Opinião

Quem diria, Zenóbio da Costa, Prefeito de São Luís

Benedito Buzar

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
Zenóbio da Costa, ministro da  Guerra, em audiência com Getúlio Vargas em fevereiro de 1954
Zenóbio da Costa, ministro da Guerra, em audiência com Getúlio Vargas em fevereiro de 1954 (buzar)

Nos movimentos políticos e militares vividos pelo Brasil nos meados do século passado, um general de nome de Euclides Zenóbio da Costa, destacou-se pelo relevante papel que teve no governo do Presidente Getúlio Vargas, este, depois de comandar o Brasil por quinze anos sob o tacão da ditadura, elegeu-se democraticamente e voltou à chefia da nação, para cumprir o mandato de 1950 a 1954, mas sem exercê-lo na sua totalidade por causa das insistentes crises, que o conduziram a 24 de agosto de 1951 ao extremo ato do suicídio.
Zenóbio da Costa, general do Exército brasileiro, exerceu o cargo de ministro da Guerra, nomeado por Getúlio Vargas, com a missão de sufocar a crise política-militar, provocada pelo lançamento do Manifesto dos Coronéis, assinado por mais de oitenta oficiais, dentre os quais Amauri Kruel, Sizeno Sarmento, Euler Bentes Monteiro, Golberi do Couto e Silva e Jurandir Mamede, que exigiram a demissão de João Goulart e do general Ciro do Espírito Santo Cardoso, dos cargos de Ministro do Trabalho e da Guerra.

Como ministro da Guerra, Zenóbio da Costa, não conseguiu abafar as insatisfações contra o Presidente da República nos setores militares, os quais passaram a exigir a renúncia de Vargas da chefia da Nação, após o atentado contra o deputado Carlos Lacerda, que resultou na morte do major da Aeronáutica, Rubem Vaz, operação comprovadamente executada por gente da guarda pessoal de Vargas.

As pressões foram tão fortes sobre o Presidente da República, que ele, em vez de renunciar, como queriam os militares e os políticos da UDN, optou por um ato trágico: o fim da própria vida.

A participação do general Zenóbio da Costa no tumultuado governo de Getúlio Vargas, serve de pretexto para que eu registre um fato que pouco maranhense sabe a respeito do ilustre militar.

No governo do comandante José Maria Magalhães de Almeida, no quadriênio 1926-1930, o Presidente da República, Washington Luís, liberou o então capitão do Exército, Zenóbio da Costa, para ficar à disposição do Governo do Estado e assumir o comando da Força Pública.

A atuação do jovem militar foi de tal modo marcante, que o próprio governador, na sua mensagem ao Congresso do Estado, em 1928, escreveu: “É digna dos maiores encômios a administração do capitão Euclides Zenóbio da Costa, no comando da Força Pública. Com a tenacidade que lhe é peculiar e com o tino administrativo que todos reconhecem, transformou o pardieiro onde se alojava a Polícia do Estado em um quartel elegante e confortável, sem esquecer o treinamento da tropa, que hoje constitui um motivo de justa alegria para todos a que a vêm garbosa e disciplinada e cumprindo fielmente sua missão”.

Em outra ocasião, o mesmo governador fez questão de ressaltar “A satisfação que teve o Governo de receber um honroso telegrama do Presidente da República, manifestando o seu contentamento pela maneira correta com que o contingente de nossa Polícia se apresentou na parada de 15 de novembro, no Rio de Janeiro.”

Pelo fato de no correr desta semana, São Luís comemorar 409 anos de fundação, vale a pena lembrar que, no período de 28 de novembro a 10 de dezembro de 1927, o prefeito da capital maranhense, Jayme Tavares, licenciou-se do cargo a fim de viajar para o Rio de Janeiro, para tratamento de saúde.
Advinha quem o governador Magalhães de Almeida designou para substituir o prefeito Jayme Tavares?
Acertou quem disse: o capitão e comandante da Força Pública, Euclides Zenóbio da Costa, que teve a honra de no seu currículo constar o registro de gestor da capital do Maranhão por doze dias.

