Criminalidade

Atlas da Violência mostra aumento de 30,2% em mortes violentas no MA

No ano de 2020, ocorreram 2.045 assassinatos no estado, enquanto 2019 teve 1.562 casos; os dados foram levantados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o Ipea

Ismael Araújo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
Dois adolescentes foram assassinados na tarde do dia 31 de maio de 2020
Dois adolescentes foram assassinados na tarde do dia 31 de maio de 2020 (morte)

Maranhão - O Atlas da Violência 2021, divulgado ontem (31), apontou um aumento de 30,2% das mortes violentas intencionais (homicídio doloso, latrocínio e lesão corporal seguido de morte) ocorridas durante o ano passado no Maranhão, em relação ao ano de 2019, que contou com o registro de 1.562 casos. Em todo o país, no decorrer de 2020, ocorreram um total 50.033 assassinatos e 23,6 foi considerada a taxa média de mortes por 100 mil habitantes.

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública ou Atlas da Violência é elaborado a partir de uma parceria entre o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e o Instituto de Econômica Aplicada (Ipea). Os dados apresentados se baseiam em informações fornecidas pelas secretarias de segurança pública do estado como também pelas polícias civis, militares e federal, entre outras fontes oficiais da Segurança Pública.

Em relação ao Maranhão, de acordo com o Atlas da Violência 2021, ocorreram 2.045 mortes violentas intencionais e tendo uma média de 170 casos por mês, ou seja, cinco assassinatos por dia em todo o estado. Enquanto, ao longo do ano de 2019, ocorreram 1.562 e tendo uma média mensal de 130 mortes.

Em 2018, um total de 1.982 pessoas foram assassinadas por arma branca ou a tiros no Maranhão. Entre estes casos, 976 vítimas tinham 15 a 29 anos. No ano de 2017, houve o registro de 2.180 mortes violentas e 1.112 eram jovens. Os números ainda crescem nos anos anteriores. Em 2016, ocorreram 2.408 assassinatos e, entre essa quantidade, 1.212 vítimas tinham a idade entre 15 a 29 anos. No ano de 2015, foram 2.438 homicídios. Deste total, 1.257 eram dessa faixa etária.

Nível elevado
Os dados do Atlas da Violência mostram que a capital maranhense está entre as 50 cidades brasileiras que apresentaram maior número absoluto de mortes decorrentes de intervenção policial no ano passado, que contou com 18 casos. O primeiro município foi Rio de Janeiro, com o registro de 415 e, logo após, São Paulo, 390 casos.

Oito cidades do Maranhão com a população igual ou superior a 100 mil habitantes apresentaram taxas de mortes violentas intencionais acima da média nacional. Entre elas, Açailândia, tendo a taxa de 56,6; Bacabal, 41; Caxias, 45,9; Codó, 44,7; Imperatriz, 44,3; São José de Ribamar, 35,7; São Luís, 25; e Timon, com uma taxa de 56,4.

Vítimas em 2020
Vários assassinatos ocorreram ao longo do ano passado, principalmente, por arma de fogo. Um dos casos ocorreu na tarde do dia 31 de maio e dois adolescentes foram assassinados a tiros nas proximidades da Delegacia Especial da Cidade Operária (Decop). Uma das vítimas tinha 17 anos, enquanto, a outra, 15 anos.

Também em maio, dia 26, ocorreu um crime de feminicídio, que teve como vítima Joana Maria Diniz, de 66 anos. A polícia informou que o principal suspeito do crime é o vizinho da vítima, e o corpo foi encontrado na residência dela, no Recanto dos Signos, área da Cidade Operária, e havia um pano enrolado em seu pescoço.

Em janeiro do ano passado, o soldado da Polícia Militar, Carlos Eduardo Nunes Pereira, de 30 anos, foi preso em flagrante, acusado de assassinar a tiros a ex-companheira, Bruna Lícia Fonseca Pereira, de 23 anos; e o suposto amante dela, José William dos Santos Silva, de 24 anos. O crime ocorreu no dia 25, no apartamento de Bruna Lícia, no Vicente Fialho.

O caso é investigado pela equipe do Departamento de Feminicídio, órgão da Superintendência de Homicídio e Proteção a Pessoas (SHPP). A polícia informou que, no dia 23 de janeiro, o militar tentou reatar a relação, mas, Bruna Lícia não aceitou a proposta.

Ainda segundo a polícia, no dia do crime, a vítima estava de folga e recebeu a visita de dois colegas de trabalho em seu apartamento, no horário do almoço. Um deles foi José William. No começo da tarde desse dia, Carlos Eduardo foi até esse local, com o objetivo de convidar Bruna Lícia para ir a um aniversário, mas, encontrou a ex-companheira e José William despidos, no quarto e acabou cometendo o ato criminoso.

No dia 14 de julho de 2020 foram assassinados de forma brutal os pais do deputado federal Cleber Verde, identificados como Jesuíno Cordeiro Mendes e Maria Graça Cordeiro Mendes. O crime ocorreu dentro da fazenda das vítimas, na zona rural da cidade de Turiaçu e os principais suspeitos foram presos em cumprimento de ordem judicial. Entre os detidos estão Alessandra Nascimento, Jeferson Silva da Costa e Elielson Cardoso Paiva.l

SAIBA MAIS

Mortes violentas intencionais no Maranhão

Ano 2020: 2045 casos
Ano 2019: 1.562 casos
Ano 2018: 1.982 casos
Ano 2017: 2.180 casos
Ano 2016: 2.408 casos

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