Transporte urbano

Com um ano de atraso, primeira etapa da obra do BRT será finalizada

Esta etapa, até o momento, teve um investimento de R$ 33 milhões; após a entrega, será implementado o novo programa "Expresso do Trabalhador

Kethlen Mata/ O Estado

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
A obra na Estrada do Araçagi, que foi iniciada no ano de 2019, deveria ter sido entregue no ano passado
A obra na Estrada do Araçagi, que foi iniciada no ano de 2019, deveria ter sido entregue no ano passado (BRT)

São Luís – Após um ano de atraso e prejuízo para comerciantes, a primeira etapa da obra de implementação do Bus Rapid Transit ou Transporte Rápido por Ônibus (BRT) – que compreende a ligação da Av. Litorânea com a Av. São Carlos – será entregue nas próximas semanas, de acordo com informações da Agência de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB). Após a finalização desta etapa, haverá a implantação do novo programa do governo denominado “Expresso do Trabalhador”.

A fase abrange serviços de drenagem (execução de sarjetas, meio-fio, bocas de lobo, etc.), ampliação das vias de tráfego, execução de pavimento rígido, pavimento flexível (asfaltamento da via), construção de passeio, ciclovia e requalificação da iluminação pública (com trocas de postes de iluminação). Segundo a MOB, todas essas as intervenções estão sendo programadas para garantir o mínimo impacto na locomoção e mobilidade das pessoas que utilizam a via.

A obra
A obra, que foi iniciada no ano de 2019, deveria ter sido entregue no ano passado, com o atraso, gerou uma série de transtornos para quem trabalha na via ou transita por lá com frequência. Em nota, a MOB alegou que alguns fatores contribuiriam para esse atraso.

“Como os transtornos causados pelo seu grande porte e impacto social. Além disso, foram identificadas inconformidades e interferências ao longo da execução dos serviços, a exemplo da existência de ligações clandestinas de água e esgoto, fatos que fizeram com que fossem necessárias mudanças e adequações, junto ao alto índice pluviométrico dos últimos anos, que dificultaram ainda mais o andamento da obra”, esclareceu a agência.

Em relação ao orçamento, o lote 1, que atinge a requalificação da Avenida São Carlos, ampliação da Avenida Litorânea e a requalificação da Avenida Colares Moreira, até a presente data, teve o investimento de aproximadamente R$ 33 milhões. Já o lote 02, que corresponde à requalificação da Avenida dos Holandeses e a Rua Búzios, com 13,5 quilômetros de intervenção, até o momento contou com o investimento que gira em torno de R$ 25 milhões.

Transtornos no Araçagi
Ao mesmo tempo que os comerciantes da Estrada do Araçagi reconhecem a importância da obra – que, futuramente, vai valorizar bastante a região, dessa forma, beneficiando o mercado –, por outro lado, possuem profunda mágoa pela forma como todo o processo lhes foi comunicado. Segundo eles, o aviso de obra se deu um dia antes do início dos trabalhos. Essa falha na comunicação gerou uma série de prejuízos para os empresários do local.

Nídia Araújo, proprietária de uma loja de material de construção, relata que durante um período de 90 dias – prazo que levou para a conclusão das obras no local – teve uma perda de 90% nas vendas. “Clienta não podia passar para cá de jeito nenhum, eu continuei pagando meus fornecedores tenho 11 funcionários de carteira assinada, então foi muito difícil.

Estávamos vindo de uma pandemia, tentando nos recuperar, e aí veio essa obra. Até agora, não beneficiou ninguém, nem os moradores da Av. Luizão, muitos comércios aqui no Araçagi fecharam, fora os acidentes que ainda estão acontecendo”, desabafou.

Quem compartilha do sentimento de revolta é Fabiano Bessa, dono de um restaurante na Av. do Araçagi. Ela conta que mesmo com o processo de finalização da obra, muitos transtornos continuam atrapalhando seus negócios. “Um prejuízo incalculável. Tivemos várias vezes na MOB para tentar resolver nossa situação. Nós pagamos aluguel, pagamos funcionários e tivemos que ficar fechados por algum tempo. Não tinha condição de carro entrar aqui. Agora que abriu, depois dessa grande demora, estamos lidando com os transtornos desses canteiros mal feitos”, afirmou.

José Olímpio, que possui um negócio especializado em venda de redes, se vê bastante prejudicado, principalmente, pelo tipo de material que comercializa, visto que a poeira causada pela obra acaba sujando todo o seu material de trabalho – que não pode ficar embalado. “A obra, eu penso que foi para o melhor da população, eu entendo isso. Mas o modo como a MOB não teve respeito pelo comerciante, nos prejudicou demais. Passamos três meses fechados. Só passaram avisando um dia antes”, frisou.

Mesmo com todos esses transtornos expostos pelos comerciantes atingidos pelas obras na Av. do Araçagi – que fazem parte do projeto de implementação do BRT –, os comerciantes da região possuem esperança de que, no final das contas, a via seja valorizada e gere lucros para os empresários do local.

SAIBA MAIS

Expresso do Trabalhador

No dia 20 de julho de 2021, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), divulgou através das suas redes sociais, a implementação de um novo programa, o “Expresso do Trabalhador”. Nada mais é que um ônibus com tarifa zero, um projeto piloto que deverá ser colocado em prática após a entrega da primeira etapa de obras.

Inicialmente, o programa irá atingir moradores da Vila Luizão, via Nova Litorânea, região periférica da capital maranhense que dá acesso ao centro da cidade e comerciários que encerram expediente após as 21h.

NÚMEROS

  • R$ 33 milhões no primeiro lote
  • R$ 25 milhões no segundo lote

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