Os jovens e Sarney
Impressionante o interesse de jovens maranhenses para conhecerem e conversarem com o ex-presidente José Sarney.

Nesta sua temporada em São Luís, não foram poucos os rapazes e moças, especialmente universitários, que visitaram o ex-presidente da República, para entrevistá-lo e saber sobre a sua trajetória de vida, na política e no meio cultural.

Propaganda enganosa
O Grupo Mateus fez a maior propaganda, na semana passada, para comemorar mais um aniversário da empresa, anunciando pelos meios de comunicação, uma promoção gigantesca, de redução dos preços dos produtos expostos nas prateleiras de suas lojas.

Pura propaganda enganosa. Eu pessoalmente estive numa das lojas do grupo Mateus, num dos dias anunciados da promoção, e não comprovei qualquer alteração de preços. Estava tudo como dantes no quartel de Abrantes.

Baixou o sarrafo
Quem esteve no badalado lançamento da candidatura do deputado Josimar do Maranhãozinho à sucessão ao Governo do Estado, nas eleições de 2022, conta sem nenhuma hesitação do desaforado discurso do parlamentar naquele evento.

Como o seu linguajar rasteiro, não poupou o governador Flávio Dino, que, sem dó e piedade, dele falou mal do começo ao fim.

Sem arrependimento
Já disse e repito. Nas últimas eleições presidenciais, nas quais o inexpressivo deputado federal Jair Bolsonaro se elegeu Presidente da República, não me arrependo de nele não ter votado.
Se ele for candidato à reeleição em 2022, vou repetir o meu voto e agora com mais raiva e convicção, pois se trata de um político despreparado que só pensa continuar no Palácio do Planalto, sem saber se comportar de acordo com a liturgia do cargo.

Para Bolsonaro, o Brasil só tem um problema: o sistema eleitoral, que, com mudança ou não, ele não se reelegerá.

Incrível, porém verdadeiro
A cada dia fico mais assustado com o número de amigos, que fazem parte do meu bem querer, mas resolveram ser bolsonaristas assumidos e irrecuperáveis.

São figuras humanas corretas, de incontestável formação moral e intelectual, que, inexplicavelmente ficaram impressionados com o atual Presidente da República, um homem totalmente despreparado para dirigir o nosso País.


Plano da Fadinha
A maranhense Rayssa Leal ou Fadinha, que brilhou nas Olímpiadas de Tóquio, na categoria do skate, já tem planos para o futuro.

Pretende mudar-se com a família para a Califórnia, que considera o paraíso do esporte que pratica.

Jatinhos ou helicópteros
Em 1962, quando fui candidato a deputado estadual, lembro de quem não tivesse um jipe para percorrer as estradas de terras no Maranhão, teria poucas chances de se eleger.
Nas eleições de 2022, o que se fala no meio político do Maranhão, é de que o jipe foi trocado por aeronaves.

Quem não tiver jatinho ou helicóptero, terá pouca chance de se eleger, razão porque quase todos os nossos representantes na Câmara de Deputados, já compraram aeronaves para o deslocamento atrás de votos.
Alguns, além de jatinhos ou helicópteros, são donos de casas modernas, luxuosas e confortáveis em Barreirinhas ou Santo Amaro.

Humberto de Campos e Alberto Pinheiro
No seu livro Memórias Inacabadas, o grande escritor maranhense Humberto de Campos, relata alguns fatos de quando trabalhava como ajudante na loja Transmontana, em São Luís.

Uma das mais pitorescas, diz respeito ao jornalista Alberto Pinheiro, redator-chefe do Diário da Manhã, que na pressa de encerrar o expediente do jornal anunciou o falecimento de um comerciante.
O homem ainda estava vivo e a família no dia seguinte pediu uma retificação, contestando o óbito, no que foi atendido pelo jornalista.

Dois dias depois, o doente morre definitivamente, e Alberto Pinheiro, começa assim o necrológio do falecido: “Até que, afinal, morreu o nosso distinto amigo.”

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