justiça requerendo a decretação imediata de lockdown de 14 dias em todos os municípios do Maranhão como forma de conter o avanço de uma segunda onda da Covid-19 no estado.
O pedido é de autoria dos defensores públicos estaduais Clarice Binda, do Núcleo de Direitos Humanos; Cosmo da Silva, do Núcleo de Defesa da Saúde, da Pessoa com Deficiência e da Pessoa Idosa; e Diego Bugs, do Núcleo Regional da Raposa.
Para o presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto, “não parece razoável” a propositura de lockdown no momento atual. Para ele, trata-se de medida “drástica”.
“Não me parece razoável, hoje, esse caminho tão drástico. Acredito que as medidas de contenção de aglomerações adotadas, por hora, são suficientes”, destacou.

Melhor caminho
Já o deputado Yglésio Moyses apontou aquele que, para ele, parece ser o melhor caminho no momento, antes de uma medida extrema: a reativação de leitos exclusivos para pacientes com Covid-19.
"O lockdown, neste momento, não é a medida mais adequada pra resolver o problema. A gente pode e deve aumentar o número de leitos exclusivos para o tratamento de pessoas com a Covid-19. Assim como fizemos em outras situações, com alas inteiras cuidando exclusivamente desses pacientes, neste momento precisamos aumentar a nossa capacidade e atender quem mais precisa”, afirmou.
Ainda na terça-feira, 2, o parlamentar havia apresentado em uma live no Instagram dados apontando a drástica queda da oferta de leitos de Covid-19 pela rede estadual de saúde.
Levantamento de O Estado aponta que, desde junho de 2020, o Governo do Maranhão já fechou mais de 50% dos leitos exclusivos para pacientes com Covid-19 existentes na rede pública de saúde do Maranhão.

Preço
Opinião parecida tem o deputado César Pires (PV). Ele afirma que, atualmente, o Maranhão "paga o preço" do fechamento de leitos. Mas também sofre as consequências dos exageros - e da falta de ação das autoridades competentes - durante as eleições.
"O Maranhão paga o preço da ausência de planejamento, quando fechou os hospitais, que poderiam dar suporte a uma possibilidade de aumento pandêmico, e paga o preço da ausência de ação, consequentemente de fiscalização durante o período eleitoral", disse.
Segundo Pires, o governo agora vive um dilema. "Reabrir leitos, ou fazer lockdown na contramão da história e dos fatos, porque não resolveu antes e ainda mais arrefece a economia", comentou.

Pedido
No pedido à Justiça - que deu até a noite de sexta-feira, 5, para que Estado e municípios se manifestem, os defensores apontam que o lockdown é necessário porque houve flexibilização de medidas de distanciamento social nos últimos meses, e um relaxamento por parte da população - além da falta de fiscalização por parte do poder público.
“Ocorre Exa. que, infelizmente, com o passar do tempo, o cenário de controle da pandemia no estado do Maranhão mudou. Nos últimos meses, com a estabilização do contágio, houve uma flexibilização das medidas de restrição de circulação e, principalmente, devido as festividades do fim do ano de 2020, a população passou a viver como se o vírus não estivesse mais em circulação no nosso estado”, destacam.
Para eles, o ideal é garantir o fechamento total, restringir a circulação de veículos, reduzir o número de trajetos do transporte aquaviário intermunicipal, limitar o funcionamento do transporte público urbano e usar as forças policiais para fazer cumprir o decreto, caso determinado pela Justiça.

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