São Paulo - Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença sistêmica autoimune que pode causar inflamação e danos a vários órgãos vitais ao longo do curso da doença, como, por exemplo, os rins, provocando inflamação e lesões nos pequenos vasos responsáveis por filtrar as toxinas do organismo. Esta situação, conhecida como Nefrite Lúpica (NL), altera o funcionamento dos rins e, se não tratada, pode levar à insuficiência renal. Em casos graves pode requerer que o paciente tenha de fazer diálise ou mesmo entrar para a fila de transplante renal5.
Embora nem sempre sintomática, a Nefrite Lúpica pode se manifestar por meio de sangue na urina, diminuição do volume urinário, alterações na pressão arterial, inchaços nas pernas e no rosto, além de cansaço e falta de ar.
Pesquisas apontam que até 50% das pessoas com LES poderão desenvolver a Nefrite Lúpica. Assim como no LES, a Nefrite Lúpica acomete mais as mulheres, principalmente as mulheres hispânicas, afro-americanas e asiáticas com idade entre 15 e 44 anos.
O reumatologista Odirlei Monticielo, membro da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), explica que a Nefrite Lúpica é uma das complicações mais graves do LES, mas a doença ainda é pouco conhecida. “Com acompanhamento médico regular, rotina de exames de diagnóstico e uso de medicamentos adequados, é possível controlar a Nefrite Lúpica, sem que a doença se agrave e leve à perda da função renal”, informa.
Tratamentos
Diferentemente de cerca de uma década passada, hoje é possível contar com uma gama de opções de tratamentos, de diferentes classes terapêuticas, para o controle do LES e da Nefrite Lúpica. “Temos opções, inclusive, que permitem a redução ou mesmo a retirada dos corticoides, medicamentos eficazes, mas que se usados por longos períodos e/ou em doses elevadas, determinam uma série de efeitos colaterais indesejados e que, muitas vezes, costumam ser utilizados via automedicação, pois são isentos de prescrição”, alerta Odirlei Monticielo.
O tratamento do LES e da Nefrite Lúpica tem evoluído muito nas últimas décadas, com o desenvolvimento de terapias imunobiológicas e alvo-específicas visando maior eficácia no controle da doença e redução dos eventos adversos causados pelo tratamento.
Além do controle do LES com medicamentos, é importante também adotar outros hábitos de vida, como evitar o tabagismo, praticar atividades físicas, ter uma dieta equilibrada e rica em alimentos saudáveis, entre outros comportamentos para uma melhora da qualidade de vida do paciente. As consultas regulares ao médico reumatologista e a adesão ao tratamento também são fundamentais para o bom controle da doença.
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