Literatura

Ficção satiriza sociedade delirante

"Não Branco Não Homem", thriller político e ''noir'', mergulha nas contradições humanas com base na filosofia esquizoanalítica

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
(livro)

São Paulo- Suspense, romantismo, sátira ao modelo político atual, drama filosófico, metafísica, carros possantes, cultura popular, quadrinhos, televisão e cinema. Não Branco Não Homem é uma representação irreal que se passa na metrópole de Cravos, mas que poderia muito bem ser em São Paulo, ou no Rio de Janeiro. Uma ficção que flerta com a realidade na qual os personagens estão em uma busca pelo poder.


“Montamos um novo espaço Músico e arquiteto, Toni Grado descreve um ambiente delirante, com dois protagonistas: o Não Branco, líder do narcotráfico que se envolve em um crime hediondo, e o Não Homem, uma genial pesquisadora universitária com a sexualidade em trânsito, que recusa ser identificada com qualquer gênero.

O cenário é a campanha eleitoral de Cravos, onde o bairro pobre de Greenville, é dominado pelo narcotráfico. Dois principais partidos dominam as pré-eleições: a direita prega uma desocupação sumária, e a esquerda propõe uma política de inclusão. Com planos radicalmente opostos, Robert Kotac, o alucinado banqueiro fanático por rachas de carros, terá como antagonista Alexandre Dragun, esquerdista obsessivo.

Os ânimos se acirram e em meio à guerra de corrupção e trapaças, Toni também traz referencias da cultura popular, além de descrever carros possantes dos rachas ilegais promovidos por Robert. Uma crítica aos costumes dentro de uma saga política em quatro volumes, mas que – em meio aos delírios – os protagonistas também conseguem viver uma história de amor.

Apesar de ir a fundo em questões de conflitos de classe em uma cidade tomada pelo crime, o autor está longe de fazer uma defesa de esquerda ou de direita. Toni, que levou dez anos para concluir a obra, vai além da polarização e traz para a ficção algo escasso nos dias atuais: põe os leitores para pensar, em uma narrativa que prende, densa, porém inebriante.

Para aprimorar a experiência de leitura de Não Branco Não Homem, Toni lançou também o álbum instrumental Trilhas para lugar nenhum. São 12 faixas que vão do clássico ao jazz a um mix de suspense, mistério e bom-humor. O álbum conta com a participação de Vicente Falek, Luís Paulo Serafim e Alexandre Guerra.

